PMDB deve repensar alianças, diz Roberto Requião



Em pronunciamento nesta quinta-feira (1°), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que o PMDB deve repensar o seu sistema de alianças partidárias, levando em conta interesses gerais da sociedade, e apontar um rumo político para o país, com foco principal nos direitos universais de saúde e educação e a um sistema de mobilidade urbana a custo justo.

Requião disse que o PMDB deve assumir o seu protagonismo na cena política, adotando uma posição de aliado crítico, e assim ajudar o governo a encontrar um caminho no meio das “turbulências contemporâneas”. A aliança com o PT colocou sob controle do PMDB uma parte da maquina do Estado, mas também o identificou com os fracassos governamentais, sobretudo na economia, afirmou.

Requião disse que o PT ainda não se recobrou do atordoamento das jornadas de junho, enquanto o PSDB revelou um “vazio rotundo”, com discursos em que insistia em choques de gestão e “tediosos sermões” sobre a ineficiência do Estado que “fazem a delicia” dos comentaristas políticos.

Requião disse ainda que o Brasil está sob quatro grandes ameaças, entre elas a indiferença da classe política quanto ao destino do país como nação. Ele afirmou que a atual política econômica é “absolutamente inconsequente”, com valorização do cambio e aumento dos juros que prejudica a industrialização, déficit na balança de pagamentos, sangria nas remessas de lucro para o exterior e desemprego.

A segunda ameaça, disse Requião, é a política de redução sistemática do investimento público, com a esperança de que os investimentos privados virão substituí-lo. A terceira ameaça, afirmou, é o despreparo do governo brasileiro para estabelecer uma estratégia de enfrentamento da crise mundial, à qual o país tem “reagido topicamente, tangendo a economia a golpe de desonerações fiscais, que já esgotaram a capacidade de estimular o consumo e o investimento”.

- As ruas não ditam estratégias. As ruas manifestam descontentamento, fazem pressão e ditam objetivos gerais, mas a formulação é dever da liderança política – afirmou.

Requião disse que a quarta ameaça é o risco de crise cambial em curto prazo, em razão da redução das reservas financeiras do país, que não resistirão ao efeito combinado de déficit comercial em conta corrente, crescente volume na remessa de lucros, aumento de juros, redução de investimentos externos e o enfraquecimento da capacidade exportadora.



01/08/2013

Agência Senado


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