Pedro Simon quer PMDB mobilizado para prévias dia 17



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez da tribuna do Plenário, nesta sexta-feira (8), veemente apelo para que todos os vereadores, prefeitos, delegados e membros do diretório do PMDB não deixem de votar no candidato do partido à presidência da República, no próximo dia 17. Ele lembrou que haverá urnas nas Assembléias Legislativas ou nas sedes do partido em todas as capitais do país.

O senador lamentou a posição adotada pela cúpula do PMDB, contrária à candidatura própria do partido à presidência da República. Segundo ele, "até mesmo o PFL, em que pese sua vocação governista", optou pela candidatura própria. Simon se disse impressionado com o exemplo do PFL de defender candidatura própria e de abandonar o governo, entregando todos os cargos. "Só o PMDB é que faz questão de manter os cargos". E observou que os outros partidos, coligados ou de forma isolada, já estão nas ruas trabalhando por suas próprias candidaturas, independentemente dos resultados que vêm obtendo nas pesquisas de opinião.

O inexplicável, para Simon, é que o PMDB, que é o maior partido e o que mais concentra nomes de projeção - com ex-presidentes da República, ex-governadores e as maiores bancadas no Legislativo - deixe de lançar o seu candidato próprio. Esse contraste fica ainda maior - assinalou Simon - quando se nota que o PMDB é o único partido que fez uma convenção nacional para decidir sobre o lançamento da candidatura própria, proposta ali consagrada por 98,7% dos votantes. O senador disse achar muito estranho que hoje se tente inverter a situação, apontando como "dissidentes" os que querem a candidatura própria, que representam a maioria.

Simon sugeriu que as lideranças do partido, se não estiverem satisfeitas com os nomes até agora pré-lançados, apresentem outros nomes, como os de Jarbas Vasconcelos, governador de Pernambuco, de Ramez Tebet, presidente do Senado, ou de Michel Temer, ex-presidente da Câmara dos Deputados. O que não se pode - observou - é deixar de apresentar uma candidatura própria, quando todos os partidos estão fazendo isso.

O que fica evidente no quadro atual, segundo Simon, é que "tem líder do PMDB que acha que o partido nasceu para ser secundário." Essas pessoas - disse Simon, citando, entre elas, os deputados Michel Temer, Geddel Vieira Lima e o senador Renan Calheiros - poderão entrar para a história por escreverem o livro negro do PMDB.

Para o senador, eventuais baixos resultados nas pesquisas não podem intimidar o PMDB a ter seu próprio candidato a presidente da República, já que não se iniciou ainda o horário gratuito no rádio e na TV que, segundo o parlamentar gaúcho, irá definir um quadro de preferências do eleitorado completamente diverso do atual.

Em aparte a Simon, o senador Edison Lobão (PFL-AM) destacou que o seu partido jamais aceitou posição secundária na política e luta para chegar à presidência da República. Tanto isso é verdade, argumentou, que o partido já lançou um candidato próprio à presidência da República, referindo-se ao ex-vice-presidente e ex-governador Aureliano Chaves. Para Lobão, o PFL "é partido de primeira linha, que quer lançar candidato para vencer as eleições e não para marcar posição".



08/03/2002

Agência Senado


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