Pesquisadores usam cinzas de carvão mineral no tratamento de efluentes



O objetivo é reduzir o impacto no meio ambiente

Pesquisadores do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Ministério da Ciência e Tecnologia, estão aplicando cinzas de carvão mineral  no tratamento de metais de efluentes aquosos que podem alcançar corpos hídricos, para reduzir o impacto no meio ambiente.

De acordo com o chefe  do Serviço de Tecnologias Limpas do Cetem, Paulo Sérgio Moreira Soares, uma das  preocupações é minimizar os impactos ambientais, fazendo um trabalho de buscar a redução da quantidade de efluentes líquidos e fazer o tratamento desses efluentes que contêm metais em solução. “Os metais ficam retidos nas cinzas", disse.

Ele explicou também que é feito primeiro um tratamento químico sobre os efluentes.  Na segunda etapa do tratamento, um dos métodos possíveis para fazer a remoção dos metais pesados é utilizar cinzas da queima do carvão mineral. “Os metais ficam retidos nas cinzas”. O objetivo é que os efluentes finais não tenham uma concentração de metais superior à permitida pela Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para o lançamento de efluentes em corpos líquidos, informou o pesquisador.

Moreira Soares disse que o uso dessas cinzas no tratamento de efluentes aquosos  ficou mais atraente. Há minerações de carvão geralmente próximas das instalações que utilizam o  carvão e produzem cinzas como rejeito sólido da operação”. As usinas termelétricas, por exemplo,  queimam carvão para gerar energia elétrica.

O trabalho do Cetem com o uso ambiental das cinzas obteve a patente Processo para Remoção de Manganês e Outros Metais Presentes em Baixas Concentrações em Efluentes Industriais, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). 

Soares observou, entretanto, que nada impede que as cinzas de carvão mineral sejam usadas para o tratamento de efluentes líquidos em outras instalações, além de minerações. Atividades como as indústrias químicas,  minerais e metalúrgicas podem também se beneficiar do processo, “desde que seja economicamente viável pelo transporte das cinzas para outro local”, salientou. 

Os pesquisadores agora se dedicam à  modificação química das cinzas de carvão para que elas possam ser ainda mais eficientes na captura  dos metais pesados nos efluentes. 

Cetem

Criado em 1978, o Cetem dedica-se à pesquisa de inovação para beneficiamento de áreas relacionadas a recursos minerais. Localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro,  o centro possui 15 laboratórios, três usinas-piloto onde já foram desenvolvidos mais de 750 projetos tecnológicos para atender às empresas que atuam nos setores mínero-metalúrgico, de química e de materiais.

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Fonte:
Agência Brasil
Portal Brasil

 

12/09/2012 15:26


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