Petróleo produz votos e denúncia



Petróleo produz votos e denúncia

De janeiro de 1999 a dezembro próximo, os royalties do petróleo da Bacia de Campos terão derramado R$ 1 bilhão nos cofres de nove prefeituas fluminenses. Campos, Macaé, São João da Barra, Casimiro de Abreu, Búzios, Cabo Frio, Quissamã, Carapebus e Rio das Ostras exibem obras em profusão, gordas folhas de funcionários municipais e um volume de eleitores que, freqüentemente, quase empata com o total de habitantes.

Concursos públicos atraem multidões de candidatos de cidades vizinhas. A aplicação dos recursos tem suscitado denúncias constantes. A seção do Ministério Público Estadual que abrange a maioria dos municípios contabiliza 63 inquéritos sobre supostas irregularidades.

O Tribunal de Contas do estado, que deveria vigiar gastos dos prefeitos, transfere a responsabilidade para o Tribunal de Contas da União. Essa dúvida já completou um ano de vida. (pág. 1 e 18 a 20)


  • O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Costa Leite, acusa Fernando Henrique de prática de casuísmo é de não dar bom exemplo à sociedade ao descumprir decisões judiciais. "Isso não contribui para a harmonia dos poderes", sentencia. (pág. 1 e 10)


  • Lideranças, organizações, domínio de logística, tecnologia e alocação de recursos. Inteligência financeira global. Humildade. Interesse permanente por atualização. Tantos atributos fariam de qualquer executivo de multinacional um indiscutível caso de sucesso. O caso se torna mais complexo quando esse executivo se chama Osama bin Laden e a multinacional é formada pelo poderoso e radicalizado movimento islâmico internacional.

    Como explicar que o empreendedor tenha se tornado o "self made man" do ódio? "Ele é o único líder islamita que aproximou grupos de todo o mundo sob o mesmo propósito", acredita Yossef Bodansky, diretor da força-tarefa antiterrorismo do Congresso dos EUA.

    Ele escreveu o livro "Bin Laden, o homem que declarou guerra à América"", que chega ao Brasil esta semana. (pág. 1 e 15)


  • Por trás do brilho das passarelas e do charme das modelos, movimenta-se uma indústria que espera fechar 2001 com faturamento calculado em torno de US$ 22 bilhões. O peso das 30 mil empresas de fiação, tecelagem e confecções já equivale ao do setor automobilístico na economia brasileira. (pág. 1 e 22)


  • Relíquia maior do Rio, a Baía de Guanabara ainda provoca reações tão deslumbradas quanto as dos primeiros portugueses que a viram. Nestes cinco séculos, resistiu a agressões de toda ordem. Hoje, malcheirosa, recebe toneladas de esgoto, lixo e óleo. Nos extremos assoreados, quase se pode andar sobre suas águas na maré baixa.

    Enquanto o programa de despoluição, iniciado há sete anos, continua encalhado, há quem desfrute a belíssima vista do Rio e de Niterói passeando de barco por esse capricho da natureza. (pág. 1 e 25)


  • Quase dois anos depois da redemocratização do País, com o fim do regime militar, as Forças Armadas continuaram a investigar um grupo considerado ameaçador para a soberania nacional: os bispos aliados de movimentos em defesa dos direitos dos índios e sem-terra.

    No fim de 1986, o Conselho de Segurança Nacional (CSN) sugeriu a expulsão de religiosos estrangeiros e a punição de brasileiros acusados de incitar a invasão de terras e seqüestros pelos índios.

    Três estudos do Conselho, obtidos pelo "Jornal do Brasil", eram ilustrados com fotos e fichas de oito bispos tachados de "progressistas". Entre eles, figuravam dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a cúpula da Igreja Católica.

    A relação incluía dom Ivo Lorscheiter, então presidente da entidade, e dom Luciano Mendes de Almeida, o secretário-geral. (pág. 3)


  • Pela primeira vez, os índios serão tema da Campanha da Fraternidade, promovida anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O lema será "Por uma terra sem males". As paróquias e os capelães militares vão receber livro sobre o tema. Nenhum exemplar será entregue ao Ministério da Defesa e ao Comando do Exército, por divergência sobre a presença de integrantes das Forças Armadas em áreas indígenas na faixa de fronteira na Amazônia.

    O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Franco Masserdotti, diz que as áreas indígenas na divisa amazônica prejudicam as relações entre os religiosos e os militares. Afirma que a campanha está voltada para "o respeito à dignidade e à diversidade" dos nativos. (pág. 3)


  • Forçados a deixar o Congresso, Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho, José Roberto Arruda e Luiz Estevão deixaram rastros. Depois de a poeira dos escândalos protagonizados por eles ter baixado, os senadores ainda na ativa precisam cuidar do legado deixado pelos ex-colegas.

    São dezenas de projetos de lei ainda em tramitação e propostas de mudanças na Constituição - além, é claro, das lembranças de superfaturamento de obras, fraudes no painel eletrônico do Senado e desvio de recursos de bancos públicos.

    Uma proposta que irrita o Executivo é a adoção do Orçamento impositivo, parada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado desde 30 de maio. A idéia, deixada por Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), é obrigar a equipe econômica a cumprir na íntegra a proposta orçamentária aprovada pelo Congresso.

    O modelo atual, chamado de Orçamento autorizativo, permite ao Planalto só liberar os recursos após muita negociação com os políticos. (pág. 4)


  • O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), alvo de acusações de corrupção e favorecimentos políticos, vai entrar no "corredor da morte". Todos os documentos serão examinados pelo Departamento de Extinção e Liquidação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a quem caberá levantar dívidas e créditos.

    Quando o presidente Fernando Henrique Cardoso nomear um inventariante, nos próximos dias será dado início ao "extermínio" da autarquia que já foi motivo de desejos dos políticos do PMDB.

    Todo o patrimônio será transferido para o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Denit), braço do Governo federal criado para tocar os projetos públicos do setor de transportes nacional. (pág. 24)



    EDITORIAL

    "Ocidente/Oriente" - O fechamento da embaixada no Paquistão rompeu o último canal de comunicação diplomática dos talibãs com o mundo, na antevéspera do fim da guerra que manteve o mundo em suspense. O próximo passo, quase a derradeira pincelada do conflito, é a tentativa de levar etnias e grupos políticos afegãos a criar em Bonn, na Alemanha, um conselho (shura) que supervisionará a transferência de poder para um governo de ampla representatividade. (...) (pág. 12)



    COLUNAS

    (Coisas da Política - Dora Kramer) - O novo ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, começa bem sua gestão ao pretender dar prioridade total à resolução do caso da cantora mexicana Gloria Trevi, que engravidou nas dependências da carceragem da Polícia Federal, em Brasília, em condições mais que nebulosas. Mais adequado é considerá-las tenebrosas.

    Afinal de contas, não importa se Gloria foi estuprada ou relacionou-se sexualmente com alguém na cadeia de forma consentida. Isso é irrelevante, diante da evidência do abuso de poder que ocorreu nesse episódio. (...) (pág. 2)


    (Informe JB - Ricardo Boechat) - Estatal de petróleo da Venezuela, a poderosa PDV voltou a cobiçar o Brasil.

    Quer unir-se à Petrobras para construir uma refinaria no Nordeste.

    Até agora, o projeto, de US$ 2 bilhões, não teve boa acolhida. (pág. 6)




    11/25/2001


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