Perillo pede investigação de suposta espionagem revelada pela revista "Veja"
O senador Marconi Perillo (PSDB-GO) apresentou, nesta terça-feira (4), requerimento de aditamento à quinta representação que tramita no Conselho de Ética contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo que seja investigada a suposta participação da Polícia do Senado em espionagem, conforme denúncia publicada pela revista Veja desta semana. A representação em questão foi baseada em denúncia de que Renan teria usado um servidor da Casa, o ex-assessor Francisco Escórcio, para espionar Perillo e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Marconi Perillo embasou seu requerimento em documento elaborado pelo diretor-geral da Polícia Civil de Goiás sobre o envolvimento da Polícia do Senado na investigação particular contra ele. O documento também foi enviado ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP).
- Trata-se de uma ação de espionagem criminosa, leviana e ilegal, que merece o repúdio da sociedade brasileira democrática. Em minha opinião, é um atentado contra a democracia - declarou Perillo.
De acordo com a revista Veja, a Polícia do Senado teria contatado a Central Única Federal dos Detetives do Brasil, em Brasília, que dividiu a tarefa com a Agatha e Holmes Investigações, em Goiânia, para sondar a vida de Perillo. Os detetives estariam orientados a identificar desde supostos negócios fraudulentos entre o parlamentar e empresários até contas bancárias dele no exterior. Veja informa, ainda, que a Central Única dos Detetives do Brasil teria grampeado os telefones do senador e até violado seus sigilos bancário e fiscal.
O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), garantiu ao senador apoiar as investigações, mas pediu a ele serenidade e defendeu a Polícia Legislativa da Casa até que se prove o contrário:
- Quero externar a minha mais alta confiança na integridade da Polícia do Senado, que eu não acredito ter qualquer envolvimento com essa matéria - afirmou.
O corregedor da Casa, senador Romeu Tuma, informou ainda ter enviado ofício nesta terça-feira à Polícia Federal para saber se houve abertura de alguma investigação sobre o caso. A matéria da Veja informa que a inteligência da Polícia Federal já iniciou uma investigação em caráter reservado.
Solidariedade
Vários senadores manifestaram solidariedade a Marconi Perillo. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que não pode pairar sobre o sistema de segurança do Senado uma suspeita dessa natureza, e afirmou que o pedido de Perillo não é um julgamento, mas expressa o desejo de uma investigação serena e profunda. Já Demóstenes Torres (DEM-GO) ressaltou que, assim como opinaram Tião Viana e Tuma, acha difícil que a Polícia do Senado esteja envolvida, mas observou que alguém pode ter "tomado a iniciativa" e merece ser investigado.
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) pediu uma apuração profunda, para que o fato não se repita. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) ressaltou que os esclarecimentos devem ser dados ao Senado e a todo o Brasil, e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) insinuou que pessoas que temem a liderança de Perillo em Goiás tenham iniciado a espionagem. O senador Mário Couto (PSDB-PA) ressaltou que o presidente Tião Viana tem dado todo o apoio às investigações sobre ameaças e perseguições aos senadores. Eduardo Azeredo (PSDB-MG), José Agripino (DEM-RN) e João Tenório (PSDB-AL) também demonstraram sua solidariedade e pediram investigações profundas, além de Valdir Raupp (PMDB-RO), que disse duvidar que a ordem para a espionagem tenha partido da Presidência do Senado.
04/12/2007
Agência Senado
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