Como será a habitação na visão dos candidatos ao governo










Como será a habitação na visão dos candidatos ao governo
Objetivo de Britto é reduzir o déficit
O objetivo do candidato da coligação O Rio Grande em Primeiro Lugar, Antônio Britto, é diminuir o déficit habitacional do Estado do Rio Grande do Sul. A concentração se dará em torno da faixa de renda de até seis salários mínimos. "Somente uma ação cooperada entre todas as instâncias de governo tornará possível a execução de um programa de moradias para a população de baixa renda", afirma o candidato.

Britto acredita que "apesar de o estado ser considerado o de melhor qualidade de vida no País, o déficit de moradia e saneamento ainda se constitui em grave problema, particularmente na Região Metropolitana de Porto Alegre". Outra questão levantada pelo candidato é o fenômeno do desemprego que, segundo ele, tem gerado um relativo aumento da população em áreas irregulares, motivado pela impossibilidade de as famílias continuarem pagando aluguel.

Para solucionar o problema do déficit habitacional, Britto pretende criar o Fundo Estadual de Habitação, com a constituição de um "funding" para o financiamento da habitação popular. Outra proposta do candidato é desenvolver o Programa Estadual da Moradia Popular, que atenderia até 50 mil famílias.

Britto quer, ainda, regularizar e organizar a ocupação de áreas na Região Metropolitana de Porto Alegre através da promoção do Programa Bairro Legal. Para executá-lo, a coligação O Rio Grande em Primeiro Lugar precisará aportar, em uma primeira fase, R$ 300 milhões , que serão obtidos da seguinte forma: R$ 150 milhões de empréstimo externo, R$ 75 milhões do Governo Estadual e R$ 75 milhões dos govenros municipais.

O Rio Grande em 1º Lugar
- Criar o Fundo Estadual da Habitação, com a constituição de um "funding" para o financiamento da habitação popular

- Desenvolver o Programa Estadual da Moradia Popular, atendendo até 50 mil famílias

- Regularizar e organizar a ocupação de áreas na Região Metropolitana de Porto Alegre através da promoção do Programa Bairro Legal

Bernardi investirá em moradias populares
Celso Bernardi, candidato do PPB, acredita que "a casa própria é uma das maiores aspirações de toda família". Caso chegue ao Palácio Piratini, a gestão pepebista tomará a iniciativa na busca das parcerias com os demais governos, agentes federais e empresários para subsidiar parte da compra de moradias para famílias de baixa renda, especialmente aquelas que vivem em sub-habitações nas periferias das cidades.

Bernardi, em parceria com instituições federais, estimulará empresas, universidades e institutos de pesquisa a desenvolverem novas tecnologias aplicáveis a programas habitacionais, especialmente nas áreas de produção de materiais, concepção de projetos e técnicas de construção. "O objetivo é definir padrões de habitações populares compatíveis com as necessidades das famílias e adequados aos respectivos níveis de renda", afirma o candidato.

A busca por parcerias empresariais é ponto de destaque nos planos de Bernardi para a questão habitacional. O Estado, em seu governo, estimulará as empresas a desenvolverem programas habitacionais voltados paras seus trabalhadores.

Outro ponto do programa de governo do pepebista são as indústrias. As que produzem materiais de construção civil serão estimuladas a desenvolverem produtos alternativos para a construção de habitações populares. "Estes produtos serão comercializados em 'pacotes habitacionais', com menor custo, pela redução dos níveis de intermediação", informa. O programa envolverá, ainda, os segmentos voltados à comercialização dos materiais de construção civil.

PPB
- Instituir o Conselho de Habitação do Estado do Rio Grande do Sul
- Estimular os municípios do Estado a instituírem o "Fundo Habitacional"
- Criar o programa Carta de Crédito, que visa financiar a construção e a aquisição de moradias e lotes
- Urbanizar áreas com objetivo habitacional
- Implantar, com recursos de financiamentos dos programas habitacionais do governo federal, núcleos urbanos
- Viabilizar financiamento às famílias de menor renda que já possuem terreno
- Incentivar o desenvolviemntos de novas tecnologias
- Construir casas por mutirão com capacitação profissional dos envolvidos no processo

Tarso assistirá a cidade e o campo
"A habitação é um direito do cidadão que não se resume à edificação de unidades habitacionais, mas à construção do espaço habitável, na cidade ou no campo, garantindo aos cidadãos o acesso dos serviços públicos essenciais". Esta é a posição de Tarso Genro, candidato da Frente Popular ao Govenro do Estado.

O petista critica os governos neoliberais que, segundo ele, desmontaram as estruturas estatais que executavam políticas de habitação popular. Em contraponto, Tarso cita o primeiro governo da Frente Popular no Estado, que "criou a Secretaria Especial de Habitação, estruturada como órgão formulador, gestor e executor das políticas públicas estaduais para a área, através de um novo conceito de habitação, que propicia e garante a democratização das decisões e o aporte técnico e econômico aos municípios e cooperativas habitacionais."

O ex-prefeito de Porto Alegre, caso seja eleito, pretende duplicar os investimentos em habitação popular para garantir financiamento e contrução de moradia, regularização fundiária e apoio ao cooperativismo. Seu objetivo é diminuir o déficit habitacional para os setores sociais de baixa renda.

Trabalhar em parceria com os municípios para a implantação da nova legislação referente ao Planejamento Urbano também é meta do candidato da Frente Popular.

Tarso quer, ainda, através do Banrisul, com recursos estaduais e federais, conceder crédito habitacional que beneficie famílias de baixa renda, com eqüalização de juros.

Frente Popular
- Manter e ampliar os programas já instituídos na atual gestão
- Criar o Conselho Estadual de Desenvolvimento e Reforma Urbana
- Revisar a Lei n° 10.529, que cria o Sistema Estadual de Habitação
- Formular políticas de recuperação e restauração de prédios, públicos e privados, para fins de utilização na política habitacional
- Organizar o cadastro de terras urbanas para constituir um Banco de Terras
- Desenvolver políticas de desenvolvimento urbano
- Programa de financiamento, via Banrisul, beneficiando famílias de baixa renda
- Ampliar as ações que possibilitem propostas alternativas de moradias

Rigotto fará parceria com governo federal
O candidato da União Pelo Rio Grande, Germano Rigotto, afirmou que vai apoiar a política habitacional a ser desenvolvido pelo govenro federal no termos dos compromissos assumidos pela candidatura Serra/Rita Camata. "Depois de um período de descaso e impasses em nível nacional, acreditamos que a questão
habitacional retornará ao centro da agenda do país", afirma Rigotto.

"O candidato à Presidência da República José Serra (PSDB-PMDB) já revelou sua intenção de aplicar os recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em suas funções originais, ou seja, na execução de programas de habitação popular", informa a coligação União Pelo Rio Grande. Ficará assegurado também que os mutuários pagarão juros de no máximo 10%.

Rigotto, se eleito, buscará manter e reforçar a Secretaria Estadual de Habitação, que deverá ser direcionada
para atuar como um órgão de coordenação das ações das três esferas do governo - União, Estado e Municípios
- com relação ao desenvolviemnto de projetos habitacionais no Rio Grande do Sul.

O candidato quer elaborar e executar uma Política Esta dual de Habitação Popular que, entre outras coisas, buscará aplicar os recuros destinados pelo governo estadual para fins de cobertura parcial dos subsídios envolvidos nos projetos de oferta de habitação para as populações da faixa de zero a três salários mínimos.

Rigotto também vai desenvolver um programa específico de habitação popular nas áreas faveladas das principais cidades do Rio Grande do Sul, que serão financiados com recursos obtidos junto às agências multilaterais de financiamento.

União Pelo Rio Grande
- Manutenção e reforço da Secretaria Estadual de Habitação
- Identificar as áreas prioritárias para fins de implantação da política de habitação popular
- Coordenar as ações das três esferas dos governos
- Desenvolver um programa específico nas áreas faveladas das principas cidades n Determinar ao Banrisul a participação ativa em programas habitacionais


Resultado será divulgado na noite de 6 de outubro
O presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, informou ontem que resultado das eleições presidenciais deverá sair ainda na noite de 6 de outubro. Jobim disse, durante a apresentação do plano de trabalho da divulgação de dados nos tribunais no primeiro turno, que cerca de 90% dos votos devem estar apurados até as 21h. Os dados da eleição presidencial serão divulgados a partir das 19h para a inclusão da votação do Acre, que tem diferença de fuso horário em relação a Brasília.

No caso da votação para governador, o ministro explicou que o resultado poderá ser conhecido após o término da apuração, o que pode ocorrer por volta de 18h na maioria dos estados. No Rio Grande do Sul, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deve iniciar a apuração às 19h e prevê que até as 22h já poderá saber se haverá ou não segundo turno para a disputa ao Palácio Piratini.

Jobim anuciou também que militares à paisana serão designados para coibir a campanha de boca-de-urna em alguns estados. O ministro lembrou ainda que a atividade é ilegal e que o aliciamento eleitoral pode ser punido com prisão de seis meses a um ano e com multas entre R$ 5.320,00 a R$ 15.961,00. Jobim não detalhou como se dará a operação contra os aliciadores, pois isso impediria o flagrante da prática no dia da eleição e apelou aos eleitores para denunciem a boca-de-urna.

"O candidato está pagando um aliciador. Logo, isso é dinheiro sujo, produto de corrupção. Vamos apelar para que todos denunciem em nome da honorabilidade das eleições no País", afirmou. O presidente do TSE salientou que nem os governadores e nem os tribunais regionais terão conhecimento dos detalhes da operação contra os aliciadores.

Jobim lembrou que é preciso não confundir a boca de urna com a manifestação da preferência do eleitor, por meio de camisetas, adesivos e bandeiras que ele esteja portando no dia da votação. "O aliciador é aquele que é pago para pressionar alguém para votar a favor de algum candidato", ressaltou o ministro. Ele não acredita que o estímulo que o TSE está fazendo ao uso da cola, com os números dos candidatos, possa ser um instrumento de campanha de boca de urna.


Garotinho vem ao RS no próximo domingo
O candidato do PSB à presidência da República, Anthony Garotinho, voltará ao Rio Grande do Sul no próximo domingo, para mais um roteiro por quatro municípios gaúchos. Às 18 horas do domingo chegará no aeroporto de Pelotas onde, após uma coletiva à imprensa, seguirá para o centro da cidade para participar de um showmício na avenida Duque de Caxias (em frente à indústria Lameira). Garotinho estará acompanhado do candidato socialista ao Piratini, Caleb de Oliveira, do vice Mattozo, do candidato ao Senado Marcos Cittolin e do deputado federal Beto Albuquerque, que concorre à reeleição.

À noite, a comitiva se deslocará para Rio Grande onde, às 21 horas, participará de um jantar com apoiadores no restaurante Leão, na avenida Presidente Vargas.

Na segunda-feira partirá, às 8h30min para Santana do Livramento onde chegará às 10 horas no aeroporto
internacional de Rivera. Os candidatos socialistas irão ao Parque Internacional- praça de fronteira com o Uruguai, Garotinho falará com a imprensa e de lá saem para caminhada no centro da cidade até às 11h30min.

Seguindo o roteiro, seguem viagem para Santa Maria chegando no município às 13 horas. Farão caminhada no centro com os candidatos à deputado estadual e federal, partindo da esquina das ruas do Acampamento e Tuiuti até o calçadão da Bozzano. De lá Garotinho voltará para o Rio de Janeiro.


FMI defende a eliminação dos subsídios agrícolas
Se os países industrializados eliminassem os enormes subsídios que dão à agricultura, produziriam ganhos significativos para si mesmos e para a maioria dos países do mundo, especialmente os produtores de commodities, afirmou ontem o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um estudo. O argumento é conhecido e está no centro das negociações da rodada global em curso na Organização Mundial de Comércio (OMC). A novidade da análise do Fundo é que ela tenta, pela primeira vez, quantificar o impacto positivo global da liberalização agrícola.

Os US$ 300 bilhões de recursos públicos que os governos dos países ricos gastaram no ano passado para sustentar a agricultura (1,3% de seu PIB e seis vezes o montante de recursos oficiais disponíveis para a assistência aos países mais pobres) garantiram quase um terço da renda bruta dos abastados agricultores dessas nações. Pelos cálculos dos economistas da instituição, a eliminação desses subsídios produziria um aumento real de quase US$ 100 bilhões na renda mundial. US$ 92 bilhões desse total beneficiariam os próprios países ricos. Se os países em desenvolvimento também acabassem com seus subsídios à agricultura, acrescentariam US$ 21,4 bilhões à sua renda conjunta e mais de US$ 24 bilhões à renda mundial. O efeito global positivo do fim da intervenção estatal na agricultura, principalmente nos países ricos, que mais alardeiam os méritos da privatização da indústria e dos serviços, seria de US$ 128,2 bilhões por ano, ou quase 0,5% do PIB mundial.

Um dos maiores e mais eficientes produtores de commodities, o Brasil seria particularmente beneficiado pelo desaparecimento das barreiras agrícolas, segundo o estudo do FMI. A liberalização simultânea nas nações industrializadas e em desenvolvimento resultaria num aumento de renda de 0,7% do PIB e em melhora substantiva dos termos de troca, informa o relatório. O País ganharia de forma quase igual com a queda das barreiras ao comércio agrícola nos países ricos e nas nações em desenvolvimento. Argentina e a África do Sul, que produzem commodities para exportação com alto grau de mecanização, também seriam beneficiadas, pois, com mercados abertos, poderiam melhor explorar economias de escala.

"Os países industrializados têm a responsabilidade de liderar a liberalização", disse o economista David Robinson, vice-diretor do departamento de Pesquisa do Fundo. Mas ele enfatizou que os países em desenvolvimento se dariam igualmente bem se levantassem suas próprias barreiras à agricultura. Segundo o estudo do Fundo, o ganho real de renda resultante da eliminação das restrições ao comércio agrícola nesse países seria de 0,4% do PIB. Na medida em que essas nações geralmente usam mais as tarifas do que outros mecanismo de proteção para apoiar sua agricultura, "os maiores benefícios iriam para os países que têm as maiores barreiras tarifárias, incluídos países maiores, principalmente China e Brasil, e o Oriente Médio e o Norte da África", afirmou o FMI.

Entre os ricos, os maiores ganhadores seriam grandes produtores de commodities, como Canadá, Austrália e Nova Zelândia, que se beneficiariam tanto do aumento de preços que são hoje artificialmente deprimidos pelos subsídios, como da ampliação de seu acesso aos mercados internacionais. Também ganhariam os países cujos mercados internos são os mais distorcidos pelo maciço apoio oficial à agricultura - ou seja, as nações da União Européia, Japão, Coréia, Noruega e Suíça. O benefício, nesses casos, viria sobretudo da queda dos preços dos alimentos, que deixaria mais dinheiro no bolso dos consumidores.

Segundo o FMI, os ganhos da liberalização "seriam mais modestos" para os Estados Unidos, porque "suas exportações agrícolas não são particularmente grandes em relação à sua economia e os preços pagos pelos consumidores não são distorcidos, como acontece em muitos outros países industrializados". Isso provavelmente explica, ao menos em parte, a falta de entusiasmo de importantes setores da agricultura americana pela liberalização e as pressões recentes que levaram a uma europeização da política agrícola de Washington, como se viu na última "Farm Bill".

O estudo do Fundo, que é parte do relatório semestral sobre as Perspectivas da Economia Mundial, lembra que os subsídios à agricultura geralmente não atingem os objetivos sociais citados para justificar politicamente sua aprovação, como a proteção dos pequenos agricultores. Em sua maior parte, eles vão para os bolsos dos agricultores mais ricos, que menos precisam da ajuda oficial mas que têm maior poder de pressão. As perdas que eles causam para os consumidores não geram uma reação porque "são difusas e pouco visíveis".

Os danos causados pelo apoio oficial à agricultura nos próprios países ricos vão da redução da renda dos
consumidores, via preços artificialmente altos de alimentos, ao desvio para a agricultura de recursos que poderiam ser mais bem investidos em outras atividades produtivas, passado e excesso de oferta para exportação, que puxa os preços para baixo. Os programas de apoio a preços, que representam dois terços do volume total de subsídios agrícolas nos países industrializados, têm vários outras conseqüências danosas: induzem países a se especializar em áreas que, a longo prazo, não lhes são vantajosas e reduzem o comércio e seus benefícios, em termos de crescimento econômico.

Além de impor custos substanciais para seus próprios consumidores e suas próprias economias, os subsídios agrícolas têm o efeito nefasto adicional de fomentar a desigualdade mundial de renda. "A vasta maioria dos pobres do mundo são agricultores em países em desenvolvimento, cujos produtos têm preços deprimidos pelos programas de apoio à agricultura nas nações industrializadas", lembra o FMI.


Cesta básica mantém alta na Capital
Todos os cinco supermercados que são avaliados na pesquisa de preços do Jornal do Comércio registraram alta nos preços durante a última semana, tendência já constatada na amostra anterior. A cesta básica mais barata continua sendo a do Carrefour (R$ 83,70), mesmo com o reajuste de 4,61% em relação à semana passada. O consumidor paga mais caro os 38 produtos incluídos na avaliação no Nacional (R$ 91,92), embora este tenha sido o que menos aumentou os valores dos produtos (1,49%), uma variação de R$ 1,39. O Nacional é pela quarta vez consecutiva a rede mais cara da Capital, seguido de perto pelo Zaffari (R$ 88,29). A diferença entre a cesta mais cara (Nacional) e a mais acessível (Carrefour) é de R$ 8,22.


Dólar sobe pelo 5º dia consecutivo
Mesmo com forte intervenção do Banco Central, o dólar disparou 3,23% e encerrou o quinto pregão consecutivo de alta. A moeda norte-americana rompeu a barreira dos R$ 3,30 e encerrou cotada a R$ 3,355, a segunda maior cotação desde o recorde do Plano Real em 31 de julho (R$ 3,47). A cotação máxima foi de R$ 3,368 e operadores estimam que, caso a tendência de alta continue, o dólar pode chegar até a superar a casa dos R$ 4,00.

"Se o volume fosse alto estaríamos loucos. O BC fez de tudo para segurar o câmbio e não conseguiu", diz o diretor da Pioneer Corretora, João Medeiros. Apenas os bancos continuam atuando no mercado. Ontem, a autoridade monetária atuou na venda direta da moeda e realizou leilões. A estimativa é de que tenham sido colocados no pronto entre US$ 100 e US$ 150 milhões. O BC vendeu US$ 50 milhões em um leilão de linha externa, espécie de empréstimo com recompra futura e US$ 60,5 milhões em linhas para exportação.

A pressão sobre o câmbio está relacionada ao cenário eleitoral, com o crescimento do candidato de oposição
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas pesquisas de intenção de voto. Os investidores temem que Lula vença ainda no primeiro turno.

Influencia ainda a persistência dos Estados Unidos em atacar o Iraque, pois o conflito pode agravar a recessão mundial, provocar uma crise do petróleo e diminuir o fluxo de investimentos para o Brasil. A fuga de capitais internacionais do mercado de dívida emergente começou a ser sentida ontem. O risco-país brasileiro (Embi+), medido pelo JP Morgan, seguiu a tendência dos emergentes e disparou mais 3,5% para cerca de 1.930 pontos.

Os c-Bonds, títulos da dívida brasileira mais negociados no exterior, despencaram 2,43% e fecharam a 55,12% do valor de face.

A possibilidade de guerra e os fracos indicadores da economia norte-americana provocaram a queda das principais bolsas mundiais. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos apontou que a taxa de inflação de agosto ficou em 0,3%, superando em 0,1 ponto porcentual as expectativas. Segundo dados do
Departamento do Comércio, o déficit da balança comercial foi de US$ 34,6 bilhões em julho, uma redução de
6% em relação a junho. Os especialistas previam um aumento de 0,1%.

A Bovespa viveu mais um dia de esvaziamento, com apenas R$ 458,637 milhões negociados. O principal índice despencou 1,49%. "O investidor está preferindo ficar de fora da bolsa para se proteger", afirma o diretor de mesa da Solidus Corretora, Émerson Lambrecht. Em Wall Street, o índice Nasdaq caiu 0,62% e o Dow Jones 0,43%. O S&P-500 recuou 0,46%.

Manutenção da Selic frustra mercado
A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 18% ao ano e retirar o viés de baixa aumenta o pessimismo no mercado financeiro. A medida foi baseada na conjuntura de curto prazo, marcada pela incerteza e volatilidade. Esta é a última reunião do colegiado do Banco Central antes das eleições. Como conseqüência as taxas de juros futuros subiram ontem na BM&F. O DI de janeiro, mais negociado, chegou a 21,27%, o maior patamar desde 23 de agosto.

A atividade econômica já se encontra desaquecida e a manutenção dos juros ajuda a piorar o pessimismo entre os consumidores, penalizando os investimentos e inibindo o consumo. "O pior é retirada do viés. A janela de oportunidades acabou e nem tão cedo o Copom terá espaço para reduzir a Selic", afirma o coordenador da assessoria econômica da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Nuno de Figueiredo Pinto. Ele explica que o fim da possibilidade de redução da Selic antes da próxima reunião afeta a confiança do consumidor.

A retirada do viés de baixa, acredita o economista do BankBoston Marcelo Cypriano, tem pouco impacto sobre o mercado financeiro. "A finalidade era de que o BC pudesse cortar a Selic com qualquer mudança, mas predomina a incerteza", acrescenta. Ele avalia que outros indicadores de atividade não foram tão ruins.

"Mesmo com o viés de baixa, os juros futuros já estavam subindo, pois o indicativo de queda só funciona quando o mercado acalma e não há expectativa que isso ocorra", diz.

Essa é a mesma visão do gerente de asset management do Banco Nazionale del Lavoro (BNL), Pedro Forato.

"Já que o BC não pretendia usar o viés, acabou retirando, sendo coerente com a proximidade das eleições e o aumento da volatilidade dos mercados", destaca.

Para o economista da Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) Paulo Barcellos Neto, há espaço para que os juros caiam para até 17% ao ano, passando a turbulência do processo eleitoral. "O BC está cauteloso, mas sinaliza tendência de queda", ressalta. A manutenção da Selic não muda a tendência dos juros ao consumidor. O vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamentos e Investimentos (Acrefi), José Arthur Assunção, explica que a tendência das taxas dependem do comportamento do mercado futuro. "Se subirem, as financeiras reajustam. Havia espaço para que os juros caíssem porque a atividade industrial e comercial está fraca", observa. (A.B.)


Artigos

O nó do marketing no segundo turno
Gaudêncio Torquato

A lua de mel de Lula está chegando ao fim. A fase do "Lulinha, paz e amor", slogan melífluo do laboratório de Duda Mendonça para caracterizar o distanciamento do candidato de uma campanha que é uma guerra de muitas e violentas batalhas, cede espaço para o ciclo do "Lulão, guerra e sangue". Até o presente, Lula foi preservado de ataques contundentes. Doravante, terá de se deslocar ao centro do ringue, não por vontade própria ou determinação de seus marqueteiros, mas pela inevitável necessidade de se defender e se prevenir contra os ataques a serem desfechados contra seu perfil, que fazem parte da estratégia tucana para desconstruir a imagem do "candidato acima de tudo e de todos". Não é fácil desmontar um conceito que se torna arraigado nos amplos espaços da opinião pública. Mais do que outros candidatos, Lula trabalhou nas últimas três décadas para fixar a imagem de oposicionista, intérprete sensível aos anseios da sociedade e representante mais forte do conceito de mudança. A seu favor, conta com um acentuado desejo da maioria da população para mudar os rumos da política econômica. E para ganhar a confiança do eleitorado, principalmente de estratos médios para cima, aceitou a edulcoração do perfil, com as pílulas receitadas para aprimorar e adoçar o discurso, arrumar a linguagem e compor, harmônica e modernamente, o visual. Fez a lição de casa, passou a circular no meio das elites, correu o País, abriu alianças à direita e pôs um freio nos radicais do PT. Tem dado certo. Contra Lula, pesam exemplos negativos de administrações petistas e dissonâncias relacionadas à falta de preparo e experiência.

A se confirmar a possibilidade de Serra ser o rival de Lula na reta final, o efeito imediato será a antecipação do segundo turno, que se abre com os primeiros ataques entre ambos. A antecipação é fundamental para Serra, porque a campanha do segundo turno, muito curta, não conseguiria descolar o conceito de Lula do sistema de cognição do eleitorado, pelo menos nos níveis apropriados para derrubá-lo. Ou seja, quanto mais curta a campanha, melhor para Lula e pior para Serra. O processo de absorção e internalização de uma idéia leva tempo. Primeiro, o eleitor é "laçado" pela rede de comunicação, a seguir, toma conhecimento dos fatos, coisa que nem sempre se dá com os primeiros programas ou ataques, e é banhado, na seqüência, pelas ondas de irradiação de opinião. A tomada de decisão vai se fechando com as conversas entre amigos e interlocutores diversos. Quando o ataque é frontal e mortal, ou seja, com indiscutível possibilidade de que a acusação seja verdadeira, até pode causar efeito imediato. Esse é o caso de gafes ou fatos de alta gravidade que comprometam o conceito ético e moral do candidato, como denúncias de envolvimento em quadrilhas e gangues, beneficiamento de grupos ou casos de enriquecimento pessoal. Não será por esse campo que a batalha entre Serra e Lula será travada, até porque são conhecidas suas trajetórias de pessoas de bem. As teclas da inexperiência e do despreparo de Lula serão, mais uma vez, usadas, com a inevitável pergunta sobre quem é o mais preparado. E Lula se apoiará na recorrente questão sobre a viabilidade e eficácia de propostas de Serra, com o argumento de que o tucano fez parte de um governo que prometeu as mesmas coisas e não cumpriu. Os contrapontos estão delimitados: Lula não tem capacidade, não é preparado e lhe falta experiência de governo. Serra não vai fazer o que promete, enganando mais uma vez o povo, como Fernando Henrique.

Como o eleitor reagirá a esses argumentos? Esse será o nó do marketing. E mais um dado: Fernando Henrique, na posição de magistrado, ajudaria Lula; de mangas arregaçadas, na rua, fazendo campanha, favoreceria Serra. A conferir.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

Rápida apuração
O ministro Nelson Jobim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, está prometendo ao Brasil que vai apurar o primeiro turno das eleições em 4 horas. Portanto, às 21 horas do dia 6 de outubro, o Brasil conhecerá os vencedores. Segundo Jobim, 90% dos cerca de 115 milhões de votos serão apurados até as 21 horas, o que já deverá permitir definir os nomes dos vencedores. A estimativa de Nelson Jobim é chegar a 100% de votos apurados antes da meia-noite.

Como mudou! Não faz muito tempo, na década de 80, a Justiça Eleitoral passava dias apurando votos. Era um parto. A razão principal de tudo isso é a tecnologia. Hoje, muito mais avançada do que em outros tempos. O próprio Nelson Jobim, quando candidato pela primeira vez, na certa, só ficou sabendo que estava eleito, três ou quatro dias depois do pleito.

O motivo de toda essa rapidez é que nessa eleição, pela primeira vez na história, 100% das urnas utilizadas no País serão eletrônicas. No último pleito presidencial, em 98, apenas 57% das urnas eram informatizadas. O Tribunal Superior Eleitoral foi criado em 24 de fevereiro de 1932 e instalado em maio do mesmo ano, com o nome de Tribunal Superior da Justiça Eleitoral, sendo extinto em 1937, com a criação do Estado Novo. O TSE foi novamente criado, com o nome atual, em 1945, e instalou-se no Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, sob a presidência do ministro José Linhares. Em abril de 1960, o Tribunal foi transferido para Brasília.
O Estado de Santa Catarina foi pioneiro no uso da urna eletrônica. Em 1989, foi implantado o primeiro terminal de votação, na cidade de Brusque. Um total de 373 eleitores participou da experiência. A primeira eleição totalmente informatizada no Brasil ocorreu em 12 de fevereiro de 1995, em Xaxim, oeste catarinense nas eleições municipais. Em 1996, a urna eletrônica foi implantada em 57 municípios brasileiros.

Mas, se em agilidade a Justiça Eleitoral está na ponta dos cascos, na fiscalização também. A tradicional boca-de-urna, por exemplo, vai ser reprimida. Para o presidente do TSE, "a boca-de-urna é financiada por dinheiro da corrupção que não tem como entrar na declaração de gastos de campanha". É bom que os candidatos estejam cientes disso porque os responsáveis serão presos e cassados.

Não está proibido, no entanto, o uso de camisetas, adesivos, bonés, bandeiras e outros materiais de campanha pelos eleitores dentro das secções eleitorais. O que o TSE vai coibir é o aliciamento. Quem for flagrado aliciando eleitores pode ser a penas que variam de 3 meses a um ano de detenção. O candidato beneficiado pode ter o registro cassado.

Outra novidade é que agora não é mais necessário a justiça provar que a boca-de-urna alterou o número de votos do candidato envolvido. Ou seja, basta o flagrante para iniciar o processo judicial.


CARLOS BASTOS

Mais um debate decisivo na vida de Lula
Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que está em sua quarta campanha como candidato à presidência da República, no dia 3 de outubro, pela Rede Globo de Televisão, terá mais um debate decisivo em sua carreira política. Ninguém esquece o debate entre Lula e Collor a três dias da ele ição de 1989, e que muita gente entende que foi decisivo para a derrota do petista, principalmente a edição do debate apresentada no Jornal Nacional, apesar de Collor ter levado vantagem no debate em si. Agora, no pleito de 2002, Lula está na iminência de vencer a eleição no primeiro turno. Mas para isso Lula tem que ter um desempenho superior ao de José Serra no debate do dia 3.

O candidato tucano já demonstrou no primeiro debate desta campanha presidencial, que aconteceu na Rede Bandeirantes, que tem muita desenvoltura no debate. Ele simplesmente deixa de responder as perguntas que o incomodam e sabe colocar seus adversários em dificuldade. Isso aconteceu com Ciro Gomes. Eu me atreveria a sustentar que o plano inclinado em que entrou o candidato do PPS, que agora pelo Ibope está atrás de Anthony Garotinho, do PSB, começou na sua pálida atuação no debate da Bandeirantes, quando não rebateu à altura, a investida de Serra.

Os estrategistas do PT estão numa sinuca de bico nesta altura do campeonato. Acontece que o tucano Serra começou a bater forte, conforme demonstram os últimos programas de rádio e televisão, e eles terão que sair da posição olímpica que mantêm desde o início da atual campanha. Já foi decidido que o candidato Lula não vai polemizar com seu concorrente direto, e que é seu provável adversário no segundo turno, mas outras lideranças petistas virão para o contraditório, e também haverá recursos à Justiça Eleitoral, baseado inclusive no fato de ter sido bem-sucedida a postura do PT, que recorreu ao TSE e viu ser suspensa a exposição do programa de Serra de uma manifestação do presidente do partido, deputado José Dirceu, que teria como conseqüência uma agressão de servidores grevistas contra o então governador Mário Covas.

Outro ataque tucano pode provocar prejuízos à candidatura de Lula. É a exploração do fato da Prefeitura de São Paulo, comandada pela petista Marta Suplicy, exigir curso superior num concurso para fiscal. Os tucanos perguntam se não seria também uma exigência para a pessoa ocupar a presidência da República. O PT ou seu programa tem que vir com munição forte para rebater as investidas de Serra e, se titubearem e deixarem o tempo passar, podem repetir o erro recente de Ciro Gomes.

Ou os petistas partem para um confronto com José Serra, demonstrando que nesta campanha ele está se comportando como um verdadeiro trator sobre todos os candidatos que se atravessam em sua caminhada, ou Lula está ameaçado de não emplacar sua candidatura pela quarta vez. Serra deixou no caminho a pré-candidatura tucana do governador Tasso Jereissati, do Ceará, da governadora Roseana Sarney, do Maranhão, e do candidato da Frente Trabalhista Ciro Gomes. Ele foi implacável e demolidor. Resta saber se Lula e o PT têm bala na agulha para enfrentar esta tentativa desesperada do PSDB, que quer evitar a todo custo que a eleição se decida já no dia 6 de outubro.

Última
Está sendo anunciada uma reunião segunda-feira no comité de Tarso Genro dos pedetistas que estão apoiando o candidato do PT ao governo do Estado. A reunião está sendo coordenada pelo prefeito de Taquara, Delcio Hugentobler, que convocou prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do PDT para o ato.


Fernando Albrecht

A megacuia
Na homenagem que a colenda fez ontem ao MTG e aos CTGS, chamou atenção o tamanho da cuia. Se não der para os 20 mil acampados, dá perto. O presidente da colenda, José Fortunati (PDT), sorveu o amargo fazendo um enorme esforço, semelhante ao de quem está extraindo água de um poço de mil metros de profundidade. Se entope, adeus Tia Chica. Nem com roto-rooter. Reginaldo Pujol (PFL) parece estar comparando o tamanho da cuia - se fosse reta, dava metade do seu tamanho. E Aldacir Oliboni (PT), que faz Jesus Cristo na procissão do Morro da Cruz, está com ares de estar dizendo "afasta de mim este cálice".

Perdão, essa cuia.

O caso CGA

O duro "a pedido" publicado ontem pela Cia Geral de Acessórios acusando o governo do Estado de inviabilizar seu negócio (matéria nesta edição) encerra outro capítulo das tradicionais empresas gaúchas deste e de outros setores. Primeiro foi a Casa Dico, que perdeu a condição de concessionária GM, agora chega a vez da CGA que deixa de vender carros zero km. Parte do seu imóvel nas imediações da Rodoviária já fora vendido para a Igreja Universal.

Duelo à vista

Agora a briga Marcos Dvoskin x Augusto Nunes vai dar duelo. E não deve ser com espada e sim com uma 12.

A tréplica de Nunes encaminhada à revista Press entra no pessoal mesmo. A folhas tantas do texto, Nunes diz que "as idéias de Dvoskin são tão ralas quanto os cabelos do seu ghost writter". Daí para fora.

Parabéns pra você

O Galpão Crioulo do Gboex reuniu ontem comunicadores e amigos deste grupo empresa, para um festão organizado pela Parla para seu cliente Confiança Companhia de Seguros. O ágape tradicionalista serviu também para festejar os 60 anos do Conselho Deliberativo do Gboex, que se comemoram hoje. Mas a festa mesmo será em 2003, quando a empresa comemora 90 anos bem vividos.

Contencioso guasca

A Metade Sul parece mesmo fértil em contenciosos guascas. Primeiro foi a história do Capitão Gay, de Pelotas, que ensejou questionamentos do MTG. Em São Lourenço corre o rumor de que o rolo é com o jornalista Davi Baini, dono do jornal i>O Lourenciano. Baini queria desfilar no 20 de Setembro na sua cidade montado em um dos seus camelos importados do Líbano. Para horror dos puristas, o jornalista ainda queria desfilar bebendo a cerveja libanesa Almaza em vez de cachaça em guampa. E de boleadeiras para compensar.

Pausa na mordida

É grande o número de altos executivos e empresários que resolveram ou viajar ou tirar férias por causa da campanha. Não pelo stress, mas porque o FMC (Festival de Mordidas de Candidatos) está que ninguém agüenta mais. Qualquer jantinha de adesão custa de R$ 200,00 a R$ 500,00, fora os pedidos para a pessoa jurídica. Vai daí que muitas vítimas estão praticando a máxima Melchíades Stricher: "às vezes vale mais a ausência de corpo que a presença de espírito".

A volta do guarani

Lembram dos maravilhosos painéis dos índios guaranis criados em 1957 por Glauco Rodrigues que se perderam com o incêndio que destruiu o Cine Cacique em 1994? Pois eles estão de volta. Não literalmente, mas reproduzidos por impressão digital em lona nas dimensões 3mx2m pelo designer Leandro Selister por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura. A obra estará exposta a partir de amanhã na Sala Eduardo Hirtz da Casa de Cultura Mário Quintana.

O impossível

Como fazer o impossível é o tema da palestra de Steven Dubner, fundador e coordenador da Associação Desportiva para Deficientes dia 27 para o VI Encontro Nacional de Revendedores de Combustíveis, no Centro de Convenções do Hotel Serrano, em Gramado. Steven é técnico de basquetebol em cadeiras de rodas e foi treinador da seleção brasileira.

Reprise

O caso do artista frustrado que obrigou o locutor da rádio Atlântida com um revólver a rodar seu CD Além do Céu Cinzento tem antecedentes. Não faz muito o Telecine 4 passou um filme em que os integrantes de uma banda americana faziam o mesmo. A vida imita o cinema.

Um ou outro

A impotência do Estado em evitar que bandidos como Fernandinho Beira-Mar sejam realmente isolados do mundo interior e exterior em uma cela vai além do fato de a corrupção campear nos presídios. O medo, também viceja. Um bandido como Beira- Mar compra um guarda e, se não conseguir comprá-lo, o homem ou sua família já eram. Chegou a este ponto, para azar nosso.

Penhora

O Corinthians Paulista está acionando o Grêmio Porto-Alegrense. A ação corre na 2ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do RS. Não se conhecem maiores detalhe s, e a origem da dívida, mas a nota do Diário da Justiça informa que os paulistas aceitaram bem oferecido em penhora pelo Grêmio.


Editorial

POLÍTICA GEOECONÔMICA É O DNA DO PROGRESSO

O centenário de nascimento do presidente Juscelino Kubitschek fez relembrar o traço marcante daquele homem que marcou o século XX, certamente apenas comparável a Getúlio Vargas, que foi o desenvolvimentismo, com a famosa frase "Cinqüenta anos em cinco". Se o gaúcho, na Revolução de 30, rompeu com o passado agropastoril brasileiro e lançou as bases da urbanização, da legislação trabalhista e da industrialização, com a Companhia Siderúrgica Nacional, além de alinhar o País aos EUA e à Europa na II Guerra Mundial, colhendo dividendos, Juscelino, a partir de 1956, consolidou o avanço industrial. A construção de Brasília iniciou a caminhada no rumo do Centro-Oeste, relegado desde o II Império, embora preconizada a nova Capital por Dom João Bosco e considerada uma decisão "inadiável" por 50 anos. Mesmo enfrentando duas revoltas na Aeronáutica e as acusações de corrupção ao erguer no Planalto Central a então Novacap, Juscelino foi em frente. Brasília comprova hoje o sucesso da idéia, novas fronteiras agrícolas continuam aumentando a produção de grãos, a região tem índices de progresso que surpreendem. Depois, foi a vez dos governos militares, que tiveram uma visão para muito além do seu tempo. Lançaram planos de rodovias, telecomunicações, o BNH, os disputados engenheiros do ITA, infra-estrutura aeronáutica e de eletrificação. As distorções execráveis, casos de tortura e perseguição político-cultural, sufocando uma geração de líderes, bem como a permanência no poder além do tolerável, não devem impedir uma leitura isenta dos avanços administrativos do período.

Aliás, o que partidos da oposição reconhecem hoje, elogiando a estratégia geopolítica dos militares, que pensaram o Brasil até o início deste século e não apenas para um governo, conforme é a regra. Anteciparam que a geopolítica e o planejamento são o DNA - Ácido Desoxirribonucléico - do progresso. Grande e múltiplo, o País não pode dispensar planos qüinqüenais ou decenais, onde os eixos macroeconômicos seriam pensados, implementados e sem solução de continuidade, garantindo-se verbas anuais nos orçamentos. É boa a frase de que os estadistas pensam nas próximas gerações e não apenas nas próximas eleições, e isso é o que estamos necessitando, embora alguns parâmetros sejam seguidos. Quando se cita as Forças Armadas para que sejam preservadas, aprimoradas e melhor aproveitadas, a tendência é de se receber olhares de desaprovação, às vezes frases duras e rótulos nada agradáveis. Porém, e a construção da Belém-Brasília, o Projeto Calha Norte, a criação da Embraer, montagem de belonaves para a Marinha nos arsenais do Rio de Janeiro e de carros de combate para o Exército aproveitando a indústria de autopeças existente em São Paulo? Pois hoje constata-se que um país só é respeitado se tiver poderio econômico, militar ou tecnológico, o ideal brasileiro seria uma combinação razoável dos três eixos. Queira Deus não sejamos atropelados pelos acontecimentos militares externos, pois são de fora os fatos que mais nos têm causado problemas financeiros e econômicos na última década, sem que possamos preveni-los ou deles nos defender, tal a nossa precariedade em diversas frentes. A Rússia, malgrado a debilidade com o fim da URSS, é consultada pelos EUA em quase tudo, deu apoio irrestrito quando dos ataques de setembro de 2001 e tem lucrado com esta aproximação, inimaginável há 15 anos. Simpatia mútua? Não, apenas resguardo por quem tem armas nucleares e detém tecnologia militar de ponta. O Brasil deve projetar o futuro, para não sofrer no presente e ficar amarrado a um passado problemático, exatamente como propõe a Escola Superior de Guerra com suas políticas geoeconômicas e sociais para o Brasil de 2030.


Topo da página



09/19/2002


Artigos Relacionados


Projeto de Suplicy estabelece como será escolha de candidatos em primárias

PAULO SOUTO LEMBRA VISÃO DEMOCRÁTICA DE ANÍSIO COMO EDUCADOR

Visão monocular será considerada deficiência

Candidatos contam como foi primeiro dia do Enem

Como são as regras para doações aos candidatos

Simon defende rapidez em julgamento de processos que têm candidatos como réus