Pedro Taques cobra ações do governo para corrigir deficiências de infraestrutura



O senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou a falta de capacidade do governo federal para solucionar os problemas de infraestrutura do Brasil. Ao se referir a seu estado, em discurso nesta quarta-feira (3), o parlamentar lembrou que Mato Grosso tem uma das melhores e mais baratas safras de grãos do mundo, mas é prejudicado pela falência dos sistemas de transporte e armazenagem do país, o que evidencia, na sua opinião, que o problema está “da porteira para fora da fazenda”.

- Não conseguimos entregar o produto que precisamos vender. O produto é barato, mas o transporte é caro. De acordo com estimativas publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, nosso frete sai por US$ 100 por tonelada transportada. Concorrentes como Argentina, Canadá e Austrália o fazem por US$ 25. Só em 2010, o Mato Grosso cultivou 43 milhões de toneladas, entre milho, cana, soja e arroz. Mas ainda dependemos de transportar tudo isso de caminhão - disse o senador.

Pedro Taques lembrou que os caminhões percorrem até 4 mil quilômetros para levar grãos da fazenda a portos em outros estados do país, situação considerada por ele como absurda.

- São 4 mil quilômetros infernais, de estradas destruídas e intransitáveis. A falta de condições das vias aumenta o custo do transporte e atrasa a entrega dos produtos, rouba vidas em acidentes que poderiam ser evitados. No ano passado, nas estradas mato-grossenses morreram mais de 250 pessoas, vítimas do descaso com a coisa pública  – lamentou.

Pedro Taques afirmou ainda que as estradas não são o único problema, mas os armazéns e os portos também são gargalos a serem enfrentados.

- As soluções mágicas que o governo federal tenta vender são as concessões para tudo. E nem assim a coisa anda. Todos recebemos de braços abertos os investimentos da iniciativa privada, mas o que o governo federal propõe é um pacote de bondades com dinheiro público. O concessionário só entra com a exploração do serviço e com o lucro. Isso é uma piada. É a capitalização do lucro e a socialização do prejuízo. Falta seriedade na gestão, falta fazer o dever de casa, falta pessoal capacitado, falta regulação honesta das concessões para que o empresário faça os investimentos com seus recursos e um mínimo de lucidez nas prioridades do investimento público – reclamou.

Em aparte, o senador Jayme Campos (DEM-MT) disse que há  "um apagão” no transporte brasileiro, e Mato Grosso tem pago muito caro por isso.

- Quem planta no Mato Grosso tem que ser respeitado. Estamos produzindo com qualidade e eficiência e não temos meio para escoar a produção - afirmou.



03/04/2013

Agência Senado


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