PCR decide cortar gratificações






PCR decide cortar gratificações
Prefeitura anuncia nesta semana redução nos gastos e suspensão de benefícios

Servidores da Prefeitura do Recife que recebem mensalmente as chamadas gratificações absurdas terão uma surpresa nada agradável ao receber os contracheques dos próximos meses. Até sexta-feira serão anunciadas as primeiras medidas de controle do gasto público. Especula-se que haverá suspensão imediata da concessão de novas solicitações referentes às Gratificações por Quilômetro Rodado e as Gratificações de Plantão. No primeiro caso, vários servidores da Empresa de Urbanização do Recife (URB) recebem uma remuneração extra, sem nem sequer ter a carteira de habilitação de motorista.

Os funcionários da Comissão de Defesa Civil do Recife (Codecir) também serão atingidos. A empresa tem como uma de suas atribuições atender aos moradores em situação de risco. Mas com a criação do Programa Guarda Chuva, que mantém uma ação permanente nos morros e alagados do Recife, o pagamento "extra" ficou sem efeito prático. A decisão adotada pela PCR não foi à toa.

Segundo informações de bastidores, o número de solicitação dessas gratificações absurdas teve um aumento considerável nessa gestão. O universo de pessoas "beneficiadas", no entanto, só deve ser revelado, nos próximos 30 dias, após a conclusão de um diagnóstico geral da PCR. Antes de viajar para Paris e Portugal, o prefeito do Recife, João Paulo (PT), fez uma reunião extra, na semana passada, com seu grupo de coordenação. O encontro serviu para acertar os detalhes das mudanças na concessão dos "privilégios" financeiros pagos com recursos do cofre municipal.

O anúncio de medidas "antipáticas" para o servidor serão anunciadas estrategicamente durante a ausência de João Paulo. Quando retornar, a poeira deverá estar assentada e a administração petista seguirá seu curso normal. De acordo com o secretário de Administração da PCR, Danilo Cabral, após o diagnóstico será possível identificar quem ganha essas gratificações e seu custo, qual a base legal para receber o benefício e os critérios de concessão.


Líderes reagem desconfiados à tese de Campos
A proposta de construção de uma unidade gradual dos partidos que compõem a Frente de Esquerda, defendida pelo deputado federal Eduardo Campos (PSB), para vencer o principal adversário da oposição em 2002, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), foi vista com cautela pelos aliados. Numa de suas propostas, Campos sugeriu que os partidos voltem à estaca zero na discussão sobre sucessão.

O primeiro a discordar do parlamentar foi o secretário municipal de Saúde, Humberto Costa (PT). "Não sei o que é zerar o processo. Se for para o PT dizer que Humberto não é mais nada na majoritária não há como retroceder. Nosso partido já decidiu e colocou meu nome na majoritária", disse o secretário, acrescentando que o que devem ser discutidos agora são as propostas e os programas de governo.

Para Costa, toda sugestão que proponha a unidade é bem recebida. "Acho interessante. Como o PT tem uma posição clara de construir a unidade, quanto mais cedo acontecer melhor. Não dá é para ficar nesse jogo de gato e rato. É precisosaber a disposição de cada partido para formar o quanto antes a aliança", disse.

Além da unidade gradual, Campos também propôs que se formasse uma aliança inicial a partir de pontos comuns, a exemplo de todos fazerem oposição a Jarbas Vasconcelos. O parlamentar aconselhou, ainda, ser mais prudente esperar o desenrolar do cenário nacional e estadual até que a conjuntura fique mais clara para se avaliar até onde será possível a formação de um palanque único.

Para o senador Roberto Freire (PPS), a sugestão de Campos deve ser analisada. "Amanhã (hoje) o PPS vai definir uma comissão para definir a aliança. Toda a proposta que vise a unidade deve ser analisada. A certeza que temos é que o congresso do PPS será antecipado. Na reunião de hoje à noite vamos discutir a crise do partido", informou. O presidente estadual do PDT, deputado José Queiroz, e o presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Dilson Peixoto (PT), foram procurados por telefone pelo Diario, mas não retornaram as ligações.


Senadores prometem revogar 13º para ex-parlamentares
Peres vai pedir a Tebet para não sancionar o projeto de resolução

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse ontem que considera muito ruim para a imagem do Congresso Nacional o projeto de resolução, já aprovado na Câmara e no Senado, que concede o 13º salário aos ex-congressistas, além de dobrar o benefício de aposentados e pensionistas de parlamentares mortos até 1997. Retroativa a 1º de fevereiro de 1999, a aprovação do projeto implicará no desembolso imediato de R$ 41,9 milhões, beneficiando 683 ex-deputados e 800 pensionistas da Câmara e 88 ex-senadores e 113 pensionistas do Senado. Os favorecidos não contribuíram ao longo dos anos para o pagamento do benefício, que será bancado pela União.

"Não me lembro de ter votado esse projeto. Por isso, pretendo estudá-lo hoje. Acho-o muito ruim para a imagem do Congresso", adiantou Tebet. O senador Jefferson Peres (PDT-AM) promete subir à tribuna amanhã para pedir oficialmente a Tebet que não sancione o projeto de resolução. "Vou fazer esse apelo público ao presidente do Senado para tentar demonstrar a nossa desaprovação com esse verdadeiro escândalo. Estou indignado, verdadeiramente envergonhado. Fazemos o possível para resgatar a imagem da Casa. Mas com uma única sessão tudo vai por água abaixo", afirmou.

O bloco de oposição do Senado se reúne esta semanaa para estabelecer a melhor estratégia para derrubar o benefício. Segundo a senadora Heloisa Helena (PT-AL), a oposição tem duas opções: entrar com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) ou propor um novo projeto de resolução tentando anular o que foi aprovado na última quarta-feira, na calada da noite. "É inaceitável e por isso vamos mobilizar o bloco da oposição para mudar isso", prometeu a senadora petista.


Perícia esclarecerá morte de prefeito
CAMPINAS (SP) - A Polícia Civil de Campinas divulga hoje o resultado da perícia de uma moto apreendida na última sexta-feira, que pode ser a primeira prova material de que o assassinato do prefeito Antonio da Costa Santos ocorreu durante uma tentativa de assalto. A moto, modelo Titan, pode ser uma das duas que, segundo a polícia, foram utilizadas por quatro assaltantes durante a tentativa de assalto contra Toninho, próximo ao shopping Iguatemi, no último dia 10 de setembro. Três acusados do crime já estão presos e confessaram a ação.


Colunistas

DIARIO Político

O poder da escolha
A sociedade pernambucana caminha para um espetáculo de vigor democrático nas eleições gerais de 2002. Uma exceção no Nordeste. Apesar de não serem poucas as pessoas que ainda lamentam o fato de o Estado não ser controlado com mão de ferro, como na Bahia ou no Ceará. Esse vigor tem sido confundido com fraqueza e dispersão política. Há sempre alguém com esperança de que chegue o salvador para tirar Pernambuco da miséria, da violência, da ignorância. Que bata na mesa e consiga uma fábrica da Ford - na imagem simplista difundida para mostrar a força dos estados vizinhos. Não há salvadores na política do Ceará ou da Bahia, por exemplo, onde o bem-estar social evoluiu pouco. Pouco e com o agravante de que o poder concentrado em número limitado de líderes deixa a população sem opção, sem o poder fundamental da escolha. Essa possibilidade de escolha vai mostrar, no longo prazo, como Pernambuco está no caminho certo. Aqui é possível questionar. O debate é generali zado e franco. Se um administrador erra, multiplicam-seas críticas e as possibilidades de acerto. 2002 será um show democrático porque a sociedade estará representada na disputa em toda sua diversidade. É justamente isso que alguns não entendem quando vêem os partidos de oposição a Jarbas Vasconcelos em semanas de conflitos por causa das eleições. Quando observam o mesmo na base aliada do governo. A diversidade impede os desmandos. Força líderes a rever estratégias políticas e administrativas, como Arraes, violentamente derrotado em 98, e Maciel, que teve sua influência reduzida para 2002.

Uma curiosa e bem montada estratégia de marketing está abrindo largos espaços no Interior para o vice-presidente Marco Maciel (PFL). Só dá ele nas rádios e jornais de importantes cidades

Mulheres 1

A previsão da maioria dos deputados é que seis mulheres sejam eleitas para a próxima legislatura. O deputado Carlos Lapa (PSB) diz, em tom de brincadeira, que vai cobrar ao presidente que se antecipe e construa o banheiro feminino no plenário da Assembléia.

Mulheres 2

Além de Tereza Duere (PFL) e Malba Lucena (PSDB), espera-se na AL outras quatro: Ana Carla Lapa, filha do deputado Carlos Lapa; Ana Rodovalho, esposa do prefeito de Jaboatão, Fernando Rodovalho (PSC); e Luzia Jeanne, esposa do prefeito do Recife, João Paulo (PT). Jacilda Urquisa (PMDB), ex-prefeita de Olinda, chegaria na vaga de Hélio Urquisa, seu marido.

Na mira

O deputado José Queiroz (PDT) quer mesmo tirar a paciência do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O parlamentar viaja várias vezes pela BR-232 durante a semana e não perde tempo. Tira foto de tudo que considera irregular. Já tem nas mãos novo álbum que, segundo ele, mostra que o Governo tem "desmanchado" o que fez em seis trechos da obra.

Surto

O deputado Lula Cabral deve estar sofrendo de crise de identidade. Ele driblou a oposição e ficou no PMDB. Passou os últimos dias sem freqüentar o plenário da Assembléia. Dizem que está tentando se recompor para esquecer que votou contra projetos do Governo há uma semana.

Curso

A Câmara Municipal do Recife promove nesta semana o curso de Técnica Legislativa para assessores da Casa e vereadores de primeiro mandato. Em parceria com a Secretaria de Finanças da PCR, será ministrado à tarde, até quinta-feira. Há parlamentares que vão precisar de aulas suplementares.

Parceria

A prefeita Luciana Santos (PCdoB) e o ministro Raul Jungmann assinam hoje, às 11h, um convênio guarda-chuva que permite a parceria em diversos projetos. Um deles seria de organização de cooperativas agrícolas na área rural de Olinda, onde espera-se implantar um pólo de produção de plantas medicinais.

Debate

A Câmara Municipal do Recife vota esta semana o projeto de lei do vereador Marcos Menezes (PMDB), que propõe a criação da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social. A intenção do parlamentar é incluir a comissão no regimento interno da Casa, para fortalecer as discussões sobre a violência entre os vereadores.

O advogado Lêucio Lemos, ligado aos secretários estaduais de Justiça, Humberto Vieira, e de Governo, Dorany Sampaio, desistiu de concorrer à vaga de desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Avaliou melhor as desvantagens do posto.


Editorial

Expectativas sombrias

Quando as torres gêmeas do World Trade Center desabaram e parte do Pentágono foi reduzido a escombros, restou evidente que a economia mundial ficaria exposta a trepidações significativas. Não estavam em perspectiva, contudo, efeitos tão drásticos quanto os previstos em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) recém-divulgado. O documento editado pelo Departamento de Economia e Questões Sociais da instituição estima que os ataques suicidas provocarão rombo de US$ 350 bilhões no sistema econômico internacional em 2001.

A insegurança gerada pela ação hedionda em Nova Iorque e Washington, com expectativas sombrias sobre novos atentados, acentua as projeções quanto à redução das atividades econômicas. A expansão mundial prevista em 2,4% para 2001 decairá em um ponto percentual. Aplicada à renda mundial de US$ 35 trilhões, a queda corresponderá à mencionada perda de US$ 350 bilhões. Os efeitos mais graves recairão sobre os chamados países emergentes, adverte o estudo da ONU. Acrescente-se, sobre o Brasil em particular, maior economia do subcontinente americano.

A exposição mais intensa das economias secundárias às conseqüências da crise está na lógica do cenário depressivo já antevisto para o futuro imediato, em razão da fuga de capitais na direção de economias mais estáveis. Os sinais de forte declínio econômico na América Latina já despertaram as preocupações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Enrique Iglesias, presidente do órgão, anuncia que a região está na iminência de entrar “em um dos períodos mais difíceis em muitas décadas”.

A taxa média de crescimento da América Latina apurável no fim do ano, conforme Iglesias, não ultrapassará 1%. Há, portanto, sintomas de que, no próximo ano, a situação poderá tornar-se mais crítica. Resumem-se aí as razões por que o BID prepara fundo de emergência de alguns bilhões de dólares (o organismo não detalhou a importância exata) para socorrer as nações latino-americanas.

O Brasil exibe peculiar grau de vulnerabilidade. Sofre os efeitos do colapso que atinge a economia argentina. Desde a agressão terrorista de 11 de setembro nos EUA, o risco econômico do país subiu de 961 pontos-base para 1.172. Significa que a colocação dos papéis da dívida brasileira no exterior pagará juros 11,7% acima dos títulos norte-americanos de trinta anos (T-Bonds). A moeda, no mesmo período, sofreu desvalorização de 6,29% frente ao dólar (42,6% no ano). A produção se encontra contida em virtude do racionamento de energia.

As expectativas desalentadoras, contudo, não devem alimentar pessimismos catastrofistas. Mas é indispensável criar estratégias preventivas para enfrentar a tormenta insinuada no horizonte. As previsões se sustentam na realidade de hoje. Não cabe depois a desculpa de que o País foi apanhado de surpresa como forma de justificar efeitos futuros resultantes apenas da imprevidência. Já basta o que ocorre com a crise de energia, prevista mais de dez anos antes e ignorada pelo poder público.


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10/15/2001


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