Pesquisa prevê melhor aproveitamento de corantes naturais



A mudança nos hábitos alimentares ocorrida nas últimas décadas tem atraído a atenção de órgãos reguladores no Brasil e em outros países. Estudos realizados nos Estados Unidos e Japão apontam os corantes artificiais como um fator relevante que tem alterado a saúde da população. Inserido nessa questão, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) desenvolve pesquisas com microorganismos voltadas para o melhor aproveitamento de corantes naturais pela indústria alimentícia.


Realizado pela área de Processamento e Caracterização de Materiais do instituto, o trabalho integra a tese de doutorado da nutricionista Thaís Passos, realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O desenvolvimento da pesquisa, que tem co-orientação do tecnologista Fábio Dantas, do INT, pretende melhorar a estabilidade de pigmentos naturais extraídos de cianobactérias cultivadas em laboratório.
 

A tecnologia desenvolvida consiste no encapsulamento em polímero dos pigmentos naturais, proporcionando maior estabilidade frente a fatores ligados ao processamento e armazenamento dos alimentos, como presença de luz e oxigênio, temperatura e acidez (pH). Alcançada essa estabilidade, os pigmentos das cianobactérias podem ser aplicados nos alimentos. Assim, cria-se uma alternativa para as indústrias que empregam os corantes artificiais em suas formulações.


A substituição de alimentos in natura por alimentos processados vem contribuindo de forma relevante para o empobrecimento da dieta diária dos cidadãos. Segundo Thaís, estudos epidemiológicos apresentam questões preocupantes com a saúde coletiva, em especial a das crianças, que costumam ser consumidores em potencial de alimentos coloridos artificialmente.
 

Como estratégia de mercado, as indústrias utilizam esses corantes, por apresentarem características mais estáveis comparados aos de origem natural, garantindo melhor aparência do produto com cores mais atraentes para o consumo. Vários corantes sintéticos se tornaram proibidos em alguns países por terem sido associados à incidência de tumores e casos de alteração de comportamento em crianças (hiperatividade).
 

Leis vigentes na Austrália e Estados Unidos restringem rigorosamente o uso de sintéticos nos processos industriais do setor alimentício. Pela legislação atual, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite no Brasil o uso de apenas 11corantes artificiais em alimentos e bebidas, sendo eles: amaranto, Vermelho de Eritorsina, Vermelho 40, Ponceau 4R, Amarelo Crepúsculo, Amarelo Tartrazina, Azul de Indigotina, Azul Brilhante, Azorrubina, Verde Rápido e Azul Patente V.


Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia

 



06/09/2010 17:17


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