Paulo Paim analisa primeiros meses do governo Lula



Ao fazer uma análise dos três primeiros meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Paulo Paim (PT-RS) registrou vários elogios que o presidente vem recebendo da imprensa mundial e brasileira, de representantes de entidades sindicais e patronais e também de economistas, sobre a forma como vem conduzindo o país. Ele também destacou o resultado de recente pesquisa do Ibope, que revelou um índice de aprovação ao governo de 75%.

Mesmo concluindo que o governo está trilhando o caminho certo, Paim comentou que ainda há muito por fazer, e que as vitórias na condução da economia precisam se refletir imediatamente no campo social. Ele citou como exemplos a necessidade de reduzir a taxa de juros e a desnutrição infantil e ampliar a renda per capita nacional e o total de alunos que completam o ensino básico.

- Claro que o breve governo Lula ainda não tem nada a ver com a calamidade social que os números apontam. Mas para evitar que um dia possa vir a ter qualquer compromisso com esse desastre social, precisa logo dar novo curso a essa política econômica, que, em última análise, é responsável por essa situação - afirmou Paulo Paim.

O senador pelo Rio Grande do Sul também comentou que as poucas críticas que Lula vem recebendo no Plenário do Senado não têm sustentação porque são emitidas por parlamentares que apoiavam o governo anterior, que, segundo ele, -investia no caos econômico, na alta do dólar, na argentinização da economia brasileira- e que alimentava o desastre social com o objetivo de tentar frear a vitória de Lula.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) declarou que sua expectativa com o governo Lula é a mesma da população do país: que a administração seja coberta de êxito. Mesmo assim, criticou o aumento do número de ministérios, defendendo a tese de que um governo não pode ser muito grande, nem pequeno demais. -Tem que ser médio, ágil, móvel, rápido e eficaz-, sugeriu.

BR-101

Paulo Paim também informou que soube do ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que a licitação da duplicação da BR-101, no trecho que liga Florianópolis (SC) a Osório (RS), foi adiada para que o governo acertasse alguns detalhes ambientais, técnicos e financeiros. Ele acrescentou que a questão ambiental já foi solucionada, mas ainda existem problemas de ordem gerencial e financeira.

O ministro disse a Paim que, com a desistência do Banco do Japão para Cooperação Internacional (JBIC) de participar do financiamento da obra, o governo está procurando um novo parceiro e já foram iniciadas negociações com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros mecanismos multilaterais.

Outro assunto abordado por Paulo Paim com o ministro foi a medida provisória (MP) que transfere as rodovias federais para os estados. A MP está trancando a pauta do Senado. Segundo o senador, Anderson Adauto concordou com a proposta dos governadores de que as estradas só deverão ser repassadas após sua recuperação. Paim acredita que a sinalização do ministro facilitará um acordo para a aprovação da MP.



14/04/2003

Agência Senado


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