Pobreza da população rural do RS passa de 10,2% para 3,3% em oito anos



De 2001 a 2009, a taxa de pobreza extrema no Rio Grande do Sul caiu de 4,7% para 2,2%: a média nacional passou de 10,5% para 5,2% no mesmo período. Na área rural do estado, onde 18% dos gaúchos habitam, esse índice teve uma queda de 32 pontos percentuais - a população que vivia em extrema pobreza passou de 10,2% em 2001 para 3,3%, em 2009. No Brasil, a taxa de extrema pobreza no campo é de 12,64%.

Os dados fazem parte do estudo “Situação social nos estados – Rio Grande do Sul”, divulgados na terça-feira (31), em Porto Alegre, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, ressaltou que a renda domiciliar per capita na zona rural teve crescimento de 68,3%, superior ao observado na urbana (18,3%), passando de R$ 332,8 em 2001 para R$ 560, em 2009. Quanto à cobertura da Previdência Social, a população do campo está mais bem protegida (92%) que a urbana (81%).

Pochmann considerou o crescimento da renda na área rural como o principal motivo da redução da desigualdade e da queda acentuada na pobreza. “O saneamento básico e acesso à energia elétrica estão praticamente universalizados, inclusive no campo, um dos destaques do Rio Grande do Sul em relação aos outros estados que apresentam ainda uma desigualdade considerável entre os meios urbano e rural”, completou.

Porém, ele observou que nas cidades do estado houve uma estabilização com avanços contidos na primeira década do século, e ainda um aumento da taxa de homicídios masculinos na faixa etária de 15 a 29 anos, na contramão do observado no Brasil. Em 2001, eram 61,4 mortes por 100 mil habitantes. Já em 2009, o número passou para 74. Mesmo com o aumento, o estado ainda fica atrás se comparado ao índice da região Sul (81,7) e do Brasil (94,3).

Menor taxa de fecundidade

O Rio Grande do Sul é o estado com a menor taxa de fecundidade do País (1,55 filho por mulher). A média nacional é de 1,9, já abaixo da taxa de reposição (2,10), o que significa que a população começará a decrescer daqui a cerca de 30 anos. O presidente do Ipea alertou que esse processo de envelhecimento traz a necessidade de mudanças nas políticas públicas, considerando a questão da mobilidade e do acesso dos idosos aos locais públicos, bem como a composição do gasto na área da saúde.

Pochmann defendeu uma visão mais abrangente ao analisar a situação social nos estados, na tentativa de abrir a agenda de discussão. “O enfrentamento não acontecerá resolvendo só uma das áreas sociais. É preciso uma perspectiva mais ampla possível da atuação do estado no Brasil.”

A pesquisa, que faz parte de uma série de publicações sobre as áreas sociais nos estados do País, traz ainda dados estatísticos de 34 indicadores nas áreas de previdência social, trabalho e renda, educação, cultura, habitação, entre outros.

Parceria

Antes da apresentação do estudo, o presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Adalmir Marquetti, e o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, assinaram um acordo de cooperação técnica para a realização de estudos e pesquisas. A parceria também engloba a elaboração de indicadores, troca de informações e compartilhamento de base de dados.

 

Fonte:
Ipea

 



01/02/2012 18:03


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