PL negocia apoio ao PT







PL negocia apoio ao PT
O almoço que pretendia selar o apoio do PL à candidatura do secretário municipal de Saúde, Humberto Costa (PT), ao Governo do Estado, em 2002, não chegou nem na sobremesa. Convidados para analisar o cardápio de intenções do PT para 2002, o presidente regional do PL, deputado federal Marcos de Jesus, o deputado estadual João de Deus e o vereador Cordeiro de Deus saíram, ontem, do encontro com Humberto e o vereador Dilson Peixoto (PT), sem esboçar sinal de que sustentarão o palanque que será montado por Humberto. Os líderes do PL - legenda que mantém uma forte base eleitoral entre os evangélicos - não chegaram a expor as condições para garantir uma coligação com o PT, mas os liberais não escondem sua moeda de troca: reforçam qualquer chapa de centro-esquerda, desde que nela figure a candidatura do vereador Cordeiro de Deus ao Senado.

O que está dificultando a negociação política entre os integrantes das duas legendas é o grau de entendimento envolvendo o PL e o PSB. Seguindo a postura da executiva nacional, o PSB local - que também investe num palanque próprio, que seria encabeçado pelo deputado federal Eduardo Campos - anda apostando no poder de voto da bancada evangélica e, há alguns meses, vem mantendo conversas com os liberais. Como atrativo, asseguram alguns membros do PL, está a disposição dos socialistas em garantir a presença de Cordeiro de Deus numa possível chapa majoritária.

“É nosso papel, como políticos, estudar as propostas do maior número possível de partidos. Mas, no Estado, praticamente fechamos uma aliança proporcional com o PSB. Agora, estamos numa fase de entendimentos em relação a uma chapa majoritária”, adiantou o vereador.

Mesmo com as relações estreitadas entre o PSB e o PL, os principais articuladores eleitorais do PT ainda apostam na tese do imaginário palanque único no campo das esquerdas e na repetição das eleições do ano passado, quando, no segundo turno da disputa pela Prefeitura do Recife, parte do PL se engajou na campanha de João Paulo (PT), então candidato ao cargo.

“Não discutimos a questão do Senado, mas qualquer nome será aceito e analisado. O PT e o PL vivem em harmonia no plano nacional e na gestão do Recife, por isso acredito que não haverá nenhum empecilho para consolidarmos uma aliança com toda a oposição, inclusive o PL”, comentou Humberto Costa.

Em outra tentativa de aprofundar o diálogo com o vereador Cordeiro de Deus e o deputado Marcos de Jesus - ambos ligados à Igreja Universal - os petistas agendaram nova reunião, que acontece na próxima segunda-feira (29). Depois dessa conversa, os membros do PL prometeram procurar o prefeito João Paulo para deixá-lo a par das negociações

“Qualquer direção que o PL for tomar deverá ser aprovada pela maioria do partido. Não vamos deixar que haja divisão entre nós, como aconteceu em 2001. Naquela época um grupo resolveu apoiar João Paulo e outro foi contra”, lembrou o deputado Marcos de Jesus.


Esquerda retoma o discurso da unidade
Depois de duas semanas de divergências na esquerda, os principais líderes da oposição ao Governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) se reuniram, ontem à noite, na 11ª Conferência Estadual do PCdoB, em clima de unidade. O vice-prefeito do Recife e dirigente do partido, Luciano Siqueira, abriu o evento reafirmando a importância da unidade das oposições em 2002. Em seguida, leu uma carta do senador Roberto Freire (PPS) justificando sua ausência – está em Goiás – e afirmando que “as divergências não são necessariamente sinal de apartação ou desrespeito”. “No caminho para a unidade não pode prevalecer a vaidade ou interesses menores”, prosseguiu Freire.

O discurso da unidade foi o mote, também, do ex-governador Miguel Arraes, presidente nacional do PSB. Em seu discurso, Arraes disse ter chegado a hora de se ouvir as diferentes correntes políticas para se buscar o palanque único. “Não se trata de juntar partidos, mas de lutar por objetivos comuns para se conquistar uma vitória ainda maior.”

A Conferência do PCdoB foi aberta no Teatro do Parque e prossegue hoje e amanhã, no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda. Também prestigiaram a abertura os deputados Jorge Gomes (PSB) e Pedro Eugênio (PT); o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS); o pré-candidato do PT e secretário municipal de Saúde, Humberto Costa; o prefeito João Paulo (PT), além da prefeita de Olinda Luciana Santos, integrante do partido.


Oposição elogia nome de Queiroz para o Governo
Líderes dos partidos de oposição classificam a José Queiroz com um “bom nome” para a disputa do Governo. Eles acreditam que a pré-candidatura do pedetista não representa risco à unidade da esquerda

O lançamento da pré-candidatura do líder da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, deputado José Queiroz (PDT), ao Governo do Estado foi recebido com naturalidade pela maioria dos partidos que integra a esquerda. Num discurso afinado, as lideranças dizem acreditar que Queiroz seja um “bom nome”, e que sua pré-candidatura não representa risco à tão sonhada unidade dos partidos de oposição ao Governo Jarbas Vasconcelos.

O único que não aposta na consolidação da unidade das esquerdas é o deputado estadual João Braga (PV). Ele foi enfático em dizer que a união das legendas nunca existiu. “Podem ocorrer apoios, mas cada partido irá trabalhar em benefício próprio. É impossível ter união quando se tem pré-candidatos”, afirmou Braga.

O pré-candidato petista e secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa, rasgou elogios a Queiroz, dizendo que “ele preenche todos os requisitos para disputar qualquer cargo na majoritária”. Questionado se o lançamento de mais uma pré-candidatura colocaria em risco seu projeto de disputar uma vaga na chapa majoritária, Humberto brincou. “É impossível que não me aceitem nem ao menos para vice. Estou preparado para ocupar o cargo que a aliança me confiar.”

COMPETÊNCIA – Entre os socialistas, a opinião sobre o lançamento de Queiroz não é diferente. O presidente regional do partido, deputado José Jorge, disse que respeita o nome do pedetista, “por sua competência e pelo seu excelente trânsito entre os partidos”. “O nome dele é mais uma opção para as esquerdas, assim como o de Eduardo Campos (deputado federal e pré-candidato do PSB ao Governo). Ressalto, porém, que a preocupação do nosso partido é discutir os problemas sociais para, só então, pensar em sucessão.”

E se nas diferentes legendas a opinião é favorável a Queiroz, dentro de ‘casa’ não é diferente. O deputado Guilherme Uchôa (PDT) declarou que “Queiroz é um nome de consenso”. O também correligionário, Vicente André Campos, diz que Queiroz é o candidato capaz de “consolidar as alianças”, pois o partido é o único que não tem candidato à presidência da República. “Somos um palanque neutro”, declarou o pedetista.


Projeto resgata memória política da Assembléia
Três primeiros volumes da coleção Perfil Parlamentar Século XX, com as biografias de Agamenon Magalhães, Estácio Coimbra e Paulo Cavalcanti, serão lançados na próxima quarta-feira

Há oito meses, ao assumir a Presidência da Assembléia Legislativa, o deputado Romário Dias (PFL) anunciou a decisão de redirecionar a gestão da Casa, investindo forte na área de cultura. “Vou atrair para o Legislativo a atenção da sociedade, que verá o quanto de positivo podemos produzir. Para começar, vamos realizar um trabalho de restauração e preservação da memória do Legislativo e de Pernambuco”, declarou, em fevereiro, ressaltando que esta decisão não significaria desprezar o debate político. “Mas a sociedade exige que os seus representantes faç am mais do que proferir discursos e votar leis”, completou.

Na próxima quarta-feira (31) Romário apresentará à sociedade os primeiros resultados concretos desta decisão. Às 18h, no salão nobre da Assembléia, serão lançados os três primeiros volumes da série “Perfil Parlamentar Século XX”, com as biografias de Agamenon Magalhães, Estácio Coimbra e Paulo Cavalcanti.

São três volumes cuidadosamente produzidos e editados, com capa assinada por Manoel Falcão, bisneto de Joaquim de Arruda Falcão, um dos 22 ex-parlamentares homenageados com a publicação do perfil. Estácio Coimbra tem prefácio in memoriam de Potiguar Matos, Agamenon do professor Mário Márcio de Almeida Santos e Paulo Cavalcanti, do professor Manuel Correia de Andrade. Toda a coleção – um resgate da memória política estadual – será doada a bibliotecas e escolas.

Romário acredita que a publicação da memória de ex-deputados significa um marco definitivo de sua administração. Ele relata que teve um enorme cuidado para evitar melindres e não ferir sensibilidades. “Para fugir de pressões e não comprometer o êxito do projeto, aceitei sugestões para que uma comissão constituída por representantes de entidades soberanas indicassem os deputados que seriam contemplados com a publicação de seus perfis”, revela.

Com a missão de escolher os ex-deputados, numa relação de mais de 400 nomes, foi composta a comissão: Manuel Correia de Andrade (Fundação Joaquim Nabuco), Mário Márcio de Almeida Santos (Academia Pernambucana de Letras), Carlos Bezerra Cavalcanti (Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano), Marcus Accioly (Conselho Estadual de Cultura), Marc Jay Hoffnagel (UFPE) e Antônio Correia, ex-presidente da Assembléia Legislativa.

“Em nenhum momento consultei a comissão ou a minha equipe diretamente envolvida com o projeto sobre este ou aquele nome. Não interferi, sequer, na escolha de jornalistas para escrever os perfis”, adianta Romário. A relação foi discutida amplamente, segundo o diretor de Imprensa da Assembléia, José Tomaz.


Lula defende candidatura única da oposição em 2002
SÃO PAULO – O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu ontem a candidatura única dos partidos de oposição em 2002. “Se você pegar o percentual de votos dado a Itamar (Franco, PMDB), dado a Ciro (Gomes, PPS), dado a Garotinho (Anthony, PSB) e ao Partido dos Trabalhadores, nós chegamos a quase 70% dos votos. Portanto, se a oposição se unificar, nós temos todas as possibilidades de ganhar as eleições no primeiro turno”, disse Lula.

O petista, porém, reconhece que o estabelecimento de uma candidatura única entre as oposições seria difícil. “Acho difícil ter candidato único, o que não é ideal.” Lula, no entanto, disse que ainda acredita ser possível construir essa unidade. “As coisas que pareciam impossíveis, em política acontecem e é desejo nosso que as oposições voltem a conversar.”

O possível candidato do PT à sucessão de FHC informou que o presidente nacional da legenda, José Dirceu, vai começar a conversar com todos os partidos e, até março – quando o PT realiza prévia para definir seu candidato –, “há tempo para tentar a candidatura única”. Caso ela ocorra, Lula disse que antes da escolha do nome do candidato entre os partidos de oposição, “é preciso saber em torno do que nós vamos nos unir e o que nós vamos fazer”.

Para ele, o Governo FHC tem polarizado com o PT e criticando os projetos do partido, como o Fome Zero, “porque eles (os integrantes do Governo) estão trabalhando com a hipótese de que o PT já está no segundo turno”. Lula admite que é provável o candidato do Governo ir também para o segundo turno.

“Obviamente, o Governo Federal é um adversário forte. O poder de influência que o Governo tem na mídia brasileira é porque ele é um dos grandes investidores em publicidade”, afirmou o presidenciável petista.


SERRA REAGE AOS ATAQUES DA OPOSIÇÃO
O ministro da Saúde, José Serra, classificou de cretina a afirmação de que estaria tomando medidas de impacto popular para obter bons resultados eleitorais em 2002. Pouco após revelar que o Governo prepara o lançamento de planos de saúde para compra de remédios com algum tipo de incentivo fiscal e pode subsidiar, diretamente a compra de medicamentos, Serra repudiou a crítica e avisou que não vai se intimidar por acusações de eleitoralismo feitas pela oposição. Ele atribuiu as acusações ao que chamou de “alvoroço e afobação” em matéria de campanha eleitoral.


PERITOS ENCONTRAM SINAIS DE NOVAS OSSADAS
Os peritos da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara identificaram ontem sinais de ossadas no local indicado pelo sargento Sebastião Santa Cruz Sacramento, em Bacaba, próximo a Marabá (PA). A equipe busca ossadas de mortos pelo Exército na Guerrilha do Araguaia, na década de 70. O sargento, que participou dos confrontos, disse ter visto dois corpos de mulheres serem enterrados em Bacaba. Em duas semanas, os peritos encontraram quatro ossadas em Xambioá (TO), que podem ser de guerrilheiros. Uma quinta ossada, encontrada em 96 em São Domingos do Araguaia, também foi entregue aos peritos.


Artigos

Vendilhões do templo
JURACY ANDRADE

Na ânsia de quitar a conta de compromissos eleitorais, o modernoso governo do xogum Fernando 2º vendeu tudo o que podia (e o que não podia) do nosso patrimônio público, construído, durante mais de meio século, com o trabalho, o suor e o dinheiro do contribuinte brasileiro. Conseguiram assim, os atuais mandatários dos donos do poder, desmantelar por muito tempo a máquina do desenvolvimento nacional. O caso das ferrovias é de polícia. Grande parte delas, como é o caso da anglo-nordestina Great Western, havia sido trocada pela quitação de débitos contraídos, durante a 2ª Guerra Mundial, pela Grã-Bretanha no Brasil. Naquele tempo, eram Suas Majestades de Londres e de Washington que deviam ao Brasil. ‘Pagaram’ tudo com armas obsoletas, ferrovias e outras companhias em estado pré-falimentar, passas da Califórnia, Cadillacs, cigarros Chesterfield, Lucky Strike etc, e mais outras preciosidades do gênero.

Para obter tão bons resultados, o embaixador dos Estados Unidos no Rio, Adolf Berle Junior, impaciente, não conseguiu aguardar as eleições já marcadas por Getúlio e, então, fez um discurso dando a senha para que os militares apressassem o fim do Estado Novo, pondo no Catete um tal de José Linhares, presidente do STF (naquela época, os golpes seguiam algumas formalidades, ao contrário de 1964 e 68), uma figura totalmente despreparada para um cargo tão importante, numa hora tão importante. Não deu outra: o presidente-tampão, docilmente, danou-se a torrar as preciosas divisas que o Brasil acumulara durante a guerra; ao que sobrou deu fim o presidente seguinte, o marechal Dutra, simpatizante de Hitler e eleito pelo rolo compressor conchavado em torno do PSD (Partido Social Democrático, quá, quá, quá). Aí veio a estatização da sucata.

Getúlio foi derrubado em 1945 não porque era ditador, mas porque tinha um projeto nacional contrário aos projetos americanos. Fernando 2º, que se auto-intitula o exterminador final da era Vargas (exterminador do futuro do País), tem botado pra quebrar. As telefônicas fazem o que bem entendem; as energéticas idem; mesmo com a crise de energia elétrica, o governo insiste em torrar a produtora estatal de energia do Paraná. A Chesf não perde por esperar. Voltando às ferrovias, o governo exterminador do futuro já está disposto a emprestar dinheiro (ou doar, quem sabe?) aos grupos que ganharam as concessões da malha ferroviária da RFFSA. Aliás, docemente constrangido, pois alega que não tem como retomar as concessões. O motivo é r isível: não teria como operar as ferrovias, pois a RFFSA está em processo de liquidação... E ponto. Uma tal de CFN (ouviram falar?), que ganhou (literalmente) a malha ferroviária nordestina, praticamente paralisada (não sobrou nem o Trem do Forró), poderá abiscoitar R$ 200 milhões do Finor e R$ 100 milhões do BNDES. Assim, até eu sou capitalista... Esses vendilhões do templo do patrimônio público são mais realistas que o rei. A França tem a sua Société Nationale des Chemins de Fer; a Itália sua Ferrovie dello Stato; A Alemanha sua Deutsche Bundesbahn (todas empresas públicas). Até os EUA têm estradas de ferro públicas. O único país com enorme extensão territorial sem malha ferroviária decente é o Brasil. Mais um motivo de orgulho nacional...

PS - Recebi de Elben Lenz César, e agradeço, A pessoa mais importante do mundo (Editora Ultimato, Viçosa, MG, 2001), um belo livro sobre Jesus Cristo; que continua sendo crucificado no Afeganistão, em nome da ‘civilização ocidental e cristã’.


Colunistas

Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio

Caminhos possíveis
Apesar da pressão dos “anti-itamaristas” para que o deputado Michel Temer opte pelo adiamento, a prévia marcada pelo PMDB para a definição do seu candidato à presidência da República está confirmada para 20 de janeiro. Apenas dois interessados se inscreveram: Pedro Simon e Itamar Franco. O senador não tem nenhuma chance de ganhar porque não unificou sequer o PMDB do Rio Grande do Sul. Mas sua presença no páreo é importante para valorizar a provável vitória do governador de Minas Gerais.

Itamar sendo o vencedor, o quadro político de Pernambuco poderá virar pelo avesso, a começar pelo PDT. É que Brizola já disse no Rio que se o governador de Minas for candidato a presidente da República levará o partido para os braços dele. Outra: Jarbas Vasconcelos não apóia Itamar, de onde se supõe que o PMDB regional poderá apoiar um outro nome que não esteja nos quadros do partido: Tasso ou Serra, tanto faz, já que ambos pertencem ao PSDB.

Contudo, não se deve excluir também a possibilidade de um apoio em bloco a Ciro Gomes em troca do apoio do PPS à reeleição do governador. Isso só depende do próprio Jarbas. Se ele resolver fechar com o ex-ministro, o PPS imediatamente fechará com ele.

Times em campo
A Paraíba saiu na frente em termos de definição dos seus candidatos a governador. Estão em campanha Cássio Cunha Lima (foto), do PSDB, prefeito pela 3ª vez de Campina Grande e filho do senador Ronaldo Cunha Lima, e o senador Ney Suassuna (PMDB), novo ministro da Integração Nacional. O ministro disse em João Pessoa que dará “tratamento equânime” a todos os aliados do governo. Ou seja, no que depender dele, os “Cunha Lima” não serão discriminados.

Sem discurso
Não foi só o medo de atrapalhar a eleição do pai (Roberto Magalhães) que levou o advogado Carlos André (PSDB) a abdicar da candidatura à Assembléia Legislativa. Duas semanas antes de oficializar a desistência, ele confidenciou a um amigo que estava “sem discurso” para enfrentar o eleitorado. E que iria esperar por 2006.

Com urgência
FHC está com pressa para dar início à construção da Universidade de Petrolina. Pediu ao deputado Aécio Neves para que o projeto que se encontra na Câmara instituindo a sua criação passe a tramitar em “regime de urgência”. Com isto, tanto a Câmara como também o Senado disporão de apenas 45 dias, cada, para deliberar sobre a matéria.

Cuidando apenas dos seus negócios
O ex-deputado Carlos Rabelo (PSC) não vai poder contar com a ajuda do mano, Osvaldinho, três vezes prefeito de Goiana, à sua candidatura a deputado estadual. “Estou dedicado apenas aos meus negócios”, disse o ex-prefeito.

Filmes de Lavareda surtem efeito
Os filmes do PFL sobre Marco Maciel começam a surtir efeito no interior. A Câmara Municipal de Caruaru aprovou 5ª, por unanimidade, o título de cidadão para o vice-presidente. O autor do projeto foi o vereador José Luiz (PFL).

Péssima notícia
Uma má notícia para Tasso Jereissati: a Assembléia Legislativa do Ceará acaba de instalar uma CPI para investigar o Banco do Estado (BEC) na segunda gestão do governador. O presidente da Casa, Washington Landim, rompeu com Tasso e com o PSDB, filiou-se ao PSB e está candidato ao governo estadual.

Números fictícios
Segundo a proposta original do governo, constam no OGU de 2002, para investimentos, apenas R$ 12 bilhões. Mas as emendas apresentadas pelos congressistas já passam da casa dos R$ 50 bilhões. “Isso é irracional, cria uma falsa expectativa e gera frustração”, disse o relator-geral Sampaio Dória (PSDB-SP).

Geraldo Coelho (PFL) é um propagandista inveterado das potencialidades econômicas do vale do rio São Francisco. Elogiou a “Festa da Uva”, de Lagoa Grande, e fez um apelo a Romário Dias para promover um evento da Assembléia Legislativa, em Petrolina, “a fim de que os parlamentares possam se informar da pujança econômica daquela região”.

Previsão de Ranílson Ramos (PPS) que não é levada a sério nos meios políticos. Em abril de 2002, diz ele, o prefeito Fernando Bezerra Coelho (Petrolina) irá desincompatibilizar-se da prefeitura para ser candidato a governador, desde que junte PTB, PSB e PDT. O PT, segundo ele, “pode ficar pra lá”.

Os senadores Roberto Freire (PPS) e Carlos Wilson (PTB) voltaram às boas. Só no curso desta semana tiveram dois encontros em Brasília para tratar de 2002. Ambos estão apoiando Ciro Gomes e se dizem a favor de um candidato único, das oposições, ao Governo do Estado. Que poderia ser José Queiroz (PDT) ou Humberto Costa (PT).

O comando da PM silenciou sobre o projeto que está em andamento propondo reduzir o tempo de permanência no posto dos atuais coronéis da corporação. De 7, cairia para 4 anos, o que seria um contra-senso sabendo-se que se fez uma reforma previdenciária no país para conter gastos com aposentadorias.


Editorial

Democratização do vestibular

O Fórum Sistema JC Debate desta semana teve como tema os desafios enfrentados pelos alunos de escolas públicas para ter acesso à universidade. Isso nos preocupa, tanto que estamos dando todo o apoio ao programa governamental Rumo ao Futuro, que facilita para esses alunos a passagem pelos vestibulares e a chegada ao curso superior que realmente desejam fazer (pois muitos se contentam com cursos de baixa demanda, em vez de concorrer ao que preferem). O fórum realizou-se na sede deste Jornal do Commercio e contou com a participação de autoridades como o secretário de Educação do Estado, Raul Henry, o reitor da UFPE, Mozart Neves Ramos, de professores e de diretores do jornal. A busca da democratização do ensino e do acesso dos alunos da escola pública ao nível superior deu o tom aos debates. O Governo do Estado tem também o programa Rumo à Universidade, que dá ao pré-vestibulando uma bolsa que lhe facilita os estudos.

“Implantamos este ano uma antiga reivindicação dos professores, o Plano de Cargos e Carreiras, pois sabemos que não se pode fazer educação sem motivação pessoal”, disse o secretário estadual de Educação, ao falar sobre a necessidade de concentrar investimentos na formação e reciclagem dos professores, para melhorar a qualidade do ensino público, universal e gratuito, base de desenvolvimento, progresso, civilização. Enquanto a professora Sônia Freyre, presidente da Fundação Gilberto Freyre, lembrava que poucos jovens hoje querem se dedicar à carreira de professor, embora não lhes falte informação sobre essa opção profissional, via Internet, televisão etc: “É preciso estimular a nova geração a seguir a carreira de professor, pois a maioria só opta por esse caminho quando não há outro”. Professores sem v ocação, sem motivação, sem estímulo, sem salários condignos, significam ainda maior atraso na área do ensino, retrocesso mesmo.

Outro importante aspecto abordado no fórum foi o da necessidade de melhorar também as instalações e condições de funcionamento das escolas. Nesse ponto, a situação é muito precária. O último grande investimento em construção e aparelhamento de escolas públicas em Pernambuco foi feito nos anos 70. Hoje, quando os governos fizeram uma perversa opção pelo corte linear e indiscriminado de gastos sociais, sobretudo em educação e saúde, seria impensável um investimento como o que foi feito nos anos 50/60 do século passado (nos governos Cid Sampaio e primeiro de Miguel Arraes); quando foi construído o complexo educacional do Parque Treze de Maio, que inclui o Instituto de Educação (antiga Escola Normal) e ocupa todo um quarteirão. Boas e bonitas edificações, manutenção, equipamentos de qualidade, estimulam alunos e mestres em suas atividades tão essenciais. Não só em periferias isoladas e abandonadas, mas até no centro da cidade, instalações escolares são invadidas e depredadas. Há muito tempo; sem que providências eficazes sejam tomadas.

O secretário Raul Henry faz o que pode, com as minguadas verbas de que dispõe. Disse que, das 989 escolas da rede estadual, 118 estão passando por reformas e vão receber laboratórios. Ele ressaltou ainda a gestão democrática implantada na rede pública estadual de ensino: professores, alunos, servidores, pais, paticipam conjuntamente da elaboração de projetos. O reitor da UFPE destacou o desafio que foi tema do fórum, que é o de dar oportunidades iguais a alunos das redes pública e privada no acesso ao ensino superior. O programa do Governo do Estado e da Fundação Giberto Freyre que é apoiado pelo Sistema JC de Comunicação e pela UFPE, o Rumo ao Futuro, está plenamente engajado nesse objetivo. É um curso pré-vestibular diferenciado, destinado a tornar mais competitivos os alunos e ex-alunos da rede pública na disputa por uma vaga na universidade. Atende a 10 mil estudantes, no modelo de educação continuada. Sua primeira versão se encerra no dia 18 de novembro.


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10/27/2001


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