PRECATÓRIOS:REQUIÃO AFIRMA EXISTIR MANOBRA PARA PARALISAR PROCESSOS



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou nessa terça-feira (dia 14) existirem manobras políticas de setores do governo, da imprensa e do sistema financeiro, para paralisar os processos judiciários que resultaram da CPI dos precatórios, realizada em 1997.- Os deputados que estão propondo a reabertura dos trabalhos da CPI dos precatórios não entenderam que essa continuação resultará na paralisação dos processos em andamento na Justiça, em especial o do Rio de Janeiro, onde até um diretor do Bradesco está indiciado por formação de quadrilha, peculato e prevaricação - afirmou.Para Requião, a CPI dos precatórios, da qual foi o relator, é um assunto pronto e acabado, com um relatório aprovado por unanimidade no plenário do Senado, pedindo providências muito concretas do Ministério Público, da Justiça e do governo.- O governo ignorou essas conclusões e autorizou a rolagem de títulos de Pernambuco, de maneira totalmente irregular e passando por cima de resolução do Senado. Nós temos a obrigação de sustar essa operação que lesou os cofres públicos em R$ 120 milhões - enfatizou o senador. Requião afirmou que a imprensa, em especial a Rede Globo e o jornal O Estado de S. Paulo, silencia quando os denunciados em escândalos pertencem aos altos escalões dos bancos. "Foi assim na CPI: quando se tratava de acusar políticos, a cobertura era extensiva, constante. Quando os envolvidos eram o Bradesco e o Banco do Estado do Paraná, as notícias minguavam e logo sumiam. Será coincidência que esses bancos sejam grandes anunciantes e patrocinadores na mídia?", perguntou.O senador manifestou sua estranheza ao ver a Rede Globo, a propósito das denúncias feitas por Nicéa Pitta, ex-mulher do prefeito de São Paulo, Celso Pitta, querer "ressuscitar" a CPI dos Precatórios. "Os fatos a que ela se refere têm a ver com a Câmara Municipal e os vereadores, nada a ver com precatórios. A matéria estava tão incorreta que até chamaram o senador Gilberto Miranda de relator da CPI, quando todos sabem que fui eu", disse.Requião disse que é importante que se saiba a quem interessa a paralisação dos processos que resultaram da CPI. "Seguindo o velho método dos detetives, será que chegaremos aos grandes bancos? Bendigo a TV Senado que, com seu sinal verdadeiramente democrático, permite aos senadores quebrar a linha de defesa que os grandes bancos detém nas redes de televisão aberta", afirmou.Ao finalizar seu pronunciamento, Requião pediu a tramitação rápida de seu projeto de lei, exigindo que os canais de televisão a cabo retransmitam parte da programação da TV Senado, para ampliar a penetração de seu noticiário e informar melhor a opinião pública.

14/03/2000

Agência Senado


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