Por apenas um voto, CRE decide arquivar requerimento contra Morales



 Por apenas um voto de diferença (cinco a quatro), a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) decidiu nesta quinta-feira (10) arquivar um voto de solidariedade - proposto pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - aos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Arlindo Chinaglia. Eles esperaram em vão, no dia 14 de fevereiro, a chegada ao Congresso Nacional do presidente da Bolívia, Evo Morales, que se encontrava em visita oficial ao país e preferiu permanecer em negociações com o governo brasileiro.

O relator do requerimento, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), apresentou o parecer pelo arquivamento, sob o argumento de que o embaixador da Bolívia, Felipe Tredinnick, enviou carta no dia seguinte a Renan, explicando os motivos da ausência de Morales. Logo em seguida, porém, três senadores - Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Mão Santa (PMDB-PI) e o próprio Flexa - criticaram a atitude do presidente boliviano e defenderam a aprovação do requerimento.

Em uma primeira votação, o parecer de Suplicy pelo arquivamento foi rejeitado por seis votos a cinco, aí incluído o voto de desempate do presidente da CRE, senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Mas havia sido erroneamente computado o voto do autor do requerimento, como admitiu em seguida Heráclito. Por isso, passou a prevalecer oresultado de cinco votos a quatro pelo arquivamento.

Suplicy concordou com Heráclito em que Morales poderia, pelo menos, ter enviado ao Congresso o seu ministro das Relações Exteriores. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou o "ato de grosseria" do presidente boliviano, mas apoiou o parecer de Suplicy, sob o argumento de que não ficaria bem registrar o fato nos anais do Senado.

O tema do relacionamento com a Bolívia foi retomado ao final da reunião, atendendo a uma proposta de Heráclito e Eduardo Azeredo. Segundo Azeredo, o governo boliviano continua mantendo "ações hostis" em relação ao Brasil, tanto na área de energia como em relação à situação dos agricultores brasileiros que vivem na Bolívia.

Simon pediu um voto de confiança ao governo brasileiro e à Petrobras, no momento em que se discutiam as condições da indenização a ser paga à Petrobras pela nacionalização de refinarias sob controle da empresa brasileira. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) também defendeu a Petrobras e disse esperar que a Bolívia reveja o seu relacionamento com o Brasil.



10/05/2007

Agência Senado


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