Petistas querem explicações sobre mudanças no relatório
Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios frisaram, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (6), que não querem impedir o encaminhamento do relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios ao Ministério Público, já que apoiariam a maioria das conclusões. Eles disseram, entretanto, que querem solicitar aos procuradores que investiguem também as pessoas cujos nomes foram excluídos do relatório na última hora.
Reunida da sala da liderança do PT no Senado, a bancada petista divulgou nota à imprensa explicando o recurso apresentado ontem à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados no qual solicitam que seja realizada nova votação do relatório final da CPI.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), responsável pela sub-relatoria de Contratos da CPI, questionou a exclusão de vários pedidos de investigação que constavam da primeira versão do relatório e informou que vão encaminhar representação ao Ministério Público pedindo que tais nomes sejam investigados. Entre essas exclusões, ele destacou os nomes dos membros da comissão de licitação dos contratos entre empresa Beta e os Correios. De acordo com o sub-relator, tal licitação seria das mais irregulares que ele já viu. O valor desses contratos alcançaria R$ 280 milhões.
Cardozo também criticou a exclusão dos nomes de Armando Ferreira da Cunha e de João Leite Neto, que teriam envolvimento nas fraudes de licitações dos Correios por meio de franquias. Partes das conclusões sobre a atuação do IRB-Brasil Resseguros, também teriam sido retiradas da texto.
- Somando tudo o que foi excluído, está sob suspeição mais de R$ 1 bilhão - calculou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
Os parlamentares também questionaram os procedimentos adotados na votação do relatório. O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) reclamou que o presidente da CPI, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) anunciou o resultado final sem ter acolhido todos os votos. Para o deputado, os regimentos do Senado, da Câmara dos Deputados e o Regimento Comum, além das tradições do Congresso teriam sido desrespeitados já que Delcídio não permitiu a apresentação de destaques, não ouviu questões de ordem e realizou a reunião da CPI enquanto ocorria votação na Câmara.
A senadora Ideli ponderou que as explicações sobre as mudanças no texto e a apreciação dos destaques poderiam ocorrer hoje, o que permitiria encaminhar o relatório ao Ministério Público até a próxima segunda-feira (10).
06/04/2006
Agência Senado
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