PEDRO SIMON PEDE A FHC MUDANÇA NOS RUMOS DO GOVERNO



O presidente Fernando Henrique Cardoso deveria reunir sua equipe e traçar uma política social séria para combater a pobreza, após os resultados da manifestação popular realizada na última quinta-feira (dia 26) na Esplanada dos Ministérios, afirmou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em discurso nesta sexta-feira (dia 27). Para Simon, o ato público foi "uma prova de democracia altamente positiva".- Hoje existe uma página em branco na frente de Fernando Henrique Cardoso. Ele deve reunir sua equipe, refletir sobre o que aconteceu e traçar uma política social real para combater a fome. Que ele escreva nessa página quais serão os rumos do governo na segunda-feira. Ele pode mudar esses rumos - afirmou.Simon criticou a "insensibilidade" da equipe econômica do governo e dos "tecnocratas", observando que o presidente deve se reunir com pessoas mais sensíveis aos problemas sociais, tais como o governador Mário Covas, o secretário-geral da presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, e o ministro da Casa Civil, Pedro Parente. "A equipe econômica pode até participar, mas só se for para ficar calada, para ouvir apenas", disse.Para o senador, a Marcha foi um sucesso. Ele parabenizou as oposições pela organização e tranqüilidade do evento, e também ao governo, que soube conduzir e orientar os policiais para manter a ordem sem violência. Simon disse que falta ao governo a reflexão necessária para avaliar melhor a situação social do país e ressalvou que o próprio presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, já sentiu que o problema da pobreza no Brasil é sério e precisa de soluções. A bandeira, antes defendida pelas oposições, da renúncia do presidente da República, segundo Simon, foi abandonada em boa hora, pois era equivocada.- Fico muito feliz porque não houve manifestação pedindo a renúncia do presidente. Isso seria complicado, primeiro porque ele só renuncia se quiser. Segundo porque se ele renunciar, assume o vice-presidente, Marco Maciel - observou.O importante, ressaltou, é avaliar que a manifestação popular em frente ao Congresso, mostrou que há "muita gente magoada com o que está acontecendo" e que há também um sentimento de que "as coisas não estão bem". Em aparte, Marina Silva (PT-AC), destacou que a manifestação não foi de corporações e sim de vários setores da sociedade que se reuniram para protestar politicamente contra o governo.O senador reforçou a observação de Marina Silva, afirmando que "não é inteligente o governo dizer que as 100 mil pessoas da manifestação vieram "politicamente", ou seja, conduzidas pelos partidos de oposição, já que não foi um movimento corporativo.Durante o discurso, Pedro Simon criticou as mudanças de atribuições no Ministério da Agricultura, que passou a dar prioridade para as exportações, e a transferência das ações relativas aos pequenos agricultores para o Ministério Extraordinário da Reforma Agrária. Disse também que apóia a idéia, defendida pelas oposições, de realizar a CPI das privatizações.

27/08/1999

Agência Senado


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