Presidenta defende fim da retórica agressiva que envolve programa nuclear iraniano



A presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta quinta-feira (29), a busca do diálogo com o Irã e o fim da retórica agressiva que envolve o programa nuclear do país. 

Na entrevista concedida após o último dia da 4ª Cúpula do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics), Dilma alertou sobre os riscos do agravamento das tensões devido à possibilidade de adoção de mais restrições aos iranianos.   

Para a presidenta, é perigosa a adoção de medidas de restrição ao comércio com o Irã. As negociações em torno do programa nuclear iraniano, segundo ela, devem ser feitas no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), respeitando as normas do direito internacional.

“O Brasil não concorda com esses processos retóricos de elevação do nível da discussão. Acho extremamente perigoso as medidas de bloqueio de compras do Irã. Apesar de nós não termos relações comerciais com o país, compreendemos que outros países têm e que precisam dessas compras”, afirmou a presidenta.

Desde 2010, a comunidade internacional ampliou as sanções ao Irã por desconfiar que o programa nuclear, desenvolvido no país, esconde a produção de armas atômicas. Os iranianos negam as suspeitas, informando que o programa tem fins pacíficos. Mas o comando da Agência Internacional de Energia Nuclear (Aeia) levanta suspeitas em decorrência das dificuldades para inspecionar as usinas iranianas. 

Segundo Dilma, o momento é de busca pela negociação. “Achamos necessário que haja de parte a parte uma redução do conflito e se estabeleça um diálogo para que, no âmbito do direito internacional e não de decisão unilateral por parte dos países, sejam feitas todas as tratativas.” 

A presidenta acrescentou ainda que deve haver um esforço conjunto para prevenir conflitos. “Em vez de adotar a retórica agressiva, devemos todos nos basear no direito internacional, no direito dos países de usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como nós fazemos, e que haja um acordo, que se coloque a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) a procurar que as partes baixem o nível da retórica e se entendam”, concluiu.

 

Fonte:
Blog do Planalto



29/03/2012 19:28


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