PFL aposta que denúncias podem derrubar Serra



 





PFL aposta que denúncias podem derrubar Serra
Pefelistas avaliam que ligação de Serra com o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, acusado de pedir propina para influenciar processo de privatização da estatal, pode forçar PSDB a mudar o candidato ao Planalto

BRASÍLIA – O PFL crê que as denúncias contra o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, que teria pedido uma propina R$ 15 milhões ao empresário Benjamin Steinbruch para organizar o consórcio vencedor da privatização da Companhia Vale do Rio Doce, vão acabar derrubando a candidatura do tucano José Serra. Mas a estratégia dos pefelistas será evitar envolvimento direto no caso, para se credenciar a uma recomposição da aliança com o Governo em torno de um possível novo candidato.

Os nomes preferidos dos pefelistas são o ex-governador Tasso Jereissati (CE) e o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (MG), para uma eventual substituição da candidatura de Serra à Presidência da República. Despertou a atenção do PFL o trecho da reportagem da revista Veja, autora das novas denúncias, em que o empresário Carlos Jereissati diz que contribuiu com R$ 2 milhões para a candidatura de Serra ao Senado, em 1990, a pedido de Ricardo Sérgio. Só que, no Tribunal Superior Eleitoral, só estaria registrada uma contribuição de R$ 95 mil.

Reservadamente, pefelistas comentavam ontem que o candidato tucano terá de explicar o que eles consideram “caixa dois”. O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), defendeu uma investigação rigorosa. “A se confirmar a história, contada por duas pessoas de credibilidade, é um fato muito grave que terá de ser apurado com profundidade”, disse. O senador afirmou que eventuais reflexos na pré-candidatura de Serra “vão depender dos desdobramentos, da confirmação dos fatos.”

Já o presidente do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), procurou evitar o assunto. “Eu quero estar bem longe disso. Submundo não é do meu ramo. Eu faço política”. Ele afirmou que estava descansando em Uberaba (MG) e não leu a reportagem. O ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que o Governo deve investigar a atuação de Ricardo Sérgio no Banco do Brasil e na Previ (o fundo de previdência complementar dos funcionários do banco). “Quando isso for apurado nós teremos novos escândalos”, afirmou, acrescentando que há muito vinha alertando o Governo sobre a atuação de Ricardo Sérgio. “O presidente Fernando Henrique sabia desses assuntos. Por isso mandou demiti-lo, mas ficou só na demissão e não chegou a apuração, por que Ricardo Sérgio sempre foi ligado ao Serra”, acusou. ACM vai reunir a bancada do PFL baiano e defender o apoio à CPI no Congresso Nacional.

O presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), disse que Ricardo Sérgio não fala em nome de tucanos. Ele vê uma campanha “infamante” contra Serra e o partido, e afirma que FHC não mandou investigar o suposto pedido de propina porque era “um rumor”. Aníbal assegurou que o tucano não desistirá da candidatura, e afirmou que Serra e Ricardo Sérgio não têm relações há tempo.

Últimos comentários:

Jose Araujo: O "PC-I" era fichinha diante da capacidade de processamento atual do "PC-II"...! Diante de tamanha gravidade, que através da imprensa tomamos conhecimento, como qualquer do povo, e cidadão brasileiro, solicito aos meus compatriotas e representantes legais do poder Legislativo, através do Congresso Nacional para que instalem uma CPI para apuração e esclarecimentos dos fatos envolvendo os participantes citados na reportagem principal de capa publicada pela revista Veja em 04/05/2002, e que seja solicitado ao poder Judiciário e ao Senhor procurador-geral da República empenho conjunto. Que todas as entidades e instituições da sociedade organizada, demonstrem mais uma vez através de mobilização, da cobrança de uma solução honrosa em defesa e zelo do patrimônio material e moral do povo brasileiro. É inconcebível no atual estagio da sociedade brasileira se admitir passivamente um governo com "quadrilheiros" apropriassem do patrimônio publico para enriquecimento próprio ilícito e para fundos de campanhas políticas!

Não entendi?: Inicialmente, não entendi porque o nome de LULA foi citado por algumas pessoas que comentaram essa reportagem. Pelo visto, são pessoas ignorantes, analfabetos políticos, que preferem o país sendo governado por uma corja de ladrões a colocar um homem honesto. Cada povo tem o governo que merece, e o Brasil vem merecendo esses governos corruptos que o povo coloca no poder! Continuem votando neles!! Eles não são inteligentes?? E o brasileiro que é muito "esperto", só vota em inteligente né??

Raphael (Mucao): Lula e` uma piada!!! Uma pessoa que nem se que coseguiu mexer uma maquina de moer cana (tanto e` que perdeu um dedo), que saber administrar um pais!!

Realmente nao da!!! Votem em Lula e nem acucar teremos mas para exportar!!!

Antonio: Pois é... tem babaca que prefere os ladrões que há 38 anos vêm roubando o país!

Procurem saber por onde andavam estes PFL's da vida...Procurem saber o qual era o patrimônio destes marginais de colarinho, antes de entrar no serviço público. E não me venham com esta balela de falar que o povo exigiu a presença do cabrinha em determinado cargo!

Henry: Nenhuma novidade. Tudo isso aconteceu e acontece constantemente, nós o que não queremos observar. É melhor se preocupar com BIG BROTHER ou CASA DOS ARTISTAS. Aí precisa eles mesmos começarem a se denunciarem para nós ficarmos sabendo de tudo.

Luiz Gustavo: Lula, Roseana, Serra, Collor, ACM, .... e demais tudo farinha " podre " do mesmo saco, e ainda tem babaca que acredita na incompetência de Lula, quem é essa ??? é aquele que nunca ganhou eleição, e aquele que nunca fez nada ?? e aquele que nunca dirigiu uma cidade, estado, etccc......., sim pq um homem que deseja ser presidente, que sempre quis ser, e nunca dirigiu nem sequer um associação de bairro , não acredito que ele possa dirigir uma nação, mas e ai ??? em quem votar ???, estamos f_d_d_s . votar em quem ????????????

Caetano/Recife: Triste mar de lama esse do submundo dos partidos que apoiam esse governo que aí está. Querendo enfiar goela abaixo um candidato bisonho e incompetente, agora se vê em brigas eternas com os seus pares. Sim, porque a ninguém engana essa postura do PeFeLê dando uma de paladino da auteridade. Com certeza a candidatura LULA vai dar um basta nesse incompetência em governar.


Tucano se diz vítima de leviandades e vê “plantação eleitoral”
BRASÍLIA - O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, reagiu indignado à reportagem da revista Veja, que traz acusações contra o economista e arrecadador de recursos para sua campanha ao Senado, Ricardo Sérgio de Oliveira. A matéria ainda menciona uma contribuição de RS 2 milhões do empresário Carlos Jereissati, à campanha de Serra, não declarada à Justiça Eleitoral. “Estou estarrecido com o tamanho da mentira e da leviandade publicadas nesta matéria, manipulando seus leitores”, disse o tucano, ao desmentir a suposta doação de Jereissati em 1994.

Nervoso e preocupado com os efeitos da reportagem sobre as pesquisas, Serra insistiu ontem que “essa história toda é uma maluquice, uma plantação eleitoral muito grande”. Mas a despeito da ameaça de acionar os advogados da campanha para processar quem insistir nessa calúnia, Serra não conseguiu tranqüilizar seus aliados nem calar os adversários na corrida sucessória. Enquanto o comando do PFL recomenda o silêncio e aguarda o desfecho, o PMDB debocha nos bastidores do tucano, que exige um vice inatacável que não tenha que dar explicações.

Não é a primeira vez que esse tipo de acusação é fei ta a um integrante do alto tucanato. Em 2000, o jornal Folha de S. Paulo noticiou que pelo menos R$ 10 milhões foram para um caixa-dois em 1998 e outros R$ 8 milhões também deixaram de ser declarados ao TSE em 1994 pelo comitê das campanhas de FHC à Presidência. O expediente é ilegal pela legislação brasileira.

Últimos comentários:

Pobre Antonio!!: Infelizmente, não é só você Antonio que não consegue ver o mar de lama que é esse governo, são milhões de brasileiros, que não vêem o óbvio. São essas pessoas, que mantém um partido como o PFL, herdeiro da ditadura militar, como um dos maiores do Brasil. E são essas pessoas, que iriam votar em Roseana Sarney! Coitados! Aliás, é um milagre o PFL não está envolvido nesse escandalo (por enquanto, acho).

Antonio: Agora sabemos qual era o real interesse da privatização de FHC!!! Além de ficar de cócoras para os americanos, havia o interesse dos amiguinhos fazerem dinheiro para o próprio bolso, bem como preparar o CAIXA DOIS de Serra!! E o brasileiro se lascando!!! Pagando a conta dos incompetentes!! Será que o Ministério Público vai ficar passivo diante de tanta ladroagem!!!???


PT quer apoio do PSDB para abertura de CPI

BRASÍLIA – O vice-líder do PT na Câmara, deputado Walter Pinheiro (BA), afirmou que começa amanhã a colher assinaturas para instalar uma CPI para investigar as novas denúncias que envolvem o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira. Pinheiro disse que, por enquanto, quer desvincular as investigações sobre o economista de qualquer suspeita de envolvimento do pré-candidato do PSDB, José Serra. “Se aparecerem evidências contra Serra, ele também terá que responder pelas acusações”, disse.

Para a instalação são necessárias 171 assinaturas de deputados. Pinheiro disse esperar conseguir o número suficiente e contar com o apoio dos tucanos. “Se o PSDB tem certeza que nem Serra nem o Governo estão envolvidos, sua bancada tem mais é que assinar a CPI para tirar qualquer dúvida”, afirmou. Caso a CPI seja aprovada, terá que entrar em uma fila com mais de 20 outras que aguardam instalação.

Pinheiro disse que um acordo de líderes pode fazer com que a CPI fure a fila, mas há divergências sobre o alvo das investigações. Enquanto o PT quer focar o trabalho na ação de Ricardo Sérgio e na privatização da Vale, o líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), avalia que as denúncias atingem o PSDB. Ele defende a convocação do Colégio de Líderes para avaliar qual o melhor caminho, e espera que o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA), encabece as assinaturas de um pedido de CPI.

As investigações do Ministério Público sobre Ricardo Sérgio não avançaram devido à impossibilidade jurídica de quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal. Ele é acusado também de participar de um suposto esquema de propina envolvendo o BNDES na privatização do Sistema Telebrás. Segundo o procurador da República Luiz Francisco de Souza, os novos fatos servirão para abrir outro processo, que visa apurar mais detalhadamente o crescimento da fortuna pessoal de Ricardo Sérgio.

“São denúncias gravíssimas que tratam da maior mineradora do mundo, do sistema Telebrás e dos fundos de pensão. São R$ 3 bilhões só da Vale do Rio Doce e R$ 22 bilhões da Telebrás, sem falar nos fundos de pensão que administram mais de R$ 100 bilhões”, concluiu.


Receita Federal investiga patrimônio
SÃO PAULO – Investigado pela Receita Federal, em 1998, Ricardo Sérgio de Oliveira movimentou em conta corrente, conforme dados da CPMF, cinco vezes mais do que o valor total de rendimentos que declarou ao fisco naquele ano. Ao todo, entre lucros e dividendos de suas empresas (R$ 812,2 mil), rendimentos do BB (R$ 104,3 mil) e de tributação exclusiva (R$ 439,34 mil), e outras fontes, ele declarou receita de R$ 1,39 milhão.

Nos quase quatro anos em que ficou na diretoria da área internacional do Banco do Brasil - entre 95 e 98 -, o grande impulso para o aumento do patrimônio do empresário não foram as receitas públicas, mas as de suas atividades privadas, boa parte delas nos mercados financeiro e imobiliário com a corretora RMC e com o escritório de consultoria Planefin.

Em 95, segundo a revista Veja, o patrimônio de Ricardo Sérgio era de R$ 1,4 milhão.

Na declaração de renda que consta de processo judicial em tramitação por conta da investigação fiscal, em 98, esse número passou para R$ R$ 3,2 milhões, 26% a mais do que em 97. O fisco intimou o empresário a apresentar extratos bancários das suas contas, mas ele conseguiu liminar que, por ora, lhe garante o direito de sigilo.

Maior que o seu crescimento patrimonial é o aumento do volume de receitas trabalhadas por sua corretora, a RMC. Segundo o fisco, o montante subiu de R$ 4,2 milhões em 97 para R$ 12,2 milhões em 98 e R$ 21,9 milhões em 99.


União promete cortes nos gastos públicos
Ministro da Fazenda, Pedro Malan, já avisou que os cortes virão acompanhados da criação de impostos. Medidas serão tomadas para garantir cumprimento das metas fiscais

BRASÍLIA – A área econômica do Governo Federal promete ser rigorosa com os gastos públicos no segundo semestre, mesmo sendo um ano de eleições. “Vamos cortar o que for necessário para cumprir as metas fiscais”, afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia. E os cortes virão acompanhados de aumento de impostos, como já avisou o ministro da Fazenda, Pedro Malan. Isso porque os técnicos acreditam que só cumprindo as metas, como vem fazendo desde 1999, o Governo conseguirá afastar a desconfiança do mercado.

O acordo com o Fundo Monetário Internacional prevê superávit de R$ 34,1 bilhões nas contas públicas até setembro. No primeiro trimestre, as contas fecharam apenas R$ 150 milhões acima da meta de R$ 11,4 bilhões do período, sem a folga obtida nos meses anteriores. Esse resultado apertado contribuiu para uma onda de nervosismo que, somada à atitude conservadora do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 18,5% ao ano e ao crescimento nas pesquisas do pré-candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, levou bancos e empresas de avaliação de risco a rebaixarem a classificação da dívida brasileira.

A certeza de Guardia de que as metas serão cumpridas é compartilhada pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. “Não é um cenário fácil, mas a programação de dispêndios nos permite dizer que vamos cumprir a meta”, disse.

O principal problema que o Governo enfrenta para cumprir as metas de política fiscal é o rombo aberto na arrecadação pelo atraso do Congresso em votar a emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). A conta já está em R$ 2,940 bilhões e crescerá R$ 420 milhões a cada semana de atraso. Estimativas pessimistas do Congresso falam numa frustração de receitas de R$ 6 bilhões, mas o ministro Malan afirma que esse é um flagrante exagero. Um esboço sobre como esse rombo será tapado ficará pronto até o final deste mês.

A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o Tesouro Nacional preste contas a cada quadrimestre sobre o comportamento da arrecadação e dos gastos públicos. Deve também apresentar estimativa sobre o comportamento das contas fiscais no restante do ano. “Vamos reprogramar as despesas para o ano e mostrar quais medidas serão necessárias para o cumprimento das metas”, disse Guardia. Pode ser que, até lá, ainda tenhamos indefinições com relação à CPMF.

Segundo o economista Júlio Callegari, da Consultoria Tendências, os investidores raciocinavam que, ao cumprir as metas com largos excedentes, o Governo dava sinais de que o cumprimento do acordo com o FMI estava garantido. “Agora, ainda não existe a expecta tiva de descumprimento da meta, mas o Governo precisa mostrar resultados melhores para que não prolifere a idéia de que o resultado fiscal pode se tornar um problema”, completa.


Oposição lidera pesquisas eleitorais e o atual Governo só tem 1,3% dos votos
BUENOS AIRES – O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, entra hoje no quinto mês de mandato sem nenhum motivo para comemorações. Duhalde, que não consegue obter apoio firme de líderes políticos locais e organismos internacionais, também nunca teve uma popularidade tão baixa.

Segundo pesquisa da consultoria Equis, o presidente teria apenas 1,3% dos votos se uma eleição fosse realizada hoje. Além disso, os dois candidatos que teriam mais chances de vencer um novo pleito são de partidos de oposição. O líder da pesquisa é o deputado Luis Zamora, com 13,5% dos votos. Em seguida, vem a deputada Elisa Carrió, com 12,7%.

O membro do Partido Justicialista (peronista, do presidente) mais bem colocado é o ex-piloto de F-1 e governador de Santa Fé, Carlos Reutemann, com 8,2%. A pesquisa ouviu 960 argentinos residentes na Grande Buenos Aires entre 28 de abril e 4 de maio.

Outro sinal de que a popularidade de Duhalde está no fundo do poço é que ele teve avaliação negativa de 84,1% dos consultados, e aprovação de apenas 3,4%.

A falta de popularidade do presidente é resultado de um Governo que até o momento só conseguiu agravar ainda mais os principais problemas do país, que, de acordo com a pesquisa, são o desemprego (para 46,6% dos entrevistados) e a recessão da economia (39,2%). Com tantos problemas sem solução, o presidente assistiu ao forte crescimento dos candidatos de oposição nas pesquisas de intenção de voto.

Luis Zamora, que lidera a pesquisa, é filiado a um pequeno partido chamado Autodeterminação e Liberdade. Na última eleição presidencial, ele conseguiu 10% dos votos e tinha como base de apoio trabalhadores, desempregados e facções de esquerda. Agora, conta com uma imagem positiva de 35,9% da população. A vice-líder da pesquisa, Elisa Carrió, filiada à ARI, é a principal crítica do Governo no Congresso e defende eleições antecipadas para presidente.


Colunistas

PINGA FOGO – Inaldo Sampaio

Fiel às origens
Como Lula reside em São Paulo desde 1952, poucos nordestinos se dão conta de que ele é pernambucano, e que se for eleito presidente da República terá sido o primeiro filho desta terra a alcançar por seus próprios méritos a suprema magistratura do país.

Diferentemente de Ciro Gomes, por exemplo, que está filiado ao PPS por circunstâncias do quadro partidário nacional mas não carrega consigo a responsabilidade política de ter combatido a ditadura, o pré-candidato do PT continua fiel às suas origens.

iás, a última pesquisa do instituto GPP encomendada pelo PFL retrata bem esse compromisso. Se a eleição para presidente fosse hoje ele teria no Norte sua melhor performance: (56,6% dos votos válidos), seguindo-se o Nordeste (50,8%), o Centro-Oeste (49,4%), o Sul (48,7%) e o Sudeste (43,8%). Já o segundo colocado, José Serra, teria no Sul o seu melhor desempenho: (23,4%), seguindo-se Sudeste (21,3%), Centro-Oeste (19,9%), Norte (13,2%) e Nordeste (10,2%).

Em 113 anos de história republicana, Pernambuco conseguiu emplacar apenas três vice-presidentes da República - Rosa e Silva, Estácio Coimbra e Marco Maciel. A chance de eleger um presidente é esta, caso o cenário político sucessório não sofra muitas alterações.

Por larga maioria
Pela contabilidade de João Negromonte, deputado estadual pelo PMDB e 1º secretário da Assembléia Legislativa, Jarbas será reeleito governador em 6/10 com a mesma diferença do pleito passado: 1 milhão de votos. Já o deputado Pedro Eurico (PSDB) está um pouco mais otimista. Prevê uma vitória do governador com 1,3 milhão de votos de diferença, sobre Humberto Costa (PT), arrastando consigo para o Senado Marco Maciel (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB).

Prazo definido
Para Joaquim Francisco (PFL), político não gosta de suicidar-se. Se até o dia 20 Serra (PSDB) não subir nas pesquisas de opinião os quatro maiores partidos da aliança deverão reunir-se com FHC para propor-lhe outra alternativa: Tasso ou Aécio. Apostar indefinidamente numa “mala sem alça”, disse ele, é o que nenhum pefelista quer.

Sem obrigação
Em resposta a uma consulta de Aécio Neves (PSDB) sobre se ele, Marco Maciel (PFL) e Ramez Tebet (PMDB) precisam ausentar-se do país durante as viagens internacionais do presidente FHC, para não ficarem inelegíveis, o TSE decidiu: “não”. O voto do ministro Barros Monteiro, relator do processo de consulta, foi acompanhado por unanimidade.

Prefeitura recebe comenda de um órgão federal
A prefeitura de Itapissuma foi uma das poucas do Brasil selecionadas pelo Ministério do Meio-ambiente para receber em Porto Seguro (BA), no dia 17, a Medalha do Mérito Ambiental. O prefeito Paulo Volia (PSDB) estará lá.

Ser o “campeão de votos” não interessa a Dudu
Eduardo Campos tranquilizou todos os candidatos a deputado estadual pelo PSB. “Não vou invandir área de ninguém e nem quero ser o mais votado. Desejo, se a gente perder, fazer uma oposição cerrada ao doutor Jarbas”.

Gestão fiscal 1
Hoje é o 2º aniversário da Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo o BNDES, 90% das prefeituras do Brasil já se enquadraram, menos essas de PE: Agrestina, Bodocó, Bonito, Ibupi, Itacuruba, Pesqueira, Palmeirina, Passira e Santa Cruz do Capibaribe.

Todas gastam mais de 54% de suas receitas com pessoal.

Gestão fiscal 2
Gastam menos de 40% de suas receitas com a folha de pagamento 14 prefeituras pernambucanas, a saber : Belém de Maria, Betânia, Camaragibe, Cedro, Itapetim, Jataúba, Panelas, Frei Miguelinho, Santa Maria da Boa Vista, Tamandaré, Sanharó, Vicência e Recife. A mais enxuta é Tamandaré: apenas 25,12%.

Jorge Gomes já se definiu: considera “honroso” o convite do PSB para ser candidato a governador mas suas bases de Caruaru querem-no candidato à reeleição. Continuam no páreo para exame de Miguel Arraes - o físico Sérgio Rezende, o vereador João Arraes e o ex-presidente da Celpe Dílton da Conti.
Para Joaquim Francisco (PFL), a versão de que a Lei de Responsabilidade Fiscal foi imposta ao Brasil pelo FMI “não passa de conversa para boi dormir”. O que ela fez, segundo o deputado, que participou ativamente da sua elaboração, “foi abrir um debate pedagógico no país para se discutir a moralidade na gestão da coisa pública”.

É visível o dedo de Duda Mendonça na campanha do PT. Em Salvador, ao ter o seu grau de instrução (curso primário) questionado, Lula respondeu: “Não sou candidato a escritor e sim a governar pessoas. Machado de Assis nunca frequentou uma escola e foi fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Letras”.
O líder tucano Antonio Moraes é o deputado estadual que mais assiste às suas bases interioranas. Só no mês de abril ele rodou 20 mil quilômetros, metade dos quais na zona da mata, onde disputa espaços com João Negromonte (PMDB), Ricardo Teobaldo (PMDB), Carlos Lapa (PSB), Gílson Muniz (PSL) e Maviael Cavalcanti (PFL).

Últimos comentários:

Antonio: Rapaz!!! E não é q eu tinha esquecido q temos um vice presidente...O gogo de ganso realmente é ótimo para arrumar os amiguinhos no poder, mas para trazer obras de grande porte para o nosso Estado, é uma nulidade! Que pena que ACM não é pernambucano... E olhe que eu detesto o Toninho Malvadeza! Agora tem uma coisa, quem quer apostar que se Lula for eleito Presidente, o gogó de ganso, vai se oferecer pra ser o lide do PT em Brasília? Não foi assim com Collor!!??


Editorial

CLANDESTINOS DA VIDA

É possí vel que, no limiar de um novo século, aguardado com tanta esperança por boa parte da humanidade, ainda tenhamos, num país com as potencialidades do Brasil, vidas clandestinas? Pois temos. Nossos repórteres Ricardo Novelino e Rodrigo Lobo acabam de mostrar essa realidade no Recife. Mas não é somente aqui que há seres humanos em condições tão desumanas. Cidades muito mais ricas, como São Paulo e o Rio de Janeiro, também têm seus clandestinos da vida. Sem falar em outros países da América Latina, África e do resto do mundo. São pessoas que não sabem ler nem escrever, não têm preparo profissional, sequer certidão de nascimento, endereço. Sem o registro civil, oficialmente não são cidadãos; não podem tirar documentos, obter assistência de saúde, fazer qualquer transação formal, pleitear ajuda do Estado. Trata-se de gente (ao menos isso) que passa pela vida sem viver. Habita em terrenos baldios, vãos de pontes, palafitas. Os que têm mais sorte (se é que se pode falar de sorte no caso de pessoas que ultrapassaram o limite da exclusão) moram em tendas de plástico de assentamentos infra-humanos, como dizem os burocratas, ou mesmo em barracos infectos, que dividem com ratos, em locais onde a paisagem é de esgoto e podridão.

Sem documentos, também não podem ter carteira de trabalho, emprego formal, aposentadoria. E não se trata de uma pequena parcela de brasileiros, que vivem na marginalidade sem terem optado por isso. São 20 milhões de miseráveis em todo o País. Não têm sequer o direito de pertencer ao segmento dos pobres. Como não são como os índios e outros povos primitivos, que só põem no mundo a quantidade de filhos que a comunidade pode sustentar, reproduzem vidas clandestinas aos milhares.

Amanhã, não serão somente 20 milhões. Isso é civilização: ter 20 milhões de compatriotas abaixo da linha de pobreza? Falta determinação política para acabar com essa vergonha, vexame nacional. Estudo divulgado pelo Ipea, que é um órgão oficial, do âmbito do Ministério do Planejamento, mostra e prova que, se houvesse vontade política, o Brasil poderia acabar com essa situação em poucos anos, sem aumento de impostos, apenas com as verbas já disponíveis.

Ainda mais dinheiro estaria disponível para dar uma vida minimamente decente a todos os brasileiros, se se estancasse a sangria dos excluídos, que corre aos borbotões pelos descaminhos habituais, que tiram de sua finalidade o dinheiro público liberado em Brasília ou nos Estados para bolsas, merenda escolar, obras públicas, custeio dos órgãos federais, estaduais e municipais. Outra vergonha nacional, responsável pelo vexame dos clandestinos. Mas há solução. Vimos recentemente na imprensa a história de cinco filhos de Ribeirão Bonito (SP), que se tornaram ricos e importantes, e resolveram fazer algo pela sua terra. Como os milionários americanos que fazem generosas doações para as universidades em que se formaram.

Aqueles ribeirão-bonitenses começaram por fiscalizar as contas da prefeitura local e descobriram falcatruas sem fim, que engoliam o dinheiro que deveria ir para saúde, escolas, melhorias. O ex-prefeito de Ribeirão Bonito está na cadeia. Por que filhos ilustres de todas as cidades brasileiras não fazem o mesmo? Também em relação a outros níveis de administração. Haveria uma debandada de maus homens públicos. Já chegou ao Brasil a consciência da responsabilidade social. Cada vez mais empresas e pessoas físicas estão fazendo o que o poder público deveria fazer, mas não faz. Vamos mais além, fiscalizando as contas públicas e punindo os delinqüentes. Assim, certamente, não haverá mais vidas clandestinas e marginais. Nem desvios, propinas, privatização do dinheiro público.


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05/06/2002


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