PEC das MPs: tramitação deve ser rápida



A proposta de emenda constitucional que limita a edição de medidas provisórias dever ter tramitação acelerada no Senado. O presidente interino da Casa, Edison Lobão, disse que somente serão analisados os dispositivos alterados pela Câmara dos Deputados. Lobão decidiu conferir às emendas da Câmara o mesmo tratamento, no que se refere à tramitação, dado às emendas à projeto de lei do Senado.

- Essa decisão da Presidência tem por objetivo evitar o chamado "pingue-pongue" que se verifica na apreciação desta proposição, que será agora examinada pela terceira vez pelo Senado Federal, fato inédito na história desta Casa - explicou o senador.

Lobão apelou aos líderes partidários e, em especial ao presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Bernardo Cabral (PFL-AM), para que a proposta seja apreciada com celeridade.

- Trata-se de uma emenda constitucional de grande importância para o prestígio do Congresso Nacional. Vamos uma resposta definitiva à sociedade no que diz respeito ao poder de legislar do Congresso - afirmou o senador.

Para relatar a proposta, foi indicado o senador Osmar Dias (sem partido-PR). Segundo informou Cabral, o senador paranaense disse que irá apresentar o relatório sobre a proposta na próxima reunião da CCJ, quarta-feira (dia 8).

O senador Francelino Pereira (PFL-MG) disse que o texto aprovado pela Câmara é o mais próximo do ideal. Ele espera que o texto dos deputados seja acolhido na íntegra.

- Evitaremos que a matéria retorne, pela segunda vez, ao exame da Câmara dos Deputados, o que levaria a um novo atraso em sua aprovação. Não há mais como justificar novas procrastinações e novos atrasos em assunto tão importante para esta Casa e o Congresso - justificou o senador.

O fato de o governo Fernando Henrique Cardoso ter se valido do instituto das MPs por quase 5 mil vezes nos últimos seis anos talvez explique as dificuldades de sua tramitação. A proposta, de autoria do ex-senador Esperidião Amin, foi apresentada em fevereiro de 1995, tendo sido discutida pela CCJ e por uma comissão especial designada em 1996. A proposta, então, retornou à CCJ, onde foi relatada pelo senador José Fogaça (PMDB-RS). Finalmente, depois de extensas negociações entre os partidos da base aliada e a oposição, o substitutivo Fogaça foi aprovado em dezembro de 1999. Mais 18 meses decorreram até que a Câmara aprovasse o texto com novas alterações.

03/08/2001

Agência Senado


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