PAULO SOUTO LEMBRA VISÃO DEMOCRÁTICA DE ANÍSIO COMO EDUCADOR



O senador Paulo Souto (PFL-BA) lembrou nesta terça-feira (dia 27), em plenário, a importância da visão democrática do professor Anísio Texeira, que em 12 de julho faria 100 anos. Souto discursou durante homenagem ao centenário do educador, realizada durante a primeira hora do expediente. Para Anísio, disse Souto, a democracia é o sistema político mais difícil, mas "por isto mesmo o mais humano e o mais rico", e o que depende da educação mais difícil e da maior quantidade de educação: a educação de todos com o objetivo de formar cidadãos livres e responsáveis.
"A justiça social, por excelência, da democracia, consiste nessa conquista da igualdade de oportunidades pela educação. A democracia é, assim, o regime em que a educação é o supremo dever, a suprema função do estado", disse Anísio Teixeira em um debate sobre orçamento público na Assembléia Constituinte Baiana, em 1947, conforme lembrou Paulo Souto. O educador ocupava então o cargo de secretário da Educação e da Saúde da Bahia, e propunha que o estado, seguindo experiências observadas no exterior, calculasse a receita orçamentária para educação prevendo uma determinada quantia por criança recenseada.
Paulo Souto ressaltou as qualidades do educador e do homem de ação, mas procurou enfatizar a clareza, a argúcia e a criatividade do filósofo da educação que foi Anísio Teixeira, baiano de Caetité, como ele. Do pai, disse o senador, Deocleciano Pires Teixeira, Anísio herdou valores liberais e cientificistas, temperados pela experiência como aluno de um colégio jesuíta. Apoiado pela mulher, dona Ana de Souza Spínola, Deocleciano queria fazer do filho um magistrado e político, mas ele desejava se tornar missionário. Acabou nomeado secretário de instrução pelo governador da Bahia, em 1924.
"Por volta de 1927, senti haver superado estas mortais contradições, reconciliando-me com a filosofia que primeiro me influenciara, a do espírito naturalista e científico de que tentara me afastar o ultramontanismo católico dos jesuítas", disse certa vez Anísio, cuja maior influência era o educador e filósofo norte-americano John Dewey.
Embora fosse um intelectual, Anísio soube realizar o que pregava tendo sido responsável pela criação de inúmeros cursos e pela construção de milhares de escolas e duas universidades. Afastado temporariamente de sua atividade por motivos políticos, também mostrou-se competente como empresário, atuando na área da exploração mineral.
- Ele sonhou como uma escola que não apenas ensinasse a ler, mas que educasse, formasse hábitos e atitudes - disse o senador.

27/06/2000

Agência Senado


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