PPS ingressa com representação contra Governo do Estado
O consumidor gaúcho, segundo os parlamentares, arca com um preço- base para a incidência do imposto sobre circulação de mercadoria de R$ 2,02 por litro, o maior em todo o Brasil e 19% superior ao estado que possui o menor valor, Ceará. Estes R$ 2,02 incidem sobre o valor de refinaria, que era de R$ 1,08, correspondendo a uma alíquota efetiva de 46,8% de ICMS sobre cada litro de combustível. Com a redução do preço da gasolina, o valor que as refinarias passam para os postos baixou para R$ 0,89. Não houve, entretanto, contrapartida no preço base para efeito de imposto, passando a alíquota a representar 62,33%, um aumento de 33% na alíquota efetiva do ICMS, sobre cada litro de combustível vendido nos postos gaúchos. Estudo apresentado pelo deputado Bernardo de Souza estima em R$ 787 milhões o total arrecadado anualmente pelos cofres públicos, levando em consideração que o consumo do Estado fica em torno dos dois bilhões de litros por ano.
O líder do PPS apontou excessos em todos os campos da cadeia de distribuição de combustível. O consumidor, segundo ele, paga R$ 0,09 a mais para as distribuidoras, R$ 0,13 para os postos e mais R$ 0,13 para o governo do Estado na forma de imposto, por litro consumido. Ao longo de um ano, levando em consideração o total de combustível vendido no Rio Grande do Sul, o consumidor gaúcho deixa de economizar R$ 140 milhões, por consequência das distribuidoras, R$ 265 milhões, por conta dos postos, e R$ 198 milhões, pelo Estado, totalizando R$ 603 milhões.
Acusam os deputados que, apesar de haver autorização no Convênio 139/01 para que os estados calculem um preço de venda ponderado ao consumidor, o governo optou pela manutenção do preço- base no elevado valor de R$ 2,02. Os deputados do PPS querem que o estado calcule a margem do valor agregado, com base nas disposições do Convênio 130/01,fazendo um levantamento que permita chegar ao preço real de mercado, ou pratique a redução do preço do combustível na mesma proporção da ocorrida nas refinarias.
01/09/2002
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