PEDRO SIMON ELOGIA ATUAÇÃO DE PROMOTORES NA PRISÃO DE CACCIOLA



Em discurso no plenário nesta segunda-feira (dia 12), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou a atuação dos promotores que levou à prisão do banqueiro Salvatore Cacciola, no último dia 7. "O assunto parecia morto, era um tema que eu lamentava estar na gaveta, mas com rara competência os promotores levaram adiante as investigações e pegaram o Brasil de surpresa", afirmou.
Simon disse esperar que os promotores não se curvem a possíveis pressões na continuidade da investigação sobre o ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes. "Foi achado um documento afirmando pertencer a Chico Lopes US$ 1,65 milhão que estavam na conta de seu sócio no exterior", recordou o senador. "O ex-presidente do Banco Central afirmou que o dinheiro tinha origem em herança do pai dele, e agora os promotores provaram que isso não é verdade", observou.
Pedro Simon destacou que a busca realizada pelos promotores na casa de Francisco Lopes foi feita na presença de dois delegados e um escrivão da Polícia Federal, com mandado de busca, e que o lacre do material apreendido só foi tirado na presença dos advogados dos acusados.
O senador pediu ainda apuração das acusações contra Teresa Grossi e destacou que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, foi convocado para depor na Polícia Federal para informar se sabia ou não das transações realizadas pelo Banco Central.
Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) quer que se investigue também a atuação do Senado Federal. Requião afirmou que o Senado, por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou irregularidades nos bancos, recomendou o indiciamento de Teresa Grossi e, mais tarde, autorizou o nome dela como diretora de fiscalização do Banco Central.
O senador Lauro Campos (PT-DF) afirmou que Francisco Lopes apenas sujou o nome do pai dele. "Para se livrar de acusações jogou a culpa no próprio pai", disse. O senador Renan Calheiros (AL) considerou inconcebível que um país faça o que o Brasil fez com os bancos Marka e FonteCindam.
Está tramitando na Justiça novo pedido de prisão preventiva contra Francisco Lopes e de outros quatro envolvidos no escândalo dos bancos Marka e FonteCindam: a ex-diretora jurídica do banco Marka, Cinthia Costa e Souza; o ex-controlador do banco, Eliel Martins da Silva; o ex-presidente do banco FonteCindam, Luís Antônio Gonçalves, e o ex-proprietário do banco Roberto José Steinfield. Os pedidos têm como base a operação de ajuda do BC, que vendeu dólares ao Marka e ao FonteCindam, em janeiro de 1999, após a desvalorização do real. A negociação foi feita com valores abaixo do mercado, provocando prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao Tesouro Nacional.

12/06/2000

Agência Senado


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