Pavan diz que documentos apreendidos não comprovam tese da oposição
Líder do governo reafirma que o PT busca a verdade e diz que a fraude é prática da direita
O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan(PT), criticou o método utilizado pela CPI para obter a lista das pessoas que emprestaram R$ 80 mil para o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, pagar a primeira parcela da prédio onde funciona a sede do PT. “Arrombaram uma porta que já estava aberta. O mandado de busca e apreensão era desnecessário, pois a documentação que Diógenes havia prometido entregar à CPI só não havia sido encaminhada ainda porque ele foi hospitalizado”, observou o deputado.
Sobre os documentos apreendidos, Pavan ressaltou que nenhum comprova ligações do PT ou do governo estadual com o jogo do bicho ou qualquer outra atividade ilícita. “Vamos analisar o material, mas pelo que foi apresentado inicialmente, percebo que são documentos que se referem à vida partidária, ao Clube de Seguros, reportagens da imprensa sobre a CPI, ou seja, nada que justifique todo este exagero”. O deputado disse que não há motivos para alegar - como estão fazendo alguns integrantes da CPI e da oposição - que a lista dos credores de Diógenes de Oliveira, encontrada na sua casa pelos oficiais de justiça e pelo relator da CPI, Vieira da Cunha, foi forjada. “Diógenes disse que tinha a relação, a oposição pediu para ele entregar a lista, ele concordou, arrombaram sua casa e, como encontraram o documento, resolver dizer que é falso. Falsa é esta investigação sobre a segurança pública no Estado”, apontou o parlamentar. Ivar Pavan também afirmou que o hábito de simular documentos é da direita e lembrou que o próprio requerimento inicial solicitando a instalação da CPI foi fraudado pela oposição.
Ele reiterou que o PT e o governo buscam a verdade e que a CPI está mais interessada em teses do que em fatos reais. “Esta Comissão tem a obrigação de buscar a verdade por inteiro. Mas eles têm uma ansiedade tão grande de condenar o governo que chegam a usar métodos semelhantes aos da ditadura militar. Na última segunda-feira, o depoente foi praticamente torturado durante a audiência. Quando decidiram entrar de surpresa em sua casa, não respeitaram seu estado de saúde e estão tratando uma testemunha como criminosa. São uma série de atos condenáveis que só tem um objetivo: fazer da CPI um palanque eleitoral e um instrumento de desgaste do governo Olívio Dutra”.
O deputado disse que está cansado de teses, suspeitas e indícios. “Este cenário só interessa aos nossos adversários, pois enquanto há suspeitas, há manchetes de jornais. A verdade irá mostrar que eles erraram o alvo na investigação e por isto não interessa para a oposição”, opinou Pavan.
O deputado voltou a solicitar que as demais fitas em posse do ex-delegado Wilson Müller sejam entregues imediatamente à CPI. “Chega deste espetáculo. Não temos nada a esconder”.
11/07/2001
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