PITTA COMPARECE À CAE PARA EXPLICAR RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA DA PREFEITURA



Durou mais de três horas a audiência pública do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para discutir a proposta de renegociação da dívida da Prefeitura com a União, estimada em R$ 10,5 bilhões. O prefeito disse que o refinanciamento das dívidas da capital paulista irá beneficiar as futuras administrações. - A cidade de São Paulo quer apenas receber tratamento igualitário ao concedido a outros municípios que obtiveram a rolagem da dívida - observou o prefeito.Pitta contestou os números apresentados pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) referentes à renegociação da dívida do município. Citando dados do Instituto Florestan Fernandes, Suplicy havia informado que a Prefeitura não teria como pagar a amortização antecipada prevista, de R$ 2,1 bilhões, com a venda de ativos do município. Esses ativos, segundo o senador, não valeriam, juntos, mais de R$ 200 milhões. O prefeito contestou os dados, afirmando que uma auditoria independente concluiu que apenas a empresa de turismo do município valeria cerca de US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 432 milhões).O relator da matéria na comissão, senador Romero Jucá (PSDB-RR), que também foi o autor do requerimento que resultou no convite a Pitta, informou que determinará uma auditagem e checagem de toda a documentação apresentada pelo prefeito. Ele reconhece que a rolagem é fundamental para a cidade de São Paulo, mas garantiu que o relatório "não será feito a toque de caixa".O senador Osmar Dias (PSDB-PR), quis saber quanto foi incluído na rubrica "restos a pagar" - que são transferidas de um ano para o outro - no orçamento do ano passado. O prefeito não respondeu, mas afirmou que o balanço da Prefeitura será publicado até o fim do mês.Na opinião do senador Pedro Simon (PMDB-RS) o prefeito da cidade de São Paulo saiu beneficiado ao ser convidado para comparecer à comissão, um dia depois de a CAE aprovar o nome de Tereza Grossi para a Diretoria de Fiscalização do Banco Central. Segundo ele, a comissão ficou desgastada após referendar o nome daquela servidora, apesar de estar indiciada pela Justiça, e não tinha condições de pressionar o prefeito.Durante a reunião, o prefeito acabou falando das denúncias feitas por sua ex-esposa, Nicéa Camargo. Mas, para o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), cabe à CAE apenas analisar a rolagem da dívida do município e não as acusações que envolvem o nome de Celso Pitta. Tebet enalteceu a postura "tranqüila e serena" com que o prefeito paulistano estava se comportando perante a comissão, apesar de estar sofrendo pesadas acusações de improbidade administrativa e enfrentar uma separação litigiosa. O senador Pedro Piva (PSDB-SP) disse que o prefeito não estava em julgamento e sim o refinanciamento da dívida. A líder do Bloco Oposição, Heloísa Helena (PT-AL) apresentou requerimento ao relator solicitando relatórios detalhados à Prefeitura paulistana a respeito do pagamento de precatórios.

22/03/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


PITTA PRESTA ESCLARECIMENTOS NA CAE SOBRE DÍVIDA DA PREFEITURA DE SÃO PAULO

Doleiro não comparece para depor na CPI do Banestado, que ouve Pitta na próxima terça-feira

PITTA NEGA QUE ACM TENHA FEITO PRESSÃO PARA QUE PREFEITURA PAGASSE OAS

DÍVIDA DE SÃO PAULO LEVA PITTA A ACM

SENADO VOTA REGRAS PARA RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA DOS MUNICÍPIOS

SENADORES APROVAM REGRAS PARA RENEGOCIAÇÃO DA DÍVIDA DOS MUNICÍPIOS