Pesquisa do Ibope mostra Ciro mais próximo de Lula








Pesquisa do Ibope mostra Ciro mais próximo de Lula
O Ibope divulgou ontem a primeira pesquisa do mês de agosto da corrida presidencial. Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, caiu um ponto e está com 33%. Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, subiu dois pontos e tem 27%. José Serra, do PSDB, caiu três pontos e está com 11%. E Anthony Garotinho, do PSDB, manteve o índice e está empatando com Serra.

O candidato do PSTU José Maria manteve 1% na pesquisa. Os votos em branco e nulos somaram 5%. Não souberam ou não opinaram: 12%. A pesquisa tem margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Nas simulações de segundo turno, Ciro aparece como o único candidato que pode vencer Lula. Ele tem 46% contra 41% do petista.

Se segundo turno for entre Lula e Serra, o candidato de FHC soma 36% das preferências contra 49%. Se a disputa for entre Lula e Garotinho, dá 50% para Lula e 32% para Garotinho. A pesquisa ouviu dois mil eleitores, entre os dias 5 e 8 de agosto em 145 municípios.


PDT decide se fica com Britto
O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, chega hoje em Porto Alegre e já pode anunciar um acordo de apoio a Antônio Britto (PPS) – algo impensável anteriormente, pois o ex-governador gaúcho (95-98) era considerada por Brizola um de seus principais inimigos.

A decisão libera o apoio de o PDT e de o PTB, mesmo que informalmente, ao PPS gaúcho.


Presidenciáveis apoiam acordo com o FMI
Dos quatro principais candidatos à Presidência da República, apenas o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB) teceu comentários em que predominam críticas ao acordo firmado pelo governo federal com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Garotinho disse que o próximo governo terá que ir “quase de joelhos” ao FMI. O candidato afirmou ainda estar “preocupado” com o acordo fechado com o Fundo, que prevê socorro de US$ 30 bilhões ao Brasil em 15 meses.

“Ninguém deve comemorar uma ida ao banco para pegar dinheiro emprestado para pagar dívidas”, afirmou.


Férias de 60 dias para juízes e promotores podem acabar
Proposta faz parte do programa de governo do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, e conta com o apoio do TSE

As férias coletivas de 60 dias para juízes e integrantes do Ministério Público podem acabar se José Serra for eleito presidente da República. Essa é uma das propostas do candidato do PSDB, divulgada anteontem no seu programa de governo.

A idéia, que tem o apoio do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio Mello, não significa necessariamente que Serra defenda o fim do direito ao descanso dos juízes. No tema “modernização no Judiciário”, o tucano fala em “acabar com as antiquadas férias forenses, garantindo o funcionamento ininterrupto da Justiça, doze meses por ano”.


”Ele parece um gozador”. (Ciro continua rejeitando Collor)
Ciro Gomes, candidato à presidência da Frente Trabalhista (PPS/PDT/PTB), não quer nem ouvir falar em receber apoio do ex-presidente Fernando Collor (PRTB), que concorre ao governo de Alagoas. Ciro quer, sim, fazer de tudo para se livrar do incômodo assédio do novo aliado. “Não pedi, não recebi e não tem nada a ver com esse apoio do Collor, é uma tentativa de me estigmatizar”, reclamou ele, referindo-se as tentativas de aproximação do ex-presidente, desde domingo, quando em comício em Alagoas, Collor “pediu votos para Ciro, comparando-o a si próprio”.

Collor já deu declarações afirmando que, “desde que a imprensa passou a vincular o meu nome ao nome de Ciro, a candidatura dele não pára de crescer”. Ciro rebate qualquer comparativo e contesta: “O Collor parece um gozador. A sociedade vê que isso não passa de uma jogada rasteira”.

A tentativa de namoro, onde de um lado o ex-presidente oferece seu palanque, e, de outro, Ciro rejeitando a aliança, acabou no site do candidato à Presidência, que sempre reage com irritação a qualquer tentativa de identificá-lo com Collor. Para Ciro: “Isso é uma tentativa de vingança dele (Collor), porque eu votei em Covas no primeiro turno de 89, no Lula no segundo turno, e lutei contra ele na linha de frente pelo impeachment.


Serra: “O que a Dona Ruth fala eu sigo”
O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, na apresentação do esboço do seu programa de governo, quarta-feira, em São Paulo, afirmou que “Dona Ruth, a primeira-dama do Brasil, é uma das poucas pessoas no mundo que consegue falar e eu sigo, mesmo não estando de acordo”.

A declaração surpresa surgiu quando Serra falava da importância dos programas de saúde da mulher implantados durante sua gestão no Ministério da Saúde. Ele lembrou que Dona Ruth recomendara-lhe atenção aos problemas femininos e frisou: “Ela disse que era para priorizar a saúde da mulher, mas mesmo que não tivesse dito eu faria”.


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA

Urna eletrônica
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Marco Antônio Barbosa Leal estará viajando ao interior do estado, no fim de semana, para divulgar o uso de Urna Eletrônica.

Transporte especial
O vereador porto-alegrense do PSDB Paulo Brum repudia a ação dos deputados federais que não querem o transporte coletivo adaptado às pessoas com deficiências.

Ensino fundamental
A vereadora porto-alegrense do PT Sofia Cavedon disse que o projeto de lei do Senado, que antecipa o ingresso no Ensino Fundamental aos seis anos de idade, já existe na capital desde 1995 na Rede Municipal de Ensino.

Circo sem animais
O vereador porto-alegrense do PPB Beto Moesch é um dos autores da Lei que proíbe a apresentação de qualquer tipo de animal em espetáculos circenses na capital. “Não é necessário a utilização de animais para os circos apresentarem bons espetáculos”, afirmam os autores da Lei.

Livro
O vereador porto-alegrense Adeli Sell lança hoje, às 18h30, na Churrascaria Galpão Crioulo do Parque Harmonia, seu livro “Ninguém Vive Sem Política”, que reúne diversos textos escritos pelo autor.

União
O presidente do Grêmio Náutico União, Carlos Alberto Pippi da Mota anuncia que dia 12, começa o projeto: “O União pergunta”, com o candidato do PPS ao governo, Antônio Britto. Todos os principais candidatos serão convidados, garante o presidente do União.


Editorial

AMAZÔNIA PARA O BRASIL

Com a entrada em funcionamento do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), o Brasil dá, efetivamente, um novo grito de independência e assume, de fato, a soberania sobre a maior reserva natural do planeta, a Amazônia Legal. Até então, uma porteira aberta à cobiça internacional, a região, agora, é monitorada constantemente e o país passa a ter melhores (senão a primeira) condições de reagir contra as atividades ilegais e clandestinas de traficantes de droga, ladrões de madeira, garimpeiros inescrupulosos e todo tipo de aventureiro que via nossa Amazônia uma terra de ninguém habitada apenas por índios ingênuos que, pensam todos, sempre prontos a entregar uma parte do país em troca de espelhinhos e apitos.

O Sivam muda radicalmente a atuação das forças armadas na região. O investimento de mais de US$ 1 bilhão deixa claro que o governo brasileiro está dizendo ao mundo que a Amazônia é brasileira. Cobrindo 60% do território nacional, a Amazônia passa por constantes ameaças de ações indiscriminadas de madeireiras, garimpeiros ilegais, narcotraficantes, além de queimadas. Também com a missão de zelar por um dos mais raros ecossistemas do mundo, o Sivam entrou em funcionamento em 25 de julho com 75% de sua estrutura em funciona mento, abrangendo 5,5 milhões de quilômetros quadrados.

Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso e Piauí fazem parte da extensão territorial que estará sob o controle do sistema. Isto significa que dois terços do Brasil estará sendo monitorado permanentemente. A expectativa é que quando o sistema estiver operando com sua capacidade plena nenhuma aeronave, por menor que seja, consiga sobrevoar a Amazônia, sem ser detectada. A região recebe anualmente 1,5 mil tráfegos aéreos desconhecidos, sendo que 90% estão relacionados com atividades ilegais.

O Sivam é uma rede integrada de telecomunicações que coleta e processa informações, recebendo dados e imagens por meio de estações terrestres, radares de avião e satélites. Ao todo são 6 satélites, 25 radares, 87 estações de recepção de imagens geradas por satélite e captação de informações de superfície, 200 plataformas de coleta de dados nos rios da região, Centros Regionais de Vigilância e dezenas de aviões. Foram gerados 2,1 mil empregos diretos com o projeto e o custo total de sua implantação foi de US$ 1,3 bilhão, que serão pagos em dez anos.

Ele vai reunir o conhecimento obtido por vários órgãos governamentais que atuam na região de forma individualizada, mas que até então não compartilhavam suas informações, duplicando os gastos públicos e desperdiçando tempo.

Com o Sivam, serão levantadas, tratadas e integradas todas as informações da região, tornando-se uma grade base de dados. Através do sensoriamente remoto, o sistema fará a monitoração ambiental e meteorológica, a exploração de comunicações, a vigilância por radares, recursos computacionais e telecomunicações.

O Sivam, mais do que vigilância, representa a efetiva tomada de consciência da nossa responsabilidade na preservação do chamado pulmão do mundo. Com o sistema, o governo ganha a estrutura necessária para, definitivamente, assumir o controle da região que, durante séculos, vinha sendo loteada por todo tipo de aventureiro, ávidos em lucrar e a implantar latifúndios privados numa terra que pertence aos brasileiros.


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08/09/2002


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