Prejuízo aos cofres públicos pode chegar a meio bilhão de reais, diz Demóstenes



Ao apresentar as conclusões das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, em seu relatório final, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) estimou em cerca de R$ 500 milhões o total dos prejuízos causados aos cofres públicos pelos desvios de recursos ocorridos na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

- É possível que tenhamos chegado a um montante de fraudes, desvios, superfaturamento e sobre-preços em torno R$ 500 milhões. Essa é uma cifra conservadora. Esse prejuízo pode ser muito maior - disse Demóstenes.

Para chegar a esses valores, Demóstenes analisou várias obras contratadas pela Infraero nos principais aeroportos do país. Nas obras do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o sobre-preço foi calculado em R$ 41 milhões. Já no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, o superfaturamento das obras atingiu R$ 254 milhões.

Justificando a ausência em seu relatório de investigações sobre a participação de empreiteiras nos processos licitatórios fraudulentos, Demóstenes observou que a análise de uma quebra de sigilo de uma única empreiteira poderia durar mais de três meses. O trabalho todo de investigação das construtoras suspeitas, que deverá ser realizado pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, avaliou ele, poderá levar mais de um ano.

Acidente da TAM

Demóstenes informou ainda que as apurações do acidente com o vôo 3054 da TAM, ocorrido em 17 de julho, deverão ficar a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Qualquer tentativa de apontar causas por parte da CPI, na avaliação do relator, seria "leviandade", uma vez que a comissão não tem competência técnica para tal.

Carlos Wilson

Comentando nota divulgada hoje pelo ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson (PT-PE), Demóstenes, em entrevista à imprensa, manteve sua acusação de ser ele o chefe de quadrilha que desviava verbas na Infraero. Na nota, Carlos Wilson afirma que o relatório da CPI é "baseado em meras ilações" e que ficou indignado com as conclusões de Demóstenes a seu respeito.

- Todo criminoso, primeiro, nega e, segundo, tenta levar para a mesma lama. A nota não me incomoda em absolutamente nada. O que me interessa é que existem os fatos, e os fatos, infelizmente, são contra ele - rebateu Demóstenes.

24/10/2007

Agência Senado


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