Pedro Simon lamenta ‘impeachment’ do presidente do Paraguai



O senador Pedro Simon (PMDB-RS), em pronunciamento nesta segunda-feira (25), lamentou o impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que classificou como “golpe sem militar, pelo menos na fachada”, e elogiou a ação do governo brasileiro diante do Mercosul na gestão da crise. Para ele, não é possível comparar o processo de afastamento de Lugo com o impeachment de Fernando Collor, ocorrido em 1992.

- O impeachment do Collor foi um processo o mais legítimo, o mais democrático, que não pode ter melhor na história do mundo – disse o senador, acrescentando que não se pode comparar aquele acontecimento com o que houve no Paraguai.

Para Simon, o Brasil tomou uma decisão inteligente ao propor o afastamento do Paraguai do Mercosul até a eleição do próximo presidente, sem chegar à “sugestão extrema” da Argentina de excluir o Paraguai do Mercado Comum do Sul. Porém, o senador criticou o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, pela falta de acompanhamento da crise:

- Eu pergunto ao senhor Patriota onde estava o serviço diplomático brasileiro no Paraguai que não tinha conhecimento, em nenhuma vírgula, de nada disso que aconteceu. Entraram com o pedido de impeachment e todo o fato estava pronto, preparado, e o Brasil não sabia de nada – disse o senador.

Pedro Simon questionou o processo de impeachment no Paraguai, que não teria garantido condições de ampla defesa a Fernando Lugo. Ele ressaltou que o presidente afastado não pertencia à oligarquia que tradicionalmente tem governado o Paraguai e foi foi derrubado por um “fato controverso”.

Em aparte, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou a diplomacia brasileira, “última a saber” dos problemas no Paraguai, e pediu que o Brasil se afaste do “sentimento imperialista” de achar que o país vizinho não tem condições de encontrar seu próprio destino. Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) salientou o papel do Brasil como “protagonista e líder” na região, afirmando que o país poderia ter agido para prevenir a crise no Paraguai.

‘Mensalão’

Pedro Simon também apelou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski para entregar seu voto no julgamento do “mensalão”, sublinhando a importância do caso para o país, e sugeriu que o ministro Antônio Dias Toffoli se declare impedido de julgar o caso. Toffoli foi indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o STF.



25/06/2012

Agência Senado


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