Saturnino vê contradições definidoras em depoimento de Arruda



O relator do processo sobre a violação do painel eletrônico do Senado, Roberto Saturnino (PSB-RJ), disse que há contradições "definidoras" entre os depoimentos dos senadores José Roberto Arruda (sem partido-DF) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e da ex-diretora do Centro de Informática e Processamento de Dados (Prodasen), Regina Célia Peres Borges. As versões dos técnicos que participaram da violação são unânimes em relação à determinação de Regina Borges em atender a um pedido dos senadores, acentuou Saturnino. A tese de que a funcionária teria transformado uma consulta em ordem, para o relator, faz crer que o comportamento de Regina Borges beirou a demência. "Ela seria uma pessoa extremamente sem inteligência, a ponto de entender tão mal, que transformou uma consulta em ordem?", questionou o senador.

Saturnino apontou uma contradição no depoimento de Arruda, que havia negado ter ouvido Regina Borges dizer que estaria cumprindo uma ordem. Em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, a ex-diretora do Prodasen disse que, após receber o pedido de Arruda, comentou: "Estou saindo agora para tentar cumprir uma ordem".

O relator chamou a atenção para um detalhe no relato de Arruda a respeito da conversa com Regina Borges. Arruda teria dito a Regina que, se fosse possível a violação, o então presidente do Senado queria a informação. Saturnino salientou que isso permite a interpretação de que Antonio Carlos queria era a lista com os votos da sessão que cassou o senador Luiz Estevão.

Saturnino perguntou ainda qual foi a reação de Antonio Carlos Magalhães ao receber a lista. Arruda disse que o tom não foi de crítica: "Não havia naquele instante a idéia de uma coisa errada. Some-se a isso uma característica negativa, a da curiosidade", disse.

27/04/2001

Agência Senado


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