Pavan alerta para prejuízos com aumento do álcool combustível
Para o parlamentar catarinense, outro reflexo deverá ser a retração nas vendas dos carros a álcool ou bicombustível, uma vez que os compradores pensarão duas vezes antes de adquirir um veículo mais caro sem a compensação de preços módicos para o álcool.
Pavan criticou o governo por "bater cabeça" e não se entender a respeito da política de preços dos combustíveis. Depois de afirmar reiteradamente que não haveria outros aumentos até o final deste ano, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, foi desmentida pela direção da Petrobras, que alegou justamente os reajustes promovidos pelas usinas de álcool.
- O fato é que os usineiros estão se aproveitando de uma situação favorável para aumentar suas margens - afirmou o senador, reconhecendo que houve diminuição na oferta em razão de atraso na colheita de cana causado pelas chuvas, aumento das exportações e aumento do consumo de álcool hidratado, justamente pela entrada no mercado de automóveis movidos tanto a álcool quanto a gasolina.
Na opinião do parlamentar, a despeito dessas justificativas, a política dos usineiros é "perigosa" para eles próprios, já que o produto só seria interessante se o preço nas bombas dos postos não ultrapassasse os 65% do preço da gasolina.
Além dos erros na área de preços, o governo vem enganando a sociedade no que se refere à aplicação dos recursos arrecadados por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), imposto cobrado na comercialização de combustíveis. Avaliação da Confederação Nacional do Transporte (CNT), publicada no final de junho, revela que apenas 15,2% dos recursos da Cide, que se situa entre R$ 8 e R$ 10 bilhões por ano, fora empenhada até aquele momento na recuperação de estradas e em obras de infra-estrutura de transportes.
- Esse é um escândalo que derrubaria o governo em um regime parlamentarista - disse Pavan.
01/12/2004
Agência Senado
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