Presidente da CPI aponta "surrealismo" em decisão da Câmara



Em entrevista à imprensa concedida nesta quinta-feira (9), o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), manifestou ressalvas quanto à decisão do Plenário da Câmara, que absolveu os deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) na última quarta-feira (8). A decisão contrariou o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que apresentouparecer favorável à cassação dos dois parlamentares, acusados de suposto envolvimento no esquema do "mensalão".

- Eu respeito o posicionamento do Plenário da Câmara, mas eu acho que, nessa batida, vai ficar cada vez mais difícil a gente andar nas ruas, porque a opinião pública está exatamente vindo no sentido contrário, e com justa razão. As coisas estão chegando a um surrealismo tal, que daqui a pouco o Conselho de Ética vai ter que pedir desculpas - disse o senador.

Delcídio afirmou que não faria "juízo de valor" sobre a votação do Plenário, mas disse que a absolvição dos dois parlamentares precisa ser avaliada com "cuidado" pelos congressistas. Roberto Brant foi absolvido por 283 votos a 156. E Professor Luizinho, por 253 votos a 183.

- Prefiro não fazer juízo de valor sobre se houve acordão, mas temos que ter cuidado com o que está acontecendo. A opinião pública vai reagir fortemente, pois não aceita determinados procedimentos que venham a ocorrer e, acima de tudo, desgastar cada vez mais uma imagem desgastada do Congresso Nacional - disse Delcídio.

A decisão do Plenário da Câmara, porém, não "desrespeita" o trabalho de investigação da CPI dos Correios, avaliou o presidente da comissão.

- Esses casos foram analisados pela CPI dos Correios, pela CPI do Mensalão, pela Corregedoria e pelo Conselho de Ética da Câmara, ou seja, quatro instâncias representativas. O Plenário tem total autonomia, mas acho que devemos ouvir a voz rouca das ruas - concluiu Delcídio Amaral.



09/03/2006

Agência Senado


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