Ciro sobe e Lula cai no Ibope









Ciro sobe e Lula cai no Ibope
Para o segundo turno, pesquisa indica empate técnico entre os candidatos do PT e do PPS

Aúltima rodada da pesquisa da intenção de voto para a Presidência da República, feita pelo Ibope e divulgada ontem, mostra queda de quatro pontos percentuais do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e crescimento de sete pontos de Ciro Gomes (PPS), que agora aparece em situação de empate técnico em segundo lugar com o candidato do PSDB, José Serra, que caiu dois pontos percentuais.

Outra novidade da pesquisa é que Lula tem agora um concorrente forte para o segundo turno. O Ibope revela que há um empate técnico, pela primeira vez nessa corrida sucessória, entre Lula e Ciro. O levantamento mostra que se os dois candidatos forem para o segundo turno, Lula tem 43% das intenções de voto e Ciro consegue 41%.

Se o confronto fosse com Serra, Lula teria 46% e o tucano teria 37%. Já com Anthony Garotinho, do PSB, o resultado do segundo turno seria 48% para Lula e 33% para o ex-governador do Rio.

Segundo o levantamento, o petista Lula mantém a liderança para o primeiro turno, mas com 34% das intenções de voto (em junho, Lula tinha 38%). Ciro está com 18% (11% em junho), Serra com 17% (antes tinha 19%) e Garotinho aparece com 12% (13% em junho).

A pesquisa, encomendada pela agência de publicidade Casa da Criação MNS Comunicação, confirma o empate técnico entre Ciro e Serra no segundo lugar, revelado pelos institutos Vox Populi e Datafolha na semana passada. Segundo o Vox Populi, Lula aparece com 39%, seguido de Ciro, com 18%, Serra, com 17% e Garotinho com 12%. Já no Datafolha, Lula tem 38%, Serra, 20%, Ciro, 18%, e Garotinho, 13%.

A margem de erro do levantamento, que ouviu 2.000 pessoas em todo o País entre 4 e 7 de julho, é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

O Ibope mostra ainda que o número de incisos é de 12% e 7% disseram que votariam em branco ou anulariam o voto se as eleições fossem hoje.

O comando da campanha de Serra afirma que não se surpreendeu com os últimos resultado das pesquisa. O coordenador político do candidato do PSDB, deputado Pimenta da Veiga, disse que o crescimento das intenções de voto a Ciro pelos principais institutos de pesquisa era previsível. "Era evidente que ele iria crescer devido aos programas eleitorais". Na avaliação dos tucanos, Ciro alcançou seu patamar máximo de intenções de votos e a tendência é iniciar uma curva declinante.


Candidato quer apoio de todo o PFL
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência da República, Ciro Gomes, disse que quer o apoio de todos os diretórios do PFL. Após participar de palestra para empresários em Uberaba, onde recebeu o apoio do PFL mineiro e do presidente do partido, Jorge Bornhausen, Ciro afirmou: "Enquanto não forem os 27 (diretórios), eu não sossego”. O candidato já conta com o respaldo do PFL em 14 estados.

Ciro Gomes disse que para fazer um bom governo precisará de três em cada cinco deputados e de três em cada cinco senadores. Essa proporção reflete o quórum mínimo para a aprovação de emendas constitucionais.
Ele elogiou o PFL, especialmente a ala do partido que rompeu do governo, ao mencionais que a sigla "tem uma tradição política respeitável de manejo do Estado".

Ao comentar a aliança que fez com parte expressiva do PFL, Ciro Gomes aproveitou para criticar o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva: "Quem vai morder a língua neste negócio e dizer ´eu sou puro, os outros todos são impuros´ não sou eu, é o Lula que tá lá com o PL e se abraçando com o Quércia. Ele que vai explicar isso. Porque ele vinha há 16 anos como a majestade solitária da ética e dos bons costumes."

Ciro criticou também a Carta ao Povo Brasileiro divulgada semana passada por Lula com o objetivo de acalmar o mercado financeiro, na qual prometeu continuar com a política de metas de inflação, manter a meta de superávit primário e respeitar os compromissos externos.

"Lula traiu seus eleitores e nenhum banqueiro acreditou neles. Então, o camarada tenta enganar os banqueiros, trai a confiança dos que querem ao redor dele ver uma mudança profunda no País. Ou seja, uma decepção", afirmou o candidato do PPS.

Ciro passeou pelas ruas de Uberaba, visitou o bispo local e conversou com empresários e ruralistas.

Bornhausen, disse que vai entrar agora na campanha à sucessão presidencial para levar o partido a aderir ao candidato da Frente Trabalhista. "Agora é hora de mexer na eleição nacional", disse, explicando que sua postura foi deixar, inicialmente, o PFL se acomodar nos estados para depois retomar a eleição à sucessão presidencial. "Os momentos mais difíceis já superamos", afirmou Bornhausen, referindo-se à candidatura frustrada à Presidência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney.

Para o senador catarinense, a candidatura de José Serra, do PSDB, está em processo de estagnação.


FHC elogia Itamar e pazes são feitas
O presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), selaram ontem as pazes num encontro cordial, após quatro anos de rompimento. A reconciliação ocorreu durante seminário comemorativo dos 182 anos da Associação Comercial do Rio de Janeiro e do oitavo aniversário do Plano Real, na capital fluminense.

Ao iniciar o discurso, Fernando Henrique se dirigiu ao governador mineiro como "meu prezado amigo Itamar Franco, que nos dá a honra de sua presença nesta tarde histórica". O presidente disse que tinha trazido um discurso escrito, mas preferiu falar de improviso, "ao ver tantos amigos" e para "falar mais emotivamente". Ele contou a história de quando foi convidado pelo atual governador para se transferir do Itamaraty e assumir o Ministério da Fazenda.

A reconciliação foi selada em público depois de os dois terem tido um rápido encontro em uma sala reservada. "Quero dizer de público que nunca me faltou apoio político do presidente Itamar. Há quem diga que não reconheço. É só ler os jornais. A história não se borra com borracha. Nem os stalinistas conseguiram", discursou Fernando Henrique, ao lembrar a implementação do Real.

A gota d'água para o rompimento foi a eleição presidencial de 1998. Itamar não conseguiu candidatar-se à Presidência pelo PMDB, que optou pelo apoio à reeleição de FHC, que foi acusado por Itamar de ter comprado votos dos convencionais peemedebistas. Eleito governador de Minas, Itamar ameaçou não pagar a dívida do estado com a União, o que só agravou a situação. O relacionamento, que tinha bons e maus momentos desde 1994, piorou de vez.


Depósito do FGTS em conta pode demorar
Agências da CEF estão fazendo mais de mil pagamentos por minuto, mas o volume excede o limite do sistema

Quem indicou a conta em que queria receber o ressarcimento do FGTS, relativo aos planos econômicos Verão e Collor I, vai ter de esperar um pouco. Segundo a assessoria da Caixa Econômica Federal, o sistema bancário brasileiro não permite o processamento de mais de 400 mil DOCs por noite. Além disso, os trabalhadores que assinaram o termo de adesão, depois de maio, estão com suas informações sendo processadas pela Caixa, e ainda não há pagamento disponível nas agências, mesmo que o trabalhador já se encaixe no calendário de pagamentos.

Segundo o superintendente nacional do FGTS, Joaquim Lima, não há necessidade de correria à Caixa. Segundo ele, o dinheiro está garantido por lei e o valor corrigido pela TR.

No entanto, aqueles que optaram por receber nos caixas pela ordem do mês de aniversário já podem sacar o dinheiro. De acordo com a assessoria da Caixa, as agências estão fazendo cerca de mil pagamentos por minuto em todo o País, o que corresponde a dois anos de pagamentos normais do Fundo de Garantia.
A Caixa recebeu até agora 21,6 milhões de adesões, das quais 19,7 milhões foram feitas nos Correios e desde o dia 26 de junho – quando a Caixa Econômica Federal começou a fazer o pagamento em dinheiro aos trabalhadores com direito ao saque de até R$ 1.000,00 dos créditos complementares do FGTS – já foram pagas 3.384.794 de contas, no valor total de R$ 349,7 milhões.


Simples reduz tributo em 13%
A carga tributária diminuiu para 13,7% dos empresários optantes do Sistema Simplificado de Tributos Federais (Simples), nos cinco anos de existência do sistema. O dado é de uma pesquisa realizada pela Receita Federal e pelo Sebrae com duas mil micro e pequenas empresas dos País. Segundo o estudo, 57,8% das empresas optantes pelo Simples pagam menos de 5% de tributos federais sobre o faturamento, enquanto entre os empreendimentos que não aderiram ao sistema esse percentual chega a 28%.

Cerca de 73% dos entrevistados apontaram ainda a diminuição da burocracia como o principal benefício do Simples. O sistema permite o pagamento mensal de seis impostos e contribuições federais com base em uma única alíquota entre 3% e 8,6% sobre o faturamento. Podem optar as empresas com receita bruta anual de até R$ 1,2 milhão.

O proprietário da relojoaria Nosso Lugar, Fábio Castro Teixeira, aderiu ao Simples desde que os sistema foi instituído, em 1997. "Ficou muito mais fácil. Antes tinha de correr atrás do governo para saber quanto tinha de pagar e o valor mudava toda hora", lembra.

Segundo a coordenadora-geral de Política Tributária da Receita Federal, Andréa Lemgruber, o Simples é tão bom para o empresário quanto para o governo federal, que reduz os custos com as guias emitidas pela Receita. "Além disto, desburocratiza todo o sistema", diz.


Uniformização do ISS dá mais recursos para o DF
Municípios ficarão impedidos de fixar alíquotas menores para atrair empresas das cidades maiores

O Distrito Federal espera arrecadar mais com o Imposto Sobre Serviço (ISS) a partir de janeiro de 2003. Nesta data passará a vigorar a alíquota mínima de 2% para o imposto, conforme determinado na emenda constitucional nº 37, de 12 de junho, a mesma que prorrogou a CPMF (imposto sobre o cheque) até 31 de dezembro de 2004. A expectativa da Secretaria de Fazenda é que a medida reduza a evasão fiscal, propiciando a arrecadação de mais recursos para o DF.

A medida, que visa acabar com a guerra fiscal entre os municípios, a quem compete o ISS, agradou o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira. Segundo ele, muitas empresas acabam se registrando em cidades do Entorno, apesar de atuarem em Brasília, para se beneficiarem de incentivos fiscais. "A medida vai melhorar bastante a situação das grandes cidades que cobram o imposto em sua plenitude e acabam forçadas a baixá-los por causa das cidades menores, que oferecem alíquotas mais baixas", diz ele.

Oliveira não tem um cálculo de quanto o GDF perde com a evasão fiscal, mas acredita que, a partir da entrada em vigor da nova alíquota mínima, não haverá mais razão para que as empresas saiam da cidade.

Para alguns empresários da cidade, entretanto, o estabelecimento da alíquota mínima para o ISS poderá ter um impacto negativo. Quem paga menos de 2% já começa a fazer as contas do prejuízo. É o caso do setor de software, que tem alíquota de 0,5%.

Djalma Petit, superintendente executivo do Centro de Tecnologia de Software de Brasília (Tecsoft) ainda não tem noção de como o setor será afetado. "É um custo adicional que não estava previsto e que, certamente, afetará as empresas", avalia.

O setor de informática é considerado um dos mais promissores no DF e, por isso, tem recebido grande incentivo do governo. Segundo Petit, o DF foi o primeiro local a reduzir a alíquota do ISS, no que foi seguido por várias outras cidades. "Agora, teremos que analisar o impacto desse acréscimo de custo sobre as empresas", adianta ele.

Alíquotas menores serão eliminadas
O GDF terá que adaptar a cobrança do ISS no Distrito Federal, eliminando as alíquotas menores do que 2%. Atualmente, as alíquotas praticadas em Brasília para o ISS variam de 0,5% a 10%. Na verdade, a maior parte dos serviços é tributada à alíquota de 5%, sendo as demais alíquotas de 0,5%, 1%, 2% e 10% aplicadas a pequeno número de atividades.

"Essa será uma regra nacional e teremos de nos adequar", admite o secretário da Fazenda, Valdivino de Oliveira. Entre os setores beneficiados com alíquotas inferiores a 2%, além dos softwares, estão as atividades culturais, o arrendamento mercantil (leasing), a administração de cartões de crédito e as redes de comunicação de dados. O setor de transporte surge na relação com uma alíquota de 1%, mas, na verdade, é isento do pagamento do tributo. É uma forma de compensação para o transporte gratuito de várias categorias profissionais, como policiais e bombeiros. A subsecretária da Receita, Cordélia Cerqueira Ribeiro, acredita que as isenções não serão atingidas pela emenda constitucional, apesar de admitir que precisará ser feito ainda um estudo melhor sobre o assunto.

Uma preocupação do GDF é quanto ao Simples Candango, forma simplificada de pagamento de impostos aplicada a micro e pequenas empresas. A alíquota é de 1% sobre a receita bruta.

A princípio, Oliveira acredita que o Simples não será afetado, já que o incentivo, no caso de Brasília, se aplica muito mais ao ICMS do que ao ISS. Ele admite, contudo, que o assunto precisará ser melhor analisado. "Vamos ter que estudar melhor essa questão", diz o secretário.

A subsecretária da Receita, Cordélia Cerqueira Ribeiro, lembra que o prazo de praticamente seis meses dado para a entrada em vigor da alíquota mínima foi estabelecido justamente para que municípios e empresas possam se adaptar.


Artigos

Tucanos e corintianos
Lauro Aires

José Serra é o candidato certo na hora errada. Ele seria o cara ideal para daqui a quatro ou oito anos. Foi empurrado para as urnas (não contra sua vontade, claro) pelas mortes de Luís Eduardo Magalhães e Mário Covas. Sobrou para Serra, assim... por eliminação. Sempre foi visto como ruim de voto, de palanque e de trato com as câmeras, mas nunca se discutiu sua capacidade técnica. De qualquer maneira, não havia ninguém mais confiável para a elite econômica paulista.

Agora, está numa sinuca. Tem de explicar para o povão que é governo, mas nem tanto. A expressão soa meio mentirosa, mas é verdade. Serra é governo, embora tenha sido vencido nos oito anos de governo de Fernando Henrique. Ganhou um cargo de expressão no Ministério da Saúde, provou sua competência, mas nunca apitou nos rumos econômicos e sociais do governo. Serra era da ala desenvolvimentista, que representava o legítimo pensamento tucano na cabeça dicotômica de FHC. A hegemonia na condução do País ficou sempre a cargo dos pefelistas, alcunhados imprecisamente de monetaristas.

Como ninguém é obrigado a saber, vale o parêntese: os desenvolvimentistas pregavam juros menores, mais produção nacional e negociação mais dura com os gringos. Os monetaristas preferiam as regras consolidadas no mercado mundial, evitando rupturas para garantir financiamentos externos, e rezavam a cartilha do Estado mínimo.

Pois Fernando Henrique abraçou claramente a segunda opção. Tanto que já preparava Luís Eduardo Magalhães para sua sucessão, não fosse um enfarte fatídico que o levou ainda jovem.
Serra tem agora o desafio de contar essa história sem ferir os humores dos aliados. Se eleito, ele dará início ao projeto tucano, que não foi o que se viu com Fernando Henrique. O problema está em se eleger. Qualquer espirro em Wall Street o prejudica. Com a máquina do gov erno, ganharia fácil se o mundo passasse os últimos dois anos congelado. Toda a crise no mercado financeiro mundial, com escândalos em bolsa e atentados terroristas é ruim para ele. Deve andar angustiado, José Serra.

Só não acho justa a pressão para elegê-lo. Tá na cara que a maior parte da mídia torce por ele. Alguns colegas jornalistas chegam a argumentar que os investidores podem ficar calmos porque as pesquisas só medem o momento, e tudo pode mudar etc. Ou eu entendi errado ou estão dizendo que se Serra não ganhar vai tudo explodir mesmo. Fica um cheiro de tapetão nessa eleição.

Serra está no jogo e deve disputar com as armas que tem. Ganhando, acho que dará um governo melhor do que o de FHC, mas se perder não será o fim do mundo. O Brasil amadureceu e isso é ótimo. Há outros candidatos concorrendo e não é justo que a imprensa trate José Serra de maneira especial. Estão virando o foco. É parecido com o que vi no debate da RedeTV! assim que o Brasil ganhou a Copa do Mundo. De olho no mercado da Zona Leste de São Paulo, a mesa de especialistas tentava entender por que razão Felipão não havia escalado o meia Ricardinho do Corinthians...


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

O Rei, o voto e o credor
A declaração de voto do cantor Roberto Carlos a José Serra tem fundo mais comercial do que, digamos, ideológico. É que há um ano Nizan Guanaes (marqueteiro tucano) negociou o patrocínio dos Correios para o "rei", via Pimenta da Veiga, então ministro das Comunicações. O valor recorde do contrato foi revelado nesta coluna e confirmado pelo presidente da ECT, Hassan Gebrim: R$ 8 milhões em duas parcelas (dezembro e abril de 2002). Como se vê, RC é homem de palavra. E Serra um credor implacável.

Nadica de nada
Já são nove ministros da Justiça no governo FhC, mas a criminalidade não pára de crescer e o sistema penitenciário faliu. Ou seja: noves fora, nada.

Fogo morro acima
O Ibope confirma o crescimento de Ciro Gomes, que subiu sete pontos e está tecnicamente empatado com Lula do PT, na simulação do segundo turno. O clima, no tucanato, que era de velório, agora é de desespero.

Pelos cotovelos
Dos dez minutos oferecidos no "Jornal Nacional", Ciro Gomes falou exatos 6 minutos e 38 segundos, menos de 65% do tempo. O resto ficou por conta dos entrevistadores, William Bonner e Fátima Bernardes, que falaram tanto, mas tanto, que mais um pouco e o candidato do PPS pediria direito de resposta.

Justiça seja feita
O verdadeiro engavetador do processo de intervenção no Espírito Santo não foi Geraldo Brindeiro, mas o próprio FhC. Brindeiro é apenas a maçaneta do armário de aço onde o presidente guarda seus "esqueletos".

Santíssima trindade
FhC não intervem nem no filho, que dirá no Espírito Santo...

Gato escaldado
Miguel Reale Jr. recomendou ao sucessor, Paulo de Tarso Ribeiro, falar apenas depois da posse. "Vai que ele (FhC) não gosta..." Pelo sim, pelo não, o novo ministro cancelou a entrevista coletiva convocada para ontem.

Pensando bem...
...o procurador-Geral (do) Brindeiro sempre acha o que FhC perde.

Tristes e orgulhosos
Foi carregada de emoção a despedida íntima do ex-ministro Miguel Reale Júnior dos assessores mais próximos. Em nome do grupo, um deles disse que todos estavam tristes, mas orgulhosos de sua atitude, pedir demissão.

Fazendo malas
Miguel Reale Júnior retornou ontem ao gabinete apenas para recolher os quatro porta-retratos da família. Depois, foi ao flat em que residia, na Academia de Tênis de Brasília, e arrumou as próprias malas.

Jeito malvadeza de ser
ACM ordenou a demissão da advogada Adriana Barreto do governo baiano às vésperas de a jovem ex-amiga completar dez anos em cargo comissionado. Após esse prazo, o servidor incorpora a vantagem. Mas seu pai, Amadiz Barreto, nomeou-a para cargo no TRE da Bahia, que preside.

O risco EUA
A médium Adelaide Scritori enviou e-mail ao presidente do Banco Central, Armínio Fraga, alertando que a mistura de falência com corrupção em breve aparecerá na área bancária, se os americanos nada fizerem. Diz a médium que eles apontam risco no Brasil para disfarçar os balanços maquiados, o que pode resultar num crash idêntico ao de 1929 nas bolsas americanas.

Árdua missão
Quando o governo acabar, o procurador-geral Geraldo Brindeiro vai ter de ficar alguns meses no cargo. É o prazo que precisa para limpar as gavetas.

Governo dividido
O secretário de Apoio Rural do Ministério da Agricultura, Rinaldo Junqueira, entrou mudo e saiu calado da reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente que discutiu organismos geneticamente modificados. É que, ao contrário do ministro Pratini de Morais, Junqueira é contra os transgênicos.

Jornalismo alerta
A Rede Record também comprou a briga do publicitário carioca Márcio Mascarenhas, denunciada na coluna: está cego de um olho, atingido pelos resíduos incandescentes de um isqueiro Cricket. Márcio foi ouvido de costas, após ameaça de morte pelo celular. A Swedish Match do Brasil não se pronunciou. Ele tenta falar com a rainha da Suécia, a brasileira Sílvia.

Peixe podre no Rio...
A produção pesqueira da Bacia de Campos (RJ) baixou mais de 80% com os levantamentos sísmicos de prospecção de petróleo da Petrobum!, Elf, Veritas e outras. Tiros de ar comprimido na lâmina d'água estão matando peixes. A Federação dos Pescadores do Rio pede estudos da ANP e do Ibama antes das explosões, que se estenderão por toda costa brasileira.

... e pesca ameaçada
Os pescadores do Rio também temem ser confundidos com traficantes pela força-tarefa de combate ao crime. Estão assustados, pois os policiais são treinados para abordar bandidos, e sem um estudo de inteligência pode sobrar para eles. Denunciam que a área conhecida como Kelson, no canal de Ramos, é estado paralelo do tráfico. A ordem é não vi, não sei, não falo.

Poder sem Pudor

Confissão do viajante
No seu discurso, durante a solenidade que marcou os oito anos do Plano Real, ontem, na sede do BNDES, o presidente Fernando Henrique contou a história do convite para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco, quando ocupava o cargo de ministro das Relações Exteriores. No meio do relato, pediu o testemunho do ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia:
- O ministro se recorda disso. Ele era o secretário-geral do Itamaraty e eu o ministro: enquanto ele trabalhava, eu viajava...

O auditório caiu numa uníssona e aprovadora gargalhada.


Editorial

IMPOSTO DOS APOSENTADOS

Não é a primeira vez que lançam olho grande sobre o dinheiro dos aposentados. Primeiro foi o governo, que tentou descontar contribuição para a previdência do salário dos inativos. Agora, as centrais sindicais sugerem uma contribuição descontada no contracheque dos aposentados. Feito isso, CUT e Força Sindical teriam uma injeção mensal de R$ 480 milhões.

Os sindicatos alegam que quando um trabalhador se aposenta deixa de contribuir, e com isso há uma perda. Mas se esquecem de que há mais gente entrando no mercado de trabalho, com recursos, portanto, para cobrir quem se aposentou. Já há até uma forma de o aposentado continuar pagando imposto sindical, mas é optativa.

A proposta das centrais tenta incluir o débito na folha de pagamento, tornando-o obrigatório. É perigoso e imprudente. Aposentado não é categoria sindical e nem sempre pode abrir mão de sua verba mensal, que já é contada. Imposições não são saudáveis nem bem-vindas nessa área.


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07/10/2002


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