Ibope mostra freio na marcha de Ciro









Ibope mostra freio na marcha de Ciro
Depois de 5 rodadas de pesquisas, instituto parou de detectar crescimento de ex-ministro

RIO - Depois de subir 17 pontos em cinco pesquisas seguidas do Ibope desde o começo de junho, o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PT), Ciro Gomes, pela primeira vez perdeu um ponto, se mantendo estável dentro da margem de erro. A interrupção da curva ascendente de Ciro ocorreu em meio a denúncias que atingem o coordenador de sua campanha e presidente do PTB, deputado José Carlos Martinez, e do apoio do PPS de Alagoas à candidatura do ex-presidente Fernando Collor ao governo do estado.

Pesquisa do Ibope, divulgada ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo, mostra que Ciro perdeu um ponto em relação à consulta anterior e passou de 26% para 25% dos votos. A perda de um ponto mostra que a candidatura pode ter sido afetada pelas denúncias.

O petista Luiz Inácio Lula da Silva, que mantém a liderança, subiu um ponto e passou para 34% dos votos. O candidato do PSDB, José Serra, também ganhou um ponto: está com 14%. O tucano conteve uma tendência de queda, registrada desde o início de junho, quando chegou a ter19% no Ibope. Desde então não parou de perder pontos.

Nesta última pesquisa, parou de cair, mas seu crescimento está dentro da margem de erro. O candidato do PSB, Anthony Garotinho, permanece com 11%. O Ibope ouviu 2.000 eleitores em 145 municípios nos dias 27, 28 e 29 de julho.

Nas simulações para o segundo turno, Ciro volta a ganhar de Lula, mas dessa vez com vantagem menor. Na pesquisa anterior, realizada nos dias 21, 22 e 23 de julho, Ciro derrotava Lula por 47% a 40%, caso a disputa fosse apenas entre os dois. Agora, vence por 47% a 42%. O candidato da Frente Trabalhista mantém o menor índice de rejeição, que agora é de 17%. Em seguida, aparece Serra, rejeitado por 35% dos entrevistados. O índice de rejeição de Lula é de 36% e o de Garotinho, 43%.

A preferência por Ciro cresce à medida que aumenta a escolaridade do eleitor. No segmento com nível superior, Ciro tem 40%, onze pontos a mais do que Lula. Entre o eleitorado com nível médio, há empate técnico: Lula tem 34% e Ciro, 29%. O desempenho do candidato da Frente Trabalhista é pior entre os eleitores com ensino fundamental. Nesta faixa, ele tem 22% das intenções.

Com 67% de citações pelos entrevistados do Ibope, o desemprego surge como o principal problema do país, seguido pela violência (46%), saúde pública (41%), baixos salários (35%) e fome/miséria (33%).

"O momento é de estabilização", diz Márcia Cavallari, diretora do Ibope Opinião. Ela adverte, contudo, que os resultados são insuficientes tanto para declarar encerrado o movimento ascendente de Ciro quanto para afirmar que Serra iniciou recuperação.

Nos dois casos, afirma, será preciso esperar pelo menos mais uma rodada de levantamentos. Ela também considera prematuro concluir que a freada de Ciro se deva às denúncias envolvendo José Carlos Martinez, presidente do PTB e um dos coordenadores da campanha, e Paulo Pereira da Silva, vice da chapa. "Pode ser isso, como pode não ser." Embora parado no resultado geral, o candidato da Frente Trabalhista cresceu em segmentos considerados relevantes pela diretora do Ibope.

Foram oito pontos entre os eleitores de escolaridade superior (Ciro tem agora 40%, contra 29% de Lula), e seis entre os habitantes de capitais (33% contra 34% do petista).


Fortunati desiste no RS
PORTO ALEGRE - O candidato do PDT ao governo do Rio Grande do Sul, José Fortunati, renunciou ontem à postulação, dizendo-se desprestigiado pela Frente Trabalhista - aliança formada pelo PDT e pelo PTB nos Estados e incluindo o PPS nacionalmente. A comunicação foi feita na manhã de ontem ao presidente nacional do partido, Leonel Brizola, no Rio. O pedetista viajou para o Rio especialmente para isso.

Fortunati alegou problemas de falta de apoio político e financeiro por parte do PTB e do próprio PDT. Os dois partidos negam essa versão, dizendo que o apoiavam. Três pedetistas postulam a vaga: o deputado estadual Vieira da Cunha, o ex-vereador Pedro Ruas e o deputado federal Alceu Collares (ex-governador gaúcho de 91 a 94). A cúpula do PDT gaúcho, sob orientação de Brizola, já descartou qualquer possibilidade de aproximação com o candidato do PPS, Antônio Britto. Fortunati foi um dos fundadores do PT e deixou o partido no ano passado.


Lula expõe programa para empresários
Pela primeira vez, presidenciável petista participou de evento político-econômico na Fiesp

SÃO PAULO - Em tom irônico, sendo interrompido por aplausos dos empresários, o candidato petista à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, marcou sua participação no debate na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo com críticas ao Governo federal e entregando um programa de governo específico para a área econômica ao presidente da entidade, Horácio Lafer Piva. Lula, que nunca havia entrado na prédio da Fiesp, ao iniciar sua fala destacou a importância do evento.

Ele apontou a falta de harmonia no relacionamento do Governo federal com a sociedade e o caráter "apático" do Estado na economia como principais obstáculos na realização de acordos e aprovação de projetos importantes para o País. Para o candidato, o Brasil só aprovará medidas importantes e alcançará um aumento de produção no mercado interno e externo se superar esse problema.

Lula prometeu realizar, em seu provável governo, as reformas tributária, previdenciária, política e agrária. Também prometeu criar uma nova política para o comércio exterior.

Uma política que, de acordo com o candidato, deve ser "mais agressiva e não deixar o Brasil como se fosse uma republiqueta, à mercê de interesses internacionais."

Segundo ele, é inadmissível que o País fique subjugado pelo FMI, pedindo empréstimos todas as semanas, sendo que esse dinheiro não está sendo usado para investimentos, mas para pagar as próprias taxas de juros. "Não sou contra os Estados Unidos. Eu só quero para o Brasil o que os Estados Unidos querem para o povo deles", afirmou.

Lula propôs a criação de um sistema previdenciário único, público e privado, e assegurou que aumentará os fundos de pensão fazendo com que a poupança interna salte dos 17% do PIB para 23% num provável governo petista. Outra medida com a qual o candidato se comprometeu para reduzir os problemas da Previdência é a diminuição da informalidade no mercado de trabalho.

Com relação à reforma tributária, Lula voltou a exigir um papel mais forte do Estado.

Segundo ele, a reforma tributária ainda não foiaprovada no País porque o Governo não tem interlocução com os diversos setores da sociedade.

Citando a crise econômica recente e os incidentes envolvendo a alta do dólar, as críticas do secretário do Tesouro Americano, Paul O'Neil e o novo empréstimo junto ao FMI, Lula atacou FHC dizendo que se fosse presidente exigiria uma minireforma tributária em caráter emergencial. "O Governo ao invés de ficar acordado até as cinco da manhã vendo como mercado reage na TV, deveria ter pulso mais forte para tomar medidas como uma minireforma tributária, que desonere a produção e acabe com os efeitos dos impostos em cascata."

A reforma política é defendida por Lula como forma de conquista de credibilidade externa. Para ele a população precisa recuperar a confiabilidade nos partidos políticos.


Serra reúne conselho
BRASÍLIA - O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra (SP), reunirá hoje, pela primeira vez, o Conselho Político de sua campanha, formado pelos presidentes e líderes do PSDB e PMDB na Câmara e Senado, além dos representantes do PFL, deputado Heráclito Fortes (PI), e do P PB, deputado Ricardo Barros (PR). No encontro, o candidato deve discutir, além da agenda de viagens, a melhor data para a divulgação de seu programa de governo, cujo eixo central será o combate ao desemprego.

Ontem, os aliados de Serra mantiveram a linha de ataque ao candidato do PPS, Ciro Gomes, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, procurando desqualificá-lo. Serra acusou Ciro e a cúpula da campanha do candidato do PPS de usarem a "estratégia do pega-ladrão" quando o apontam como responsável pelas denúncias contra o coordenador da campanha, José Carlos Martinez (PTB), e o vice da Frente Trabalhista, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

"Você pode estar certo de uma coisa: o coordenador-geral dacampanha de Ciro ter sido sócio de PC Farias e ter negócios [com a família de PC] até hoje, não é fruto da imaginação de ninguém; o fato de seu vice [de Ciro] ter problemas tão graves na direção do seu sindicato [a Força Sindical], ou na vida privada, não é invenção de ninguém", afirmou Serra. O tucano se referia às reportagens revelando que Martinez tomou emprestado o equivalente hoje a R$ 27,85 milhões do tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Paulo César Farias, em 1991, e que ainda deve parte da dívida aos herdeiros. PC morreu em 1996.

Serra e a vice Rita Camata estiveram à tarde com a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, em Curitiba. No encontro, presidenciável e vice assinaram um documento em que se comprometem, se eleitos, a por em prática 22 itens sugeridos pela Pastoral, de ações de combate à exclusão, principalmente da população infantil. Segundo Zilda Arns, a Pastoral distribuiu cópia do compromisso a todos os candidatos.

Serra foi o primeiro a assinar. A coordenadora disse que o próximo da agenda é o presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva.


Doações a Garotinho
RIO DE JANEIRO - O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) afirmou ontem que vai intensificar sua campanha até o início do horário eleitoral gratuito, que começa em 20 de agosto, apostando as fichas em 11 comícios em capitais, estreando na sexta, no
centro do Rio. "Não me perguntem mais se vou desistir [da candidatura à Presidência].

Quem deve estar pensando em renúncia é o [presidenciável tucano José] Serra, que está empatado comigo nas pesquisas e tem dinheiro de sobra na campanha", afirmou, em palestra na sede da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Em levantamento feito pela reportagem, o presidenciável saiu do Rio por nove dias desde o início do mês. Na pré-campanha, entre maio e junho, Garotinho fez cerca de 40 viagens pelo País. Mesmo com tanto tempo no Rio, Garotinho negou que sua campanha tenha mais perfil de governo estadual do que à Presidência. "É por falta de dinheiro". Garotinho disse que "começaram a surgir doações". "Também temos os bônus de R$ 1: já arrecadamos R$ 150 mil", afirmou. Ao ser questionado sobre quais empresas estariam fazendo doações o candidato disse: "Não são banqueiros e no tempo certo vamos declarar ao TSE".

Em caminhada pelo centro de São Paulo ontem, Garotinho levou uma hora para percorrer 150 metros entre a sede da Bovespa e a Praça da Sé. Muitos dos que se aproximavam se diziam evangélicos. Na praça, a venda dos bônus de R$ 1 para a campanha arrecadou R$ 80. Garotinho fez rápido discurso para cerca de 700 pessoas. Foi aplaudido ao prometer aumentar o salário mínimo.


CPI marca novos depoimentos
SÃO PAULO - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Santo André se reuniu na manhã de ontem e decidiu marcar mais dois depoimentos, na tentativa de apurar um suposto esquema de extorsão de empresários de ônibus por pessoas ligadas à Prefeitura local, que teria o objetivo de arrecadar fundos para campanhas do PT. O partido nega tais acusações e as atribui a interesses econômicos e eleitorais.

Além de marcar os depoimentos, a CPI decidiu adiar a cogitada acareação entre dois empresários do setor de transporte, um acusado de fazer parte do esquema, Ronan Maria Pinto (que seria um 'intermediário' entre a Prefeitura e as empresas), e um denunciante, Sebastião Passarelli, que teria sido vítima.

Um dos depoimentos que acontecerá na próxima segunda-feira será o do empresário Humberto Tarcísio de Castro, que já depôs à CPI. De acordo com Leite, o primeiro depoimento de Castro, sócio de Ronan na Expresso Nova Santo André, não foi satisfatório, pois algumas perguntas deixaram de ser feitas por falta de tempo. Ele disse que o depoente se prolongou muito em suas respostas.

Castro, Ronan, o vereador e ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, e o empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com Celso Daniel no dia em que ele foi seqüestrado, tornaram-se anteontem réus no processo judicial que investiga formação de quadrilha e concussão, por conta das denúncias do suposto esquema de extorsão. O juiz Iasin Issa Ahmed acolheu a denúncia dos promotores e ainda pediu a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos acusados. O gerente da Associação das Empresas de Santo André (Aesa), Luiz Marcondes de Freitas Júnior, e o gerente-geral da Expresso Nova Santo André, Irineu Marcolino Martin Bianco, também acusados pelo Ministério Público, igualmente passaram a ser considerados réus. Todos os acusados negaram, em depoimento à CPI, a existência do suposto esquema de extorsão.


Artigos

Gostei que me enrosquei
Rivaldo Paiva

Quando me perco em pensamentos ao relento da brisa fina e úmida, sob um luar estrelado de qualquer noite aconchegante, gosto de selecionar o que ouvi dizer, como naquela música que agora me enrosco em não me lembrar do autor.

Pois bem, gostei que me enrodilhei de saber que as elites empresariais norte-americanas dos dólares dos Dow Jones e Nasdaqs das Wall Streets estadunidenses estão furadas pelos espertalhões especuladores do nosso real e se esgueiram à beira de esmolar-se ao FMI - e o ministro Malan já pensa em oferecer uma ajudazinha a eles, devolvendo o bígamo patriótico Armínio para salvá-los. Yes!...

Adorei quando o decolado Ciro e o "temível" Lula lá disseram na televisão que não assinariam porcaria de carta de intenção nenhuma para o governo Bush, e o aterrado Serra declarou que não tinha nada demais em meter o seu "de acordo" na proposta - Garotinho é um fofa, malandro na conversa e na pseudo-religiosidade.

Cartas mesmo sejam de intenção ou até ridículas de amor, só as do poeta Fernando Pessoa para Sá Carneiro e para sua amada Ophelinha, assim como as de Manuel Bandeira para Mário de Andrade, espetacularizando aquela intimidade típica e regente de Madame Mansfield - que têm pureza d'alma e fluida literatura.

E quando o professor Cardoso declarou que votaria no PT de Lula lá e de cá no 2º turno, fui ao delírio - Ciro também. Vivam as frases de efeito, políticas!... Dobrei-me de alegria ao tomar conhecimento de que o mesmo Lula lá e de cá virou também de acolá dos caras-lisas das universais igrejas do reino do seu vice e ricaço Alencar. Que maravilha!...

Vibrei com a eleição de Paulo Coelho para a ABL - só desta maneira o mundo cultural brasileiro ficou ciente de que a maioria dos membros daquela respeitável Casa de Machado de Assis quer mesmo ser identificada como uma câmara de comuns. É isso aí! Vendeu muitos livros, tá dentro. Ainda bem que o bíblico alquimista não almejou a altura do Prêmio Jorge Amado - senão o nosso armorial Ariano estaria frito.

Fiquei estupefato de contentamento ao saber que a Globo não pensa mais em produzir o Big Brother 3 - já pensaram na loucura de uns centos milhões de jovens com as dúvidas sobre nossa história imperial? E não foi por menos que exultei quando Rubinho subiu no pódio maior da Fórmula 1, reverenciando o hino alemão. De dar dó.

Extasiei-me ao ler as declarações de bens dos candidatos majoritários do meu Estado - os mais pobrezinhos, coitados, dos relacionados confessos, são pessoas boníssimas, caridosas e da maior qualidade. Agora já sei onde aportar quando um dólar chegar a valer quatro reais e tê-lê-lei.

Estimei, por demais da conta, com a notícia que no Triângulo das Bermudas, antes cenário aterrorizante de misteriosos naufrágios, foi criado o mais novo paraíso fiscal do planeta - será, enfim, mais fácil convencer Mr. Paul O'Neil, secretário do Tesouro de Tio Sam de que, ao invés da Suíça, o dinheiro remanescente do FMI estará mais seguro naquelas paragens insulares.

Na verdade, gostei que me enrosquei mais das broas deMariazinha, cabrocha dengosa e simpática, que por maior esforço que faça, não vai entender nada disso.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Apoio explícito
Marco Maciel diz que não está desanimado com a performance de José Serra (PSDB) nas pesquisas e acredita que, a partir do guia eleitoral, tudo será diferente. Como imaginam e acreditam piamente os marqueteiros contratados para a campanha do presidenciável tucano, em especial Nizan Guanaes, que apostam no horário gratuito da TV para melhorar o desempenho do candidato. Sempre destacando que, como ele terá o maior tempo na televisão, será possível reverter o quadro que está aí. No que concorda em gênero, número e grau o vice-presidente e se pensasse diferente não faria sentido.

Considerando-se que Maciel vai disputar uma das vagas do Senado na aliança PMDB/PFL/PSDB, que apóia o ex-ministro da Saúde. Mas entre os aliancistas pernambucanos, quase ninguém acredita que José Serra conseguirá passar para o segundo turno, principalmente porque ele assumiu uma postura dúbia, muitas vezes oposição outras governista, que tem confundido o eleitor desde o início da corrida presidencial. Sem contar que, ainda a fase das composições, ele perdeu o PFL quando preferiu colocar o PMDB na vaga de vice, não conseguiu consolidar apoios na maioria dos Estados do Nordeste, e tem tido muitos problemas para formar os palanques no Sudeste. Assim, dificilmente enfrentará Luiz Inácio Lula da Silva a não ser que consiga se beneficiar do apoio explícito que recebeu do presidente FHC e de d. Ruth. Declarado domingo, na televisão, em cores e ao vivo para todo o Brasil.

Jarbas Vasconcelos decidiu que só começará a campanha da reeleição no dia 6 de agosto, mas não dá um passo sem ser acompanhado por uma equipe do seu guia eleitoral. Foi assim em Serrita, na Missa do Vaqueiro, e em Triunfo, no Circuito do Frio

Cadastro
Partidos e coligações estão indignados com a decisão do TSE que determina a inscrição de comitês financeiros e candidatos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). O Tribunal está certo, assim acabam as contas-fantasmas.

Prêmio
Humberto Barradas (PSB) desistiu de disputar o Governo mas não perdeu o bom humor. Ao falar da falta de estrutura para manter a candidatura, anunciou: "Ganha uma geladeira Cônsul quem encontrar um muro pintado com meu nome".

Comitê
Pedro Eugênio, do PT (foto), inaugura seu comitê de campanha por um novo mandato amanhã, às 18h. Na avenida João de Barros, 889, Santo Amaro, pertinho do viaduto da Agamenom Magalhães e do Empresarial Burle Max.

Estranha 1
Nesse tempo de campanha eleitoral, tem muita coisa estranha que só deve acontecer mesmo por aqui. Como o caso de Joaquim Francisco, que fala mal do PFL, o PFL não gosta dele, mas os dois não se separam.

Estranha 2
Ou o de Sérgio Guerra (PSDB), que responsabilizou o PFL pelo atraso de Pernambuco- quando segundo Jarbas Vasconcelos o culpado é Arraes- mas quer os votos de Marco Maciel, Roberto Magalhães e Joaquim Francisco.

Estranha 3
E a relação entre João Paulo e Humberto Costa, ambos do PT, que não conseguem se entrosar para fortalecer o palanque do candidato a governador, apesar de o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva ser pernambucano.

Bandas
O senador Teotônio Vilela e o presidente da Assembléia de Alagoas, deputado Chicão, contrataram a banda Casa de Festa para animar a campanha dos dois à reeleição. Mais um produto da Itamaracá Produções, que já alugou a Banda Pingüim para o PRTB de Collor.

Cocar
Candidato a estadual pelo PSB, o cacique Fulni-ô Evilásio Carobar foi ao TRE, ontem, saber se poderá usar cocar no momento da votação. Mostrou até uma foto do adereço e saiu tranqüilo: foi informado que só não pode votar nu.

Crime
O TRE intima Sérgio Leite (foto) hoje, para que no prazo de 24 horas o petista tire a faixa de propaganda política que colocou na escola pública Engenheiro Lauro Diniz, Vila da Sudene, Ipsep. Porque é crime eleitoral.


Editorial

SALVAGUARDAS EXTREMAS

A confiança oferecida pelos investidores estrangeiros aos países emergentes ficou balizada num termo único chamado risco-país. Por esse termo eles observam a capacidade de um país honrar suas dívidas, como um termômetro em idas e vindas. É um índice criado dentro dos interesses das nações ricas, visando principalmente à observação das situações em termos de finanças e pagamentos de juros do montante do que os países emergentes devem e podem pagar.

O Brasil foi incluído nesse índice de risco desde algum tempo. E para fugir de sua atual situação de recessão prevista, volta a apelar ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Tudo porque o dólar rompeu a barreira do R$ 3,00 esta semana. Barreira bastante temida pelos analistas financeiros, os quais continuam crendo que, agora e sempre, só com empréstimos externos o País poderá criar salvaguardas.

Os mesmos analistas assinalam que o equilíbrio do câmbio só poderá ser feito com ajuda externa. No seus sensores o Mundo está sendo desviado de rumo devido à desconfiança. E para não se verem perdidos no desequílibrio financeiro os investidores ou especuladores fazem de tudo para continuar ganhando mais e mais.

Este é o retrato atual da nossa situação econômica às vésperas de uma eleição que irá dizer quem regerá nossos destinos nas próximas quatro décadas. Sobre o risco-país criado por essa desconfiança, o dólar alcançou este perigoso patamar de acima dos R$ 3,00. Ainda assim continuamos em um ponto onde a Argentina permanece em situação pior que a nossa. No caso desse risco-país, ele eleva a dívida externa cada vez que ocorre um desequlíbrio no câmbio. E tudo isto premia os investidores e ajuda a alimentar a dependência externa.

Cristalizada a ajuda do FMI ao País, o Governo poderá fazer saques a partir de agosto e novembro em valores elevados, incrementando ainda mais a dependência junto aos credores. A ajuda está sendo assinalada em um total de US$ 10 bilhões ou US$ 20 bilhões e ainda antes das eleições. O dinheiro irá servir de anteparo contra os investidores e especuladores e ainda contra os banqueiros internacionais que não querem soltar seus dólares para investir.

Nesse espaço de história quem deverá pagar mesmo pelo serviço é o trabalhador brasileiro. Os preços dos principais insumos deverão se elevar e os juros dos cartões de crédito irão se tornar proibitivos. Mais: espera-se um comprometimento muito grande do orçamento familiar, fato que poderá provocar escolhas radicalizantes no eleitorado nas eleições que se aproximam.


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07/31/2002


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