PFL tenta lançar candidato próprio
PFL tenta lançar candidato próprio
Marco Maciel é convidado, mas descarta e diz que não quer ser usado para atrapalhar a candidatura de Serra. Jorge Bornhausen também será sondado
BRASÍLIA – A candidatura própria do PFL à Presidência da República voltou a ser cogitada ontem, durante reunião da Executiva nacional do partido. Desta vez o convite foi feito ao vice-presidente da República, Marco Maciel, que deu uma resposta dramática: “Pelo amor de Deus, me tirem desta”, disse, assim que o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), vice-líder do partido, levou a Maciel o apelo de um grupo de pefelistas. O vice disse ainda que se aceitasse o convite, logo diriam que ele estaria sendo usado para atrapalhar a candidatura de outro partido, principalmente a do senador José Serra (SP), do PSDB.
Com a recusa de Maciel, o grupo de parlamentares do PFL que deseja a candidatura própria à Presidência vai sondar o senador Jorge Bornhausen (SC), presidente nacional do partido, para ver se ele aceita disputar a Presidência. Bornhausen tem mais de quatro anos de senador pela frente e, caso venha a se candidatar não terá prejuízos eleitorais. Ao contrário de Maciel, que deseja disputar uma vaga para senador, com a eleição praticamente garantida. Sacrificar-se numa disputa presidencial sem condições de vitória o deixaria sem mandato por quatro anos.
Outro nome chegou a ser pensado, logo após a retirada da ex-governadora do Maranhão da corrida à sucessão presidencial, Roseana Sarney, o do empresário e apresentador de TV, Silvio Santos.
Na pesquisa interna que Jorge Bornhausen fez com os deputados, senadores, governadores e prefeitos de capitais, 40% disseram preferir que o partido tenha um candidato, enquanto outros 60% manifestaram-se por não lançar ninguém.
As articulações a favor do candidato próprio têm dois objetivos: primeiro, manter o PFL na mídia e não entregar parte do tempo do horário gratuito no rádio e na televisão aos outros partidos, entre eles o PSDB e o PT, segundo, tentar manter a unidade partidária.
Alguns pensadores do PFL, como o deputado Roberto Brant (MG), acham que sem um candidato que unifique o partido, deputados e senadores poderão migrar para outras legendas depois que tomarem posse. “Sabem que ofertas boas não vão faltar.”
Últimos comentários:
Fora Maciel !: É impressionante! Ainda existe algum pernambucano que defende Marco Maciel! A única coisa que ele faz realmente é encher os órgãos públicos de pernambuco dando emprego a parentes e amigos que não fazem nada! A lista é grande! Acho que esse José Neto é um deles!
Éstá com medo de perder a mamata né?? Fora PFL! Fora Maciel!
Nao aguento: Sou do sertão, vivo com menos de R$0,50 por mes, nao sei o que é carne, so de calango e quando tá gordinho, em 4 e 4 anos deus no ilumina e derepente aparece milhares de cestas basicas, leite, pao ovo, dentadura, chapeu, entre outra coisa que nao costumo comer, tudo em troca de apertar 3 botoes, mais o que acho mais engraçado e que quando chega novembro, o milagre se acaba, é lasca to cansando disso, quero uma explicação logica, fui na igreja e o padre tava todo suado e nu, dizendo que tava dando aula pras crianças e nao tinha tempo de me explicar, Deus me ajude, quero mudar esse pais, que numero devo apertar, ja cansei de 25, me indique algo diferente...., esmague o 25
O Profeta: Caro "José Neto", acho que voê está enganado, pois se existe algum ignorante aqui é você. O que a porr@ do PFL fez pelo Brasil? Filhotes da ditadura militar! E o que nosso ilustre vice-presidente (cabeça-de-ovo)fez por Pernambuco? Cadê a Refinaria? A fábrica da Ford?
Portanto caros internautas eu e meu Amigo "Neto" estamos convocando à todos para fazerem parte do movimento "Esmague o PFL!" exerça o seu direito de cidadão e junte-se a nós você também! Esmague o PFL!Esmague o PFL!Esmague o PFL!Esmague o PFL!Esmague o PFL!Esmague o PFL!
Jose Neto.: To e muito burro neto. Lula vai acabar com o que resta do nosso pais, animal. Marco Maciel ja fez muito por Pernambuco e pelo Brasil. Deixa de ser chorao e vota por um candidato de verdade. Lula e um ignorante que nunca foi e nunca vai ser nada.
Neto: Esse Marco Maciel é um PARASITA, essa corja tem que ser banida do Brasil.O nosso Brasil ainda tem jeito com LULA LÁ.
Senado quer fim da verticalização
Emenda que acaba com vinculação das alianças estaduais às nacionais é aprovada pelos senadores e deve provocar nova polêmica com o Tribunal Superior Eleitoral
BRASÍLIA – O assunto que a Câmara já havia dado como encerrado, a verticalização das alianças partidárias, voltou ontem à pauta do Senado e, surpreendendo muitos políticos, foi aprovada pelo plenário do Senado em primeiro turno proposta de emenda constitucional que acaba com a obrigatoriedade de se repetir nos Estados a aliança feita pelos partidos na disputa pela Presidência da República. A proposta, de autoria do senador Bernardo Cabral (PFL-AM), com voto favorável do seu relator, o senador José Fogaça (PPS-RS), foi aprovada por 60 votos a quatro, com duas abstenções.
A emenda garante autonomia aos partidos para definirem sua estrutura interna, organização e funcionamento e também as coligações eleitorais nos níveis nacional, estadual ou municipal sem a obrigatoriedade de vinculação. O relator disse que o ideal seria que a proposta fosse promulgada (após aprovação em dois turnos na Câmara e dois turnos no Senado) até o dia 29 de maio, imediatamente antes das convenções partidárias que oficializarão a escolha dos candidatos.
A emenda ainda tem que ser aprovada em segundo turno pelos senadores e, depois, apreciada em comissões e no plenário da Câmara. Mas, segundo Fogaça, mesmo que ela seja promulgada após as convenções de junho, entrará em vigor já nas eleições deste ano, substituindo a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que impôs a tese da verticalização das coligações e teve sua decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal.
DEBATE – Empresários ligados à Confederação Nacional da Indústria (CNI) terão hoje intenso debate com os candidatos à Presidência da República. De acordo com o vice-presidente da instituição, Armando Monteiro, a idéia é cobrar de quem for eleito as posições defendidas no encontro.
O debate vai girar em torno das idéias expostas no documento A Indústria e o Brasil, uma Agenda para o Crescimento, elaborado pela CNI após consultar cerca de dois mil empresários. Os pré-candidatos Anthony Garotinho (PSB), Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) receberam o texto com antecedência e devem destacar os pontos que consideram mais importantes.
Caso Vale será investigado no Congresso
BRASÍLIA – Um ato tido como de traição por parte do PMDB e um cochilo dos líderes do Governo no Senado permitiram ontem a aprovação de um requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para que sejam ouvidos na Comissão de Fiscalização e Controle o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e o ex-presidente da Vale do Rio Doce Benjamin Steinbruch.
O convite representa mais um golpe na candidatura do senador tucano José Serra (SP), sob ataque desde a publicação, no fim de semana, de reportagem da revista Veja, segundo a qual Ricardo Sérgio – ex-tesoureiro das campanhas de Serra – teria pedido propina de R$ 15 milhões a Steinbruch, para direcionar a venda da Vale ao grupo do empresário.
PF – A Polícia Federal começa, na próxima semana, o agendamento dos depoimentos que serão prestados por pessoas que estiveram direta e indiretamente envolvidas no processo de privatização do Sistema Telebrás, em julho de 1998, principalmente os diretores dos fundos de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Petrobras, da Caixa Econômica Federal e da Telebrás.
Em nota divulgada ontem, a assessoria da Superintendência da PF no Rio esclarece que a Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais já está de posse do relatório contendo a quebra de sigilo fiscal dos últimos cinco anos de Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área Internacional do Banco do Brasil. A quebra do sigilo foi solicitada à Justiça pelo Ministério Público Federal de Brasília, onde Oliveira era lotado.
Mar Hotel será a nova residência de Jarbas nos próximos meses
Depois de negociar a venda da casa em que viveu por mais de dez anos - onde será erguido um luxuoso prédio residencial, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), um dos mais famosos moradores do bairro do Rosarinho, passará os próximos dois meses em uma suíte executiva do Mar Hotel, em Boa Viagem. A estadia, que teve início ontem e segue até o dia 30 de junho, foi cercada de muita discrição.
O imóvel da Rua Enéas Lucena foi vendido para a construtora Moura Dubeux por um valor não declarado. De acordo com fontes ligadas ao governador, além de uma quantia em dinheiro, a construtora entregará três apartamentos (incluindo a cobertura, que deverá ser a nova residência de Jarbas). A previsão é de que a construção do edifício demore aproximadamente três anos.
Apesar de a construtora ter alugado para Jarbas uma casa no bairro de Casa Forte para o período em que durar a obra, o governador preferiu aguardar a arrumação do imóvel no hotel. Ele possui um grande acervo de artesanato nordestino, além de móveis antigos e muitos livros, e segundo uma fonte, para arrumar tudo leva um certo tempo. Por isso, em vez de se mudar logo para Casa Forte, Jarbas preferiu esperar com um pouco mais de conforto.
A suíte no Mar Hotel tem 45 metros quadrados, divididos em dois ambientes, e conta com uma série de serviços: fax, conexão com a internet, TV a cabo e espaço para montagem de um mini-escritório. A diária, segundo a gerência do hotel, custa R$ 280,00 (preço referente ao período de baixa estação, entre 30 de abril e 30 de junho).
A esse valor é acrescido 10% da taxa de serviço. O hotel oferece ainda serviços de lavanderia, restaurante, área de lazer e exercício, além de espaço para reuniões e conferências. De acordo com a Secretaria de Imprensa, o custo da hospedagem, cerca de R$ 6,8 mil por mês (sem extras), será pago pelo governador.
O esquema de segurança que será montado no local não foi detalhado. “Sabemos que algumas modificações podem atrapalhar o andamento normal da rotina. Nossa intenção é minimizar essas questões para que os demais hóspedes não sejam prejudicados”, informou um funcionário do hotel que prefere não se identificar.
Segundo a gerência, não haverá inclusão de novos serviços em virtude da hospedagem
do governador. A Secretaria de Imprensa não forneceu maiores detalhes sobre a temporada em que Jarbas permanecerá no cinco estrelas.
Aceno do PSDB ao chapão não convence o PFL
Exigência para que os pequenos partidos tenham que integrar a aliança proporcional é vista como uma forma de atingir caciques pefelistas
A flexibilização do PSDB, ao se manifestar em favor de uma ampla aliança para as eleições proporcionais do Estado – o chamado chapão –, desde que inclua também os pequenos partidos, foi interpretada, ontem, por setores da aliança governista como uma estratégia dos tucanos para atingir o PFL. Os pefelistas são os que mais pressionam pelo chapão na disputa para a Assembléia Legislativa. Na lógica desses governistas, o PSDB “blefa” – depois de repetidas vezes ter recusado a idéia – porque pretende, primeiro, sair da posição de antipático à proposta. E depois, porque da forma que condiciona aceitar o chapão – com a inclusão de todos os partidos governistas, inclusive os chamados “secundários”, como o PSDC e o PSD – atinge, em cheio, a estratégia do PFL para as eleições proporcionais.
Embora imponha condições ao chapão, o PSDB não terá como fugir da composição, se pretende garantir um palanque forte à candidatura do deputado Sérgio Guerra ao Senado. O próprio tucano já teria feito essa ponderação na reunião da executiva do partido, na última segunda-feira. O problemas é que a maioria dos deputados tucanos não quer o chapão e Guerra terá que convencê-los.
“Isso é uma pressão do PSDB. Eles têm a obrigação de participar do chapão porque estarão na majoritária. O PSDB está sendo premiado e não pode fazer exigências”, reagiu o presidente do PSDC, vereador Luiz Vidal. Adiantou que o chapão não interessa ao PSDC e só deve prevalecer para os grandes partidos da aliança.
PSDC e PSD estariam sendo “manejadas” por pefelistas (Inocêncio Oliveira e José Mendonça) para abrigar seus quadros que buscam um mandato na Assembléia.
“Se é necessário uma ampla aliança, tem de ser com todos. Não adianta ser uma coisa esperta. O que não pode é o PFL fazer sua cauda em outros partidos e o PSDB servir de cauda eleitoral para o PFL”, desabafou um tucano.
Guerra informou que o debate não é uma questão prioritária ao partido no momento. “Começa a ser examinada no PSDB, como sempre reafirmamos, a posição de somar. Mas sem excluir ninguém.”
A eleição proporcional estará em pauta, hoje, durante um almoço dos deputados pefelistas com o vice-presidente Marco Maciel, o senador José Jorge e o vice-governador Mendonça Filho.
Humberto tenta ampliar palanque do PT
Sem fechar nenhuma aliança com outros partidos de esquerda, o PT estadual começa a costurar uma aproximação política com ex-líderes do segmento no Estado que, mesmo não estando mais ativamente na política, continuam sendo referenciais. Hoje, às 15h, o candidato petista ao Governo do Estado, vereador Humberto Costa, vai se encontrar com o ex-prefeito do Recife Pelópidas Silveira, o ex-deputado Fernando Coelho, o ex-prefeito de Olinda Germano Coelho e o ex-vereador Miguel Batista - recém saído do PSB para apoiar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. O presidente da Câmara Municipal, Dilson Peixoto, que está sendo pressionado a disputar uma vaga no Senado, vai acompanhar Humberto.
Com o encontro, que acontece na residência do candidato a deputado federal Maurício Rands (PT), os petistas querem mostrar que as campanhas de Lula e Humberto não são por acaso e representam o resgate histórico da esquerda no Estado. Hoje, pela manhã, Humberto e o prefeito do Recife, João Paulo, estarão na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), acompanhando o debate dos presidenciáveis com empresários, que acontece em Brasília e terá transmissão direta pelo sistema de videoconferência.
Os petistas, por outro lado, decidiram colocar “panos quentes” sobre os recentes elogios que o prefeito João Paulo fez ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). O presidente do PT municipal, Oscar Barreto, declarou que “as opiniões do prefeito são contrárias às do partido, mas João Paulo tem direito de expressar o que pensa.” Já o deputado Paulo Rubem disse que não vê nenhuma novidade. “As parcerias administrativas entre a Prefeitura e o Governo do Estado não são novidades e João Paulo não pode deixar de administrar para dar lugar a divergências políticas”, justificou.
Artigos
A redescoberta de Eckhout
Ivanildo Sampaio
Com avaliação máxima concedida pela banca examinadora e após dois anos de dedicação quase exclusiva à Universidade, Geórgia de Andrade Quintas, uma jovem e brilhante jornalista pernambucana que já tinha feito sua pós- graduação em História da Arte (FAAP/SP) conclui, agora, o mestrado em Antropologia, com um trabalho que se destaca pelo ineditismo e pela profundidade: ”A Visão da Alteridade em Albert Eckhout: Fragmentos Visuais do Brasil Holandês”. Um trabalho que carece, urgentemente, da visão lúcida de uma grande editora.
Nos últimos tempos muitos pesquisadores, estudiosos, acadêmicos ou simplesmente curiosos começaram a ver com outra visão o chamado “Brasil Holandês”, especialmente porque estão sendo programadas várias solenidades oficiais para comemorar, em 2004, os 400 anos de nascimento de Maurício de Nassau. Não foi o caso de Geórgia Quintas: quando, há quase três anos, ela escolheu o pintor holandês Albert Eckhout para, no campo da Antropologia Visual, direcionar o seu trabalho, poucas pessoas em Pernambuco tinham sequer ouvido falar no nome desse artista, e menos ainda da importância do seu trabalho como desmistificador de tudo quanto a Europa pensava ou imaginava a respeito do homem que habitava e dos costumes que permeavam o Novo Mundo. Com efeito, Eckhout foi o primeiro europeu a retratar, com as cores de suas tintas e a magia do seu pincel, o nativo americano como ele de fato era - traduzido inicialmente na mágica figura do índio brasileiro. Não aquela aberração apocalíptica que povoava o imaginário dos artistas europeus de então, e cujos exemplos pictóricos ilustram o trabalho concluído por Geórgia, mas um ser humano como nós, exuberante na sua forma física, belo e puro como Deus o colocou no chão da nossa terra.
No discurso que pronunciou na Real Academia Sueca, na solenidade em que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, o escritor Gabriel Garcia Marquez citou alguns fatos emblemáticos relacionados à história de nossa América. Lembrou ele que Antonio Pigafetta, “um navegante florentino que acompanhou Magalhães na primeira viagem ao redor do mundo, escreveu, por ocasião de sua passagem pela nossa América Meridional, uma crônica rigorosa que, no entanto, parece uma aventura imaginada.
Contou que viu cervos com o umbigo no lombo e uns pássaros sem patas, cujas fêmeas punham ovos nas espaldas do macho e outros animais sem língua, cujos bicos pareciam uma colher”. Pigafetta contou ainda que viu “uma espécie de animal com cabeça e orelhas de mula, corpo de camelo, patas de cervo e relincho de cavalo”. Não se sabe se o bom Pigafetta teria sido um dos primeiros europeus e sentir o efeito provocado pelas folhas da coca que já então brotavam no sopé das cordilheiras andinas - mas, pelo devaneio de sua crônica, dá para imaginar como a “culta” Europa não imaginava os habitantes primitivos que povoavam o continente americano. E como os retratavam pictoricamente.
Quando analisa a “visão da alteridade em Eckhout” Geórgia Quintas esmiúça as “particularidades culturais de quem documenta o outro” e mostra as profundas diferenças entre o trabalho do pintor holandês, testemunha in loco daquilo que documentou, e o imaginário dos artistas europeus que, de forma caricata, retrataram um povo bárbaro, primitivo, antropófago e algumas vezes até dotado de chifres, como se o continente descoberto por Colombo fosse a anteporta do inferno.
Teme-se, agora, que o profundo trabalho realizado por Geórgia Quintas possa ficar restrito apenas aos meios acadêmicos já que, infelizmente, as nossas editoras preferem editar o “lixo” superficial e vazio que adquirem lá fora, ou livros de auto-ajuda que encontram cada vez mais guarida e aceitação por parte de uma sociedade que já não acredita mais em si mesma, do que obras que venham a contribuir na elevação cultural do nosso povo e desvendar um pouco da nossa tão mal contada história.
Colunistas
PINGA FOGO – Inaldo Sampaio
Fim do mistério
Acabou-se o mistério no PSDB. O deputado Sérgio Guerra, ex-secretário de indústria e comércio de Arraes, e de projetos especiais de Jarbas Vasconcelos, decidiu neste final de semana que será candidato a senador. Ele esgotou as consultas aos seus amigos sobre se deveria ser candidato à reeleição ou ao Senado. À reeleição não teria dificuldades porquanto montou uma base no interior que lhe gerantiria o retorno à Câmara com 150 ou 200 mil votos. Ao Senado são outros quinhentos porque uma eleição de duas vagas é sempre uma caixinha de surpresas, porém ele irá correr o risco.
Doido para enfrentar uma luta majoritária, o que lhe dará maior visbilidade política para disputar o governo em 2006, Sérgio Guerra disse a seus amigos que sua chance é agora ou nunca mais. Ele parte da suposição de que o governador Jarbas Vasconcelos será reeleito com uma grande diferença sobre Humberto Costa, que é o principal candidato da oposição, e que essa margem seria suficiente para arrastar os dois senadores: ele próprio e Marco Maciel.
Seu maior desafio será o Recife, onde o “voto do contra” está ganhando corpo, e alas do PFL no interior. Estas, por divergências locais com o PSDB, poderão votar maciçamente em Carlos Wilson.
Fim da farra
Gustavo Rodrigues, secretário de defesa social, resolveu pôr fim à influência política na pasta sob seu comando. Está publicando hoje no Diário Oficial uma portaria em que determina expressamente que qualquer rodízio nas Polícias Civil e Militar terão que passar pelo seu crivo. Com isso, fica sem efeito a remoção do delegado regional de Limoeiro, Josinaldo Correia de Oliveira, que havia sido exonerado por Olga Câmara para atender a um pedido político.
Donos da bola
Renato Silva Filho, adjunto da defesa social, encarregou-se de solicitar a Olga Câmara que mantivesse Ernande Francisco como delegado municipal de Limoeiro e Josinaldo Correia como delegado regional. “Não quero afrontar a autoridade de ninguém mas enquanto eu e Gustavo estivermos aqui, não se fará remoção na SDS mediante critério político”.
Fim de papo
Com seu projeto político definido, que é tentar eleger-se senador por Pernambuco, Marco Maciel solicitou à cúpula do PFL que dê uma parada nas articulações políticas no sentido de lançá-lo candidato à presidência da República. O recado do vice-presidente foi endereçado a Inocêncio Oliveira, que vinha se mexendo na Câmara com este objetivo.
Quem levaria a notícia ao senador Roberto Freire?
Já que o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), gostaria que Roberto Freire não fosse candidato a senador, para facilitar a costura das oposições, resta agora saber quem se habilita a pôr o guizo no pescoço do gato.
Deputado do PT rebate ironia de peemedebista
De Sérgio Leite (PT) rebatendo Geraldo Melo (PMDB), para quem a violência em PE só terá fim quando ele e o vereador Henrique, que são agentes, retornarem à SDS: “Queria ser contestado com argumentos e não com ironia”.
Apoio à unidade
Assessor político de João Goulart, no Uruguai, até a data da morte do ex-presidente, em 1976, o ex-deputado pernambucano Cláudio Braga vai se fixar novamente no Recife. “Estarei aí no próximo mês para seguir o exemplo de Fernando Lyra: engajar-me na campanha de Lula”, disse ele ontem em Montevidéu.
Início das obras
Jarbas estará em Vitória nesta 6ª feira, com Elias Lira e André de Paula (PFL), para assinar a ordem de serviço das obras de ampliação e melhoramento da barragem das “águas claras”. A obra foi reivindicada ao governo pelos dois deputados do PFL e teve o apoio de outras forças que fazem política naquele município.
Pelos cálculos dos próprios tucanos, se o Palácio do Governo impor o “chapão” seriam reeleitos do PSDB apenas três deputados estaduais: Bruno Araújo, Antonio Moraes e Fernando Lupa. Seriam sacrificados, entre outros, Augusto César, Sérgio Pinho Alves, Pedro Eurico, Malba Lucena e Geraldo Barbosa.
Do vereador e presidente do PSD, Sílvio Costa, sobre o PS DB condicionar o seu ingresso no “chapão” à participação do partido dele e o do vereador Luiz Vidal (PSDC):
“O meu partido não participará nem de ‘chapinha’ nem de ‘chapão’. E se tentarem nos prejudicar poderemos tomar outro rumo político na sucessão estadual e nacional”.
Esclarece o prefeito Tony Gel (PFL) que as obras do “anel viário” de Caruaru contam com recursos da prefeitura e também do Governo do Estado, através da Secretaria de Infra-estrutura, que está liberando R$ 6 milhões. Em sua primeira etapa, o “anel” ligará a BR-232 ao Shopping Center.
Com imagens da zona rural de Caetés, onde Lula nasceu e morou até os 12 anos, será exibido hoje às 20h30, em cadeia nacional de rádio e televisão, o programa político do PT. Vale prestar um pouco de atenção ao traje de Lula, que, segundo Roberto Magalhães (PSDB), “é o político que melhor se veste hoje no Brasil”.
Últimos comentários:
jota campos: Tremenda burrice, essa do Sérgio Guerra decidir se candidatar ao senado. Vai levar uma tremenda lapada de Carlos Wilson. Cali, apesar de não ser boa pessoa, tem uma carinha que engana os eleitores, tal como aconteceu em 94. Foi eleito com o apoio de Jarbas, e logo em seguida deu um ponta pé nele. É uma pessoa sem confiança, oportunista, e metido a esquerda. Não esquece que nasceu velha Arena, por onde se elegeu deputado federal em 74.
Mas hoje pousa de esquerda, apoiando o modo petista de fazer política, tudo isso por puro oportunismo. Não esquecemos que em 98, esse Cali era tão direitista, que chegou a proibir Jarbas de exibir fotos ao lado de Fernando Henrique Cardoso, de quem também disputava seu apoio ao governo do estado. Apesar de tudo isso, Carlos Wilson é uma ameaça contra a eleição de Sérgio Guerra ao senado. Seria bem melhor que a segunda vaga do senado fosse disputada por alguém que tivesse mais chances de vencê-lo, como por exemplo, Roberto Magalhães e Joaquim francisco, que tem, sem dúvida, mais serviços prestados a Pernambuco, e o eleitor reconheceria com mais facilidade quem é o melhor. Em tempo: que vergonha dr. Inaldo Sampaio, o sr. ser corrigido gramaticalmente por quem, meu Deus do céu? - a tão famigerada Gretchen. Ficou imaginando como o ensino despencou nesse país. Jornalistas falando e escrevendo errado. Nem eu, que só tenho o segundo gráu, e mesmo assim feito nas coxas. Olha, Inaldo, seria bom que você procurasse o professor Menelau em Caruaru, pra tomar umas aulinhas de português. Garanto que após isso, você evitar que as Gretchens da vida tenham moral e autoridade pra te corrigir linguísticamente. Um abraço!
Gretchen: Na, na, ni, na, não. O verbo se conjuga assim, ó: "impusesse"; e não "...se o Palácio do Governo 'impor' o chapão..." Que vergonha pro xuxuzinho Inaldo Sampaio. Na dúvida, consulte o "Pai dos Burros", tá meu bem?
Vinícius Queiroz Galvão: A conjugação certa é "impusesse", e ñ "impor", como diz a nota: "... se o Palácio do Governo impor o chapão..."
William Bonner: Uma vergonha o jornal publicar tamanho erro crasso. Na frase: "se o Palácio do Governo impor o “chapão” ...", o certo seria: "impusesse". O jornalista não sabe conjugar verbos? Não há corretor ortográfico no sistema do JC? Há alguma pessoa que corrija os textos antes de estes serem publicados? O jornalismo, além de informar, deve refletir serviço à educação! Tsc-tsc-tsc-tsc
Editorial
MUDANÇAS NA PREVIDÊNCIA
Com a legendária lentidão da burocracia oficial, o sistema previdenciário estadual começa a mudar. O passo mais recente foi o envio à Assembléia Legislativa, pelo governador Jarbas Vasconcelos, de um projeto de lei destinando R$ 17,1 milhões para a Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape). Esta entidade foi criada em janeiro de 2000 para gerir dois fundos: um financeiro, o de aposentadoria propriamente dito (Funafin), e outro previdenciário e de capitalização, (Funaprev). Trata-se, em seu conjunto, de uma engenhosa criação técnica, cujo objetivo maior é extinguir o eterno déficit que ronda quase todos os sistemas previdenciários conhecidos no País.
As mudanças que o Governo Estadual pretende realizar na previdência se enquadram na legislação federal, especialmente na Emenda Constitucional nº 20/98, que preconiza o desvinculamento do sistema previdenciário do de saúde. Daí por que, em janeiro do ano passado, o Governo criou o Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe).
A liberação de recursos para a Funape deu-lhe um sopro vital, pois até então não passava de uma mera sigla. Mas, dos dois fundos que ficarão sob a administração daquela entidade, o Funafin e o Funaprev, o primeiro já começou trazendo problemas.
É que, ao aumentar a contribuição previdenciária de 10% para 13,5%, muitos servidores entraram com ação judicial e ganharam o direito que pagar o antigo percentual. O aumento, decretado depois de um longo período de salários congelados, foi justificado pelo Governo como conseqüência do déficit mensal da previdência, calculado em R$ 60 milhões.
Agora, o Executivo estadual anuncia que vai eliminar o déficit de uma vez por todas, através de seu sistema de dois esquemas paralelos. Os recursos do Fundo Financeiro de Aposentadoria dos Servidores (Funafin), formados por R$ 300 milhões derivados da venda da Celpe e contribuição de funcionários, serão utilizados para pagamento dos aposentados, pensionistas e servidores que deixarão a ativa num prazo de cinco anos.
Ao Fundo Previdenciário de Capitalização (Funaprev) estão atrelados somente os funcionários da ativa e que assim deverão permanecer por mais de cinco anos. Suas contribuições atuais comporão uma reserva para o futuro.
Como tudo isso ainda é muito novo, há algumas dúvidas pairando no ar. O Funafin já foi criado, mas o Funaprev ainda não: pretende o atual governo efetivá-lo até o final deste ano. A administração pública conta com o novo sistema de capitalização, para garantir os recursos destinados à futura aposentadoria dos servidores.
Como já tem recursos prometidos, os R$ 17,1 milhões agora solicitados à aprovação da Assembléia Legislativa, a Fundação que vai gerir os dois fundos começa a funcionar no prédio do Instituto de Recursos Humanos (IRH), órgão que substituiu o antigo Ipsep, no Derby. De acordo com a Secretaria de Administração e Reforma do Estado, a nova entidade começa com trinta funcionários que “ocuparão cargos comissionados e funções gratificadas”, mas poderá chegar a 140 pessoas, através de seleção. Não se diz, por enquanto, se haverá concurso para admissão de novos funcionários, ou se serão aproveitados os servidores do antigo Ipsep.
Como se sabe, existem repartições públicas com pessoal excedente e outras com pessoal de menos. Às vezes, basta reciclar, através de cursos internos, para evitar novas nomeações e dar ao servidor público uma oportunidade de ser promovido. Se uma das principais razões para a criação da Funape é a redução do déficit público, talvez o melhor exemplo que possa dar, logo ao nascer, é aproveitar a prata de casa.
Entre os 160 mil funcionários estaduais, há muito talento escondido, muito valor desaproveitado.
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05/09/2002
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