Políticas públicas podem ser aliadas no combate à exploração sexual



As ações empreendidas pelo Estado brasileiro para construção de uma rede de proteção integral a crianças e adolescentes também foram objeto de análise, críticas e sugestões da CPI da Exploração Sexual. A principal conclusão extraída do acompanhamento das políticas públicas voltadas para o enfrentamento da violência e exploração sexual contra menores é que elas demandam uma “mudança cultural”, necessária para consolidar e fortalecer essa rede de proteção, abrindo caminho para a denúncia, o resgate da auto-estima e cidadania das vítimas e o fim da impunidade entre os agressores.

Inserido na política de assistência social do governo federal, o Programa Sentinela presta atenção direta aos menores e às famílias vitimados pela violência sexual e é desenvolvido em parceria com estados e municípios. A iniciativa está implantada em 315 municípios de 26 estados e atendeu, em 2003, 28 mil crianças e adolescentes. O desempenho do programa se sobressaiu em localidades com organizações governamentais ou não governamentais atuantes no combate à violência sexual. Uma limitação apontada pela CPI foi estar restrito à oferta de atendimento psicossocial e apoio jurídico.

Na área de justiça e direitos humanos, a comissão assinalou o trabalho do disque-denúncia contra violência, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Por meio do telefone 0800 99 0500, foram recebidas mais de 66 mil chamadas, entre maio de 2003 e abril de 2004, a maioria sobre relatos de maus-tratos diversos e violência intrafamiliar.

A vulnerabilidade de crianças na faixa de zero a seis anos foi um aspecto constatado na análise das políticas públicas de assistência social e educação. O reduzido número de vagas na educação infantil tem deixado crianças das classes populares em constante risco social e pessoal, segundo adverte o relatório final. Ao analisar as políticas de saúde pública, apontou o “grande potencial” do Programa Saúde da Família para atuar no enfrentamento do abuso e da exploração sexual infanto-juvenil.

Como a maioria das vítimas dessas redes criminosas vem de famílias pobres, a CPI reconheceu ainda o poder dos programas de renda mínima, a exemplo do Bolsa da Família, de facilitar a inserção de novos processos de ressocialização e resgate da auto-estima de crianças e adolescentes explorados no trabalho infantil, no tráfico de drogas e no comércio do sexo.



Imagens da CPI

CPI da Exploração Sexual: trabalho continua mesmo depois do relatório final

Estudos sobre tráfico nortearam diligências da CPI da Exploração Sexual

Senado promove videoconferência sobre tráfico para exploração sexual

Alterações legislativas buscam coibir exploração sexual de menores

Legislação deve reforçar combate à pornografia infanto-juvenil na Internet

Mídia e Justiça são fundamentais no combate à exploração de menores



29/07/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


CPI da Exploração Sexual faz audiências públicas em Fortaleza

Embratur reforça combate à exploração sexual

Brasil se une a vizinhos no combate à exploração sexual

CE APROVA DIA DE COMBATE À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS

Combate a trabalho e exploração sexual infantil mobiliza CCJ

Diversidade sexual tem apoio de políticas públicas em várias áreas