Popularidade de Lula está em baixa, diz Arthur Virgílio
Com informações publicadas na imprensa que indicam para a estagnação da economia e o aumento do desemprego, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) previu que, a continuar dessa forma, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se manter em queda.
- O governo teme que a coleção de zeros chegue também ao próprio índice de popularidade do presidente. Até aqui, o presidente embala seu governo em cima de sua popularidade. Mais tarde, só restará o velho refrão: "E agora, José?" Ou Luiz? - declarou Arthur Virgílio.
Os comentários do senador foram feitos diante de notícias de que o Palácio do Planalto prepara uma ofensiva publicitária para comemorar o primeiro ano de mandato do governo do PT. Segundo nota da revista Veja, citada pelo senador, a equipe do publicitário Duda Mendonça, que assessora o governo, já teria preparado a frase de efeito "O ano-novo já começou", baseada "na onda do ainda incipiente crescimento econômico".
- A equipe publicitária vai ter que gingar desesperadamente para ver se descobre algum crescimento. A dificuldade existe porque os últimos índices apontam crescimento zero do Produto Interno Bruto (PIB) de 2003 e elevado desemprego, que cresce sem que Lula consiga sequer começar a criar os prometidos 10 milhões de empregos - analisou o senador, que alertou o governo para a estimativa de que é necessário crescimento de 4% do PIB ao ano somente para absorver a população economicamente ativa.
Para ele, o governo sequer teve êxito no propalado programa Fome Zero. "Foi zero à esquerda; nada conseguiu, nada foi feito", disse. Nessa área, os méritos, segundo Arthur Virgílio, devem ir para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já que foi durante a sua gestão que houve uma queda no índice de fome no Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Para isso, o senador avisou que requereu um voto de aplauso ao ex-presidente.
O que não merece nota zero, disse Arthur Virgílio, é o "ímpeto do governo para gastar". Com base em outra nota da revista Veja, ele informou que o Palácio do Planalto vai comprar 8 mil distintivos para identificar a comitiva presidencial em viagens oficiais.
- Além dos distintivos, o Palácio vai comprar 40 cassetetes elétricos. Será que é para espancar eletronicamente o povo nas aparições de Lula no Brasil? - questionou.
O senador cumprimentou a Eletrobrás e o líder do Bloco de Apoio ao Governo, senador Tião Viana (PT-AC), pelo entendimento realizado no mês passado que levou a estatal a negociar dívida de R$ 100 milhões junto à empresa El Paso, geradora de energia elétrica para Manaus (AM). Caso o entendimento não houvesse sido atingido, Arthur Virgílio temia pela interrupção no fornecimento de energia à população da cidade.
- Cumprimento a Eletrobrás e saúdo a brava população de Manaus, agora distanciada do fantasma de um apagão - declarou o senador.
15/12/2003
Agência Senado
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