PDT negocia aliança com PPS para o Planalto







PDT negocia aliança com PPS para o Planalto
O PDT está reavaliando o quadro de alianças para as eleições de 2002 e decidiu retomar conversações com o PPS do candidato à Presidência da República Ciro Gomes, suspensas em outubro. A alternativa que vinha sendo trabalhada, de coligação com o PMDB, acabou prejudicada com o enfraquecimento do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, derrotado na executiva nacional quanto ao número de filiados que votarão na prévia de janeiro. Entre os defensores da coligação com o PPS está o deputado federal Alceu Collares, que faz uma única exigência: o PDT não abre mão de indicar o candidato a governador.

Segundo ele, a eventual aliança trará mais benefícios ao partido de Ciro do que aos trabalhistas. Collares lembrou que o PDT tem dois minutos e meio de tempo na televisão, 'quase o dobro do candidato do PPS'. Em relação ao PMDB, reconheceu que a aproximação com Itamar ou com o senador Pedro Simon está afastada temporariamente, até o partido decidir posição sobre o apoio ao presidente Fernando Henrique.

O deputado federal Pompeo de Mattos defende que o partido não espere a definição do quadro nacional e volte a procurar o PPS e o PTB. Para ele, o PDT não deverá lançar nome próprio à Presidência da República apenas como forma de marcar posição. 'É necessário fazer composição nacional para consolidar o partido', disse Pompeo, que não afasta a possibilidade de aproximação com Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto.

Posição divergente é adotada pelo deputado João Luiz Vargas, que propõe lançamento de candidatura do PDT à Presidência, indicando o nome de Collares. 'Ele tem todas as condições, já foi prefeito e governador, além de carregar a bandeira da negritude, o que é um diferencial', apontou João Luiz. O presidente estadual do PDT, deputado federal Airton Dipp, reconheceu que novos contatos serão buscados com o PPS, mas admitiu que apóia a candidatura trabalhista ao Palácio do Planalto, indicando o nome de Collares. 'Ele tem aval do presidente nacional do partido, Leonel Brizola', enfatizou Dipp.


Simon anuncia que não desistirá de concorrer
O senador Pedro Simon confirmou ontem a sua candidatura à eleição prévia que o PMDB realizará em 20 de janeiro de 2002, quando escolherá o candidato à sucessão presidencial. Em discurso na tribuna, Simon considerou importante a permanência do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, na disputa para viabilizar a eleição interna do partido. O senador disse também que espera decisão de equilíbrio e bom senso do conselho político do PMDB, que, em reunião ainda a ser marcada, aprovará ou não a composição do colégio eleitoral da prévia. Simon defende a ampliação do número de votantes, que na reunião da executiva ficou estabelecido em quase 4 mil peemedebistas, mas sem os vereadores do partido. 'Não há raciocínio que justifique a exclusão dos vereadores', afirmou Simon. Na sua avaliação, o partido sairá bem do episódio. 'Neste momento, o PMDB tem de dizer a que veio e o que quer', destacou.

Simon criticou a atuação dos 'marqueteiros', que, segundo ele, estariam tendo influência exagerada junto aos candidatos, deixando os partidos políticos à margem. Ele denunciou também a existência de 'conluio' entre a mídia e os institutos de pesquisa, que estão realizando sondagens sobre nomes à sucessão de forma parcial, incluindo pessoas que sequer registraram as suas candidaturas nos partidos. O senador ameaçou que, se as pesquisas não incluírem o seu nome, ele poderá até mesmo entrar na Justiça.

O pré-candidato do PMDB criticou também o presidente Fernando Henrique Cardoso, afirmando que ele iniciou uma tática para segurar o PFL na aliança governista e preservar essa unidade em 2002. Ao comentar as declarações do presidente - que quinta-feira elogiou a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do PFL, e admitiu que o PSDB pode não ter a cabeça de chapa em 2002 -, Simon disse que FHC segue a estratégia correta para manter a aliança.

Durante o discurso, Simon ironizou a tese dos governistas que cogitam a possibilidade de o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, compor chapa com Roseana, ficando na vice-presidência, e reiterou a necessidade de o PMDB manter a candidatura própria.


Sede do PT será devolvida ao clube
Partido pretende sair imediatamente do prédio e levantar recursos com filiados para comprar espaço

A executiva estadual do PT deverá decidir, terça-feira, pela devolução do prédio em que funciona a sede estadual do partido ao Clube de Seguros da Cidadania. Cedida por sistema de comodato (sem custo), a sede, na avenida Farrapos, foi comprada pela seguradora com recursos de doações não esclarecidas que se constituíram num dos alvos da CPI da Segurança Pública da Assembléia Legislativa. A tendência da executiva é a de que o PT saia imediatamente do prédio e comece a levantar recursos para comprar uma nova sede.

Já na próxima semana, a executiva pretende lançar campanha que atingirá filiados e simpatizantes de todo o Rio Grande do Sul com vistas à arrecadação de dinheiro para a empreitada. Com o pedido de R$ 1,00 de contribuição, o partido estima que seja possível juntar o montante de cerca de R$ 100 mil. O valor leva a pressupor que o novo local será bem mais modesto do que o prédio atual onde funciona a sede estadual do partido e que teria custado, de acordo com a direção petista e as prestações de contas à CPI, R$ 310 mil.

Foram três as possibilidades que o PT avaliou: a de comprar o prédio do Clube de Seguros da Cidadania; a de sair imediatamente, alugar uma sala e se empenhar em uma nova compra; e a de ficar no prédio da seguradora até que haja recursos para adquirir outro imóvel. A primeira opção é a mais provável porque a direção entende que seria uma forma de demonstrar o não-envolvimento com recursos do jogo do bicho, conforme supôs a CPI. O secretário-geral do PT, Francisco Vicente, garantiu que a relação com o Clube de Seguros da Cidadania será encerrada terça-feira. 'O partido não sabia que empresários que doaram recursos ao clube não estavam cientes de que seriam deslocados para a compra da nossa sede.

Se isso ocorreu e nada foi dito a eles, devemos deixar o prédio, pois o PT sempre lidou com dinheiro de forma muito transparente', argumentou Vicente. A arrecadação de recursos para a sede em ano eleitoral, ocorrendo paralelamente à obtenção de financiamento para a campanha ao governo do Estado, não é vista como problema pelo PT. O secretário-geral acredita que o partido terá o controle e os doadores saberão claramente para que objetivo estarão contribuindo. Na campanha de doação de R$ 1,00, o PT tomará cuidados: abrirá conta específica para receber as contribuições, que deverão ser nominais e com identificação do CPF do colaborador.


Ciro considera injustas comparações com Collor
O pré-candidato à Presidência da República pelo PPS, Ciro Gomes, declarou ontem, no Pará, que há injustiça nas comparações feitas entre ele e o ex-presidente Fernando Collor. Disse que não é imoral, aventureiro, incompetente ou produto de marketing. 'Não me apresento como salvador da pátria porque a crise não será resolvida por um homem só, mas pelo conjunto da sociedade', destacou Ciro.


Filiados se manifestam em apoio ao governo
O PT faz no fim de semana roteiro de atos políticos no Interior em resposta ao relatório da CPI da Segurança Pública e em solidariedade ao governador Olívio Dutra. As manifestações de hoje serão em Cruz Alta, Três Passos, Santa Maria, Lajeado, Alegrete, Passo Fundo e Erechim. Amanhã ocorrerá ato em Tramandaí. Houve manifestações ontem em São Leopoldo e Bagé e, na próxima semana, estão programados atos na Grande Porto Alegre.


Fortunati lançado por prefeitos e vices
A Associação de Prefeitos e Vices do PDT lançou ontem o vereador José Fortunati para o governo do Estado ao final do encontro realizado na sede estadual do partido. Fortunati declarou que municipalizará a campanha, delegando organização às 37 coordenadorias regionais. 'Prefeitos e vereadores mantêm contato permanente com as bases, conhecendo de perto os problemas da região', disse Fortunati. Ele recolherá de cada prefeitura soluções para compor o programa de governo. O vereador esteve ontem em Silveira Martins e hoje visita Iraí e Erechim. A definição oficial da pré-candidatura acontecerá na pré-convenção do PDT, dia 16 de dezembro, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo.


Legislativo integra ações por videoconferências
A Assembléia Legislativa vai instalar na quarta-feira o Programa Interlegis que, através de videoconferências, integrará ações dos parlamentares brasileiros em todas as esferas. O sistema terá a coordenação do deputado Marco Peixoto, do PPB. A primeira experiência foi registrada ontem com a participação do deputado Berfran Rosado, do PPS, no Seminário Nacional de Fiscalização e Controle de Recursos Públicos, realizado na Câmara dos Deputados.


Lula tem esperança de unir a oposição
O presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem que continua sonhando com a união das esquerdas nas eleições presidenciais do ano que vem. Segundo ele, o diretório nacional do PT vai tentar, a partir de dezembro, iniciar conversações com os partidos de oposição. Lula afirmou que esses contatos não serão individuais, mas encontros entre as lideranças partidárias. O presidente de honra também fez questão de esclarecer que não fala como candidato, pois o PT provavelmente vai realizar prévia e dificilmente o partido abrirá mão da cabeça de chapa para viabilizar a coligação da oposição. 'Não é possível que alguém com 5% nas pesquisas queira ficar na frente de quem obteve 30%', ressaltou Lula.


Maciel defende coligação pela governabilidade
O vice-presidente Marco Maciel, do PFL, defendeu ontem a união dos partidos da base aliada do governo. 'A coesão das forças não é importante apenas para a vitória eleitoral. Ninguém governa sozinho', declarou. Maciel disse que o bom desempenho, nas pesquisas à Presidência, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, gera fato novo na política. Porém, ponderou que só em 2002 haverá definição de nomes.


Ministro do PMDB diz que Roseana é boa candidata
O ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna, do PMDB, endossou a tese do presidente Fernando Henrique Cardoso de que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do PFL, tem condições de disputar a sucessão presidencial de 2002. FHC disse que o Brasil quer 'uma coisa de mulher, positiva e nova'. Suassuna concordou, mas disse que prevalece no PMDB a tese de candidatura própria e a aliança com o PFL ficará para o 2º turno.


Secretário-geral petista acha prévia desnecessária
O diretório nacional do PT se reúne hoje, em São Paulo, com o objetivo de definir a prévia do partido à Presidência da República, marcada para março. Segundo o secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela, com os 30% de Lula nas intenções de voto das pesquisas de opinião, a prévia será desnecessária. Magela ainda classificou como 'capricho' a insistência do senador Eduardo Suplicy de disputar a prévia do PT ao lado de Lula.


Viagem de Olívio recebe críticas
O presidente estadual do PMDB, deputado Cezar Schirmer, criticou a viagem do governador Olívio Dutra quinta-feira a São Paulo para explicar os indícios de envolvimento do governo com a contravenção. Segundo Schirmer, Olívio usou recursos públicos para tentar limpar sua imagem fora do Estado, prevendo repercussões locais. O líder da bancada do PPB na Assembléia Legislativa, deputado Vilson Covatti, classificou a ação do governador como 'viagem turística', com a finalidade de tentar minimizar o impacto das acusações levantadas pela CPI da Segurança Pública. Ele acredita que o governador não tem argumentos para desmentir os fatos comprobatórios.


Vieira divulga CPI fora do RS
O relator da CPI da Segurança Pública, deputado Vieira da Cunha, do PDT, viajará a Brasília, quarta-feira, e a São Paulo, quinta-feira, para divulgar o relatório final da comissão. Vieira explicou que a iniciativa será resposta às entrevistas concedidas à imprensa paulista pelo governador Olívio Dutra quinta-feira, criticando os rumos da CPI. De acordo com o relator, termos como 'vilania' e 'golpismo', sistematicamente utilizados pelo governador em referência aos trabalhos da comissão, representam ofensa à Assembléia Legislativa. Vieira distribuirá cópias do relatório a deputados e a senadores no Congresso Nacional e visitará redações de jornais em São Paulo.


Artigos

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Carlos Adílio Maia do Nascimento

Crescer é aumentar em tamanho. Desenvolver é aumentar em qualidade. Desenvolvimento sustentável é aquela forma de organização dos sistemas produtivos que contempla simultaneamente os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Desenvolvimento sustentável é hoje tônica mundial e está sendo perseguido intensamente pelos países ricos.

Durante o século XX, o mundo cresceu muito, em especial o Brasil. Multiplicamos várias vezes a população, saímos de uma incipiente economia agropastoril extrativista e nos colocamos entre as dez maiores economias industriais do mundo. Desenvolvemos uma imensa rede de infra-estrutura: rodovias, portos, energia, telefonia, etc. Foi adotado pelo nosso país o modelo internacional vigente que se caracterizou por crescimento e não por desenvolvimento e está deixando como resíduo pobreza e exclusão social, e sua resultante imediata, a violência. Gerou o que reconhecemos como a grande dívida social da sociedade brasileira, muito mais preocupante do que o endividamento externo e interno. Esse modelo está associado a uma indiscriminada exploração dos recursos naturais, o que começa a preocupar, pois o desenvolvimento sustentável preconiza também o atendimento das necessidades das gerações futuras. É o direito dos ainda não nascidos. O ciclo de crescimento que o mundo cumpriu desde a Revolução Industrial e que atingiu vertiginosa velocidade após a Segunda Guerra Mundial está se exaurindo. A avassaladora concentração de renda em menos de 10% da população do planeta, bem como o explosivo aumento de consumo desta pequena parcela da população, está se tornando insustentável pelo agravamento rápido da pobreza no resto do mundo.

A sustentabilidade é obtida através de uma distribuição ampla da riqueza em um mercado de trabalho pleno, assegurado por novos sistemas de produção, mais racionais e preocupados com o insumo fundamental - homem. O econômico e o social estão indissoluvelmente interligados. Uma progressiva cultura de responsabilidade social corporativa precisa assegurar uma melhora contínua da qualidade de vida de todos os trabalhadores e de suas famílias. O pilar ambiental da sustentabilidade é assegurado pela geração de novas tecnologias, que proporcionem a reformulação dos múltiplos sistemas de produção, criando produtos desenhados com responsabilidade ambiental. O desenvolvimento sustentável é um desafio positivo de mudança.


Colunistas

Panorama Político/A. Burd

SIMON E O PT
Pedro Simon discursou ontem da tribuna do Senado para anunciar que não desistirá da prévia do PMDB que vai escolher o candidato ao Planalto. Porém, aproveitou para três estocadas: 1ª) 'Na eleição para presidente do PMDB gaúcho, votaram 50 mil eleitores. Na prévia entre Olívio D utra e Tarso Genro, não passaram de 22 mil'; 2ª) 'No Rio Grande do Sul, o nosso querido PT está com graves problemas originários da campanha. No intuito de buscar fundos, ocorreram fatos que demonstraram que a verba pública em campanha seria fundamental'; 3ª) 'O PT se deixa dominar pelo publicitário Duda Mendonça, que moldou a imagem de Maluf. Ele está dando nova fisionomia ao PT: mais light, mais simpática, mais agradável, menos radical'.

VALORES
A direção do PT é modesta ao fixar em R$ 1,00 a contribuição de cada filiado para a compra da sede própria do diretório estadual. Não há servidor com cargo de confiança que doará menos que R$ 200,00.

COTADO
Esquentou ontem à tarde, em Brasília, a indicação de Luiz Roberto Ponte, ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do Planalto, para o Ministério dos Transportes. Seguiria com um gaúcho e do PMDB.

É OU NÃO É? - A executiva estadual do PT reafirmará, na reunião de 3a-feira, que Diógenes de Oliveira não é mais filiado. Se ele insistir em dizer que está afastado temporariamente, será submetido à expulsão. O Tribunal Regional Eleitoral não registrou a desfiliação, porque as listas dos partidos chegam duas vezes ao ano: em outubro e em abril. Portanto, seu nome só sairá oficialmente do cadastro da Justiça dentro de cinco meses.

DIVISÃO DO PODER
Maior desafio do futuro diretório estadual do PPS, a ser eleito a 9 de dezembro: acomodar os históricos, intermediários e novatos do partido. Em meio a guerrinhas de vaidade.

CONFIANÇA
O deputado federal Nelson Marchezan é relator do projeto que acrescenta R$ 250 milhões ao orçamento de 2002, que permitirão garantir 34% de aumento na gratificação de estímulo à docência. Confia que, com isso, a greve dos professores universitários chegue ao fim.

QUEREM MAIS
Verbas dos hospitais universitários serão tema de audiência na Câmara dos Deputados, 5a-feira. Nos debates, além dos parlamentares, o médico Luiz Eurico Vallandro, diretor do Grupo Conceição e presidente da Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino.

POR UM FIO
PT e PDT, que mantêm coligação na Prefeitura de Bagé, estão a ponto de quebrarem os pratos. Hoje, o PT avalia os pronunciamentos do líder do governo, vereador Francisco dos Santos, do PDT, que tem liderado as críticas contra o entendimento.

DEVAGAR
Se o presidente ou o relator da comissão do IPE fosse deputado do PT, a solução já estaria em andamento. Por serem da oposição...

EM 1926
Há 75 anos, neste mesmo dia, o general Zeca Neto (José Antônio Souza Neto), chamado para comandar os revoltosos dos quartéis de Santa Maria, Bagé e São Gabriel, invadiu o Rio Grande do Sul através de Jaguarão. Estava acompanhado de cem homens. Com eles percorreu 14 municípios para combater em Seivalzinho, Pitangueiras e Piquiry.

APARTES
De Montevidéu, Leonel Brizola avisa: não fechou a porta a Ciro Gomes.
PMDB catarinense reage mais do que o gaúcho contra a redução dos eleitores na prévia ao Planalto.
Prefeito Tarso Genro aproveita 1º ano da gestão para usar a linha dura com camelôs. Depois, ficará difícil...
Governador Olívio na entrevista à TV Gazeta, de São Paulo: 'Eu sou vítima de oposição incivilizada'.
Vereador João Dib diz que recebeu ameaças de integrantes do PT em 1994. Pois não esqueceu até agora.
Rio Grande passou de 4º a 3º maior arrecadador de ICMS. Só perde para Porto Alegre e Canoas.
www.programaseisemeia.com.br é o site do espaço semanal da TV2 Guaíba com as colunas de Renato Sagrera, Flávio Portela e Cleber Moreira.
Deu no jornal: 'Ciro quer salário mínimo de R$ 1 mil em oito anos'. Deve estar sonhando com reeleição.
De topete molhado, Itamar Franco, nadou, nadou e morreu na praia.


Editorial

O MEDO DA INFLAÇÃO

A manutenção, pelo Conselho de Política Monetária, da taxa de juros de 19% ao ano era esperada pelo mercado. A decisão foi tomada após o Conselho avaliar a evolução recente da economia e as perspectivas para a trajetória da inflação. O medo da autoridade monetária de perder o controle da inflação tem sido o grande responsável pela manutenção de taxas de juros tão elevadas no Brasil. Basta que os institutos de aferição da inflação indiquem, ainda que leve, tendências de alta do custo de vida, para que se acendam as luzes de alerta no Banco Central. Juros altos significam redução de consumo. Consumo comprimido determina queda dos índices de inflação. O raciocínio, embora válido, não deixa de ser contraditório ao princípio de que uma sociedade de consumo só se fortalece quando igualmente o mercado consumidor é estimulado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, como se pode constatar na atualidade, a autoridade monetária baixa drasticamente os juros, exatamente para estimular a reativação da economia, quando esta apresenta sintomas de recessão. É evidente que não se pode pura e simplesmente aplicar a mesma receita do Banco Central norte-americano no Brasil. Nossa economia, face aos compromissos internacionais assumidos, precisa ser mantida sob um rigoroso monitoramento, para que as metas estabelecidas - e que, em última instância, asseguram sejam honrados os compromissos assumidos -, sejam cumpridas.

Que o Conselho de Política Monetária seja cauteloso em suas decisões se entende. Contudo, face a uma série de fatores que estão conjugando a favor da economia brasileira, como a queda do preço do petróleo no mercado internacional e a recuperação da balança comercial, com as exportações superando as importações, bem como os bons resultados alcançados pelo ajuste fiscal, além do reconhecimento, pelos grandes investidores, de que o Brasil está descolado da crise Argentina, bem que o Banco Central poderia ousar um pouco. O medo da inflação está servindo para manter presas as amarras que impedem uma aceleração econômica que poderia melhorar a condição de vida dos brasileiros.


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11/24/2001


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