PIB deve cair em 2009
A previsão do Banco Central para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) em 2009 caiu para 1,5%, segundo a última pesquisa Focus, divulgada na terça-feira passada (3). O número está abaixo dos 3,2% estimados pelo próprio Bacen e dos 4% previstos no Orçamento Geral da União para este ano aprovado pelo Congresso. Para 2010, a previsão do Bacen recuou de 3,6% para 3,5%.
Segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB do agronegócio brasileiro decresceu 0,42% em novembro, seguindo a trajetória de queda iniciada em outubro. Embora a agricultura tenha recuado 0,75%, a pecuária, mesmo desacelerando, mantém taxas positivas, tendo crescido 0,38% em novembro.
Se, dentro da porteira, vem ocorrendo ligeira recuperação na agricultura e ganho ainda que pequeno na pecuária, segundo o Cepea a agroindústria segue em dificuldade. O desempenho do segmento industrial do conjunto do agronegócio em novembro foi negativo em 0,48%, metade da retração registrada em outubro. No acumulado do ano, a indústria do agronegócio acumula crescimento de apenas 0,69%.
Para o Cepea, o segundo semestre de 2008 trouxe uma mudança de rumo ditada pela queda no mercado de alimentos e energia em nível global, que deve se acentuar em 2009, já que os preços não devem se recuperar no próximo ano.
Balança comercial também fica menor
Depois de um preocupante saldo negativo de U$ 524 milhões em janeiro, o saldo da balança comercial de fevereiro foi positivo em US$ 1,7 bilhão, contra US$ 850 milhões registrados em fevereiro de 2008. Esse desempenho, no entanto, deve-se principalmente à queda nas importações.
As exportações brasileiras somaram em fevereiro US$ 9,5 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e foram 20,9% menores que em fevereiro de 2008, mas 14,4% maiores que as do mês passado.
Já as importações em fevereiro totalizaram US$ 7,8 bilhões, 30,9% menores que em fevereiro de 2008 e 11,5% abaixo do registrado no mês passado.
Por sua vez, o volume de negócios, de US$ 17,4 bilhões, esteve 21,8% abaixo do alcançado em fevereiro de 2008.
Entre os produtos agropecuários, os maiores destaques ocorreram nas vendas de soja (+49,8%), milho (+68,4%) e café em grão (+0,3%), e de fumo em folhas (+38,8%)
Embora a balança comercial brasileira tenha fechado 2008 com o pior resultado desde 2002, ainda assim o agronegócio, pelo oitavo ano consecutivo, bateu recorde de superávit no volume (36,3%) e no valor das exportações. Esse desempenho contou com a ajuda de vários fatores, como:
. queda nos estoques de grãos
. aumento da demanda dos países em desenvolvimento
. incremento na demanda de produtos agrícolas para produzir biocombustíveis
. desvalorização do dólar frente às principais moedas
. política de baixas taxas de juros do governo americano
. especulação nos mercados futuros de produtos agrícolas.
Para 2009, o Banco Central prevê superávit da balança de US$ 14 bilhões. O resultado será pior em relação a 2008 e o desempenho externo do agronegócio será mais uma vez crucial para o país.
Thâmara Brasil - Jornal do Senado
09/03/2009
Agência Senado
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