Pavan diz que Diógenes não pode falar em nome do governo ou do PT



O líder do governo na Assembléia, deputado Ivar Pavan (PT) garantiu que o ex-presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes Oliveira, não recebeu delegação do governador Olívio Dutra para negociar nada em nome do partido ou do governo gaúcho. A declaração de Pavan foi feita após os deputados terem acesso à degravação de um CD com uma suposta conversa entre o ex-chefe de Polícia, Luis Fernando Tubino, e Diógenes de Oliveira. O CD foi entregue ao relator da CPI da Segurança Pública, deputado Vieira da Cunha (PDT) pelo delegado aposentado e ex-deputado pelo PDT, Vilson Mülller.

Depois de ouvir a gravação, Ivar Pavan disse que o primeiro passo é conferir se o material é autêntico. O deputado solicitou uma perícia técnica. “Se não for uma montagem, Diógenes Oliveira terá que esclarecer aos deputados da CPI esta conversa”, apontou Pavan. Ele admite que o conteúdo do CD, se for verdadeiro, apresenta indícios de graves irregularidades. “Fiquei ao mesmo tempo indignado e chocado”. O deputado reafirmou que o PT não tem medo que a verdade venha a público e assegurou que, caso o CD seja verdadeiro, a decisão de Diógenes Oliveira, de procurar o ex-chefe de Polícia, foi pessoal.
A audiência da CPI da Segurança, realizada nesta sexta-feira (26/10) iniciou com mais de seis horas de atraso. Marcada para começar às 10h, a reunião foi interrompida até que a degravação do CD fosse concluída pelo serviço de taquigrafia da Assembléia. A sessão foi programada para fazer uma acareação entre o ex-chefe de Polícia, Luís Fernando Tubino e os delegados Roberto Pimentel, Farnei Goulart, Nelson Oliveira e Lauro Antônio Santos. Os quatro alegam que ouviram Tubino dizer que dinheiro do jogo do bicho seria destinado a obras sociais do governo estado, fato que o ex-chefe de Polícia negou.
Ainda na parte da manhã, o deputado Ronaldo Zülke (PT) denunciou que o delegado José Carlos Weber, ex-presidente da Associação dos Delegados de Polícia, teve acesso à sala onde estão depositados documentos sigilosos que a CPI está analisando. Considerando o fato da maior gravidade, Zülke revelou que viu pessoalmente o delegado na sala onde está o material referente à quebra do sigilo telefônico de várias testemunhas. O deputado disse que a irregularidade é inadmissível. O deputado Ivar Pavan, que já havia feito a denúncia anteriormente, lamentou que, mesmo já tendo conhecimento do fato, o presidente e o relator da CPI não tenham tomado as medidas necessárias para impedir que pessoas estranhas à CPI circulem nas dependências onde os funcionários trabalham.



10/26/2001


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