Presidente da Eletronuclear diz que usinas brasileiras são seguras porque usam reatores de alta tecnologia



O diretor-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, disse, nesta quinta-feira (9), na audiência pública para discutir o Programa Energético Brasileiro, promovida pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), que as usinas nucleares brasileiras utilizam reatores com tecnologia segura. Esse tipo de reator, que também será utilizado na usina nuclear de Angra 3 - cujas obras foram retomadas pelo governo -, tornam "extremamente baixa a probabilidade de alguém vir a falecer num eventual acidente", segundo Othon Pinheiro.

O tipo de reator que dá mais segurança para as usinas é o PWR, com funcionamento à base de água pressurizada. Esse reator, segundo explicou Othon Pinheiro, tem um vaso (edifício) de contenção por fora; em seguida, uma contenção de aço; depois um vaso do reator e o circuito primário. Mais internamente, há um revestimento da vareta de combustível e, finalmente, a retenção dos produtos de fissão pelo próprio combustível.

- Foi uma escolha feliz em termos de tecnologia, pois esta é muito segura - afirmou o presidente da Eletronuclear, observando que é completamente diferente da utilizada na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, onde ocorreu o mais grave acidente com vítimas em usina nuclear no mundo.

Em Chernobyl, o reator, do tipo RMBK, utiliza grafite no núcleo. O que ocorreu no acidente foi a queima do grafite, o aumento da temperatura, o incêndio e a explosão, explicou Othon Pinheiro. Nesse tipo de reator, disse ainda, não há a contenção existente nos reatores PWR que, por sua vez, não contêm grafite no núcleo.

- É impossível ocorrer o mesmo acidente em um reator PWR. As ONGs ambientalistas falam de Chernobyl, mas confundem a população, que não tem idéia de que há reatores diferentes. A função da nossa empresa é operar com segurança e queremos cumprir de forma cabal nossa missão - disse Othon Pinheiro.

Ele citou ainda o acidente ocorrido na usina nuclear de Three Miles Island, nos Estados Unidos, que utiliza o mesmo tipo de reator das usinas brasileiras. A contenção do reator funcionou e o acidente ocorreu sem vítimas e sem contaminação do ambiente.

- Foi uma demonstração da segurança dos reatores PWR - observou Othon Pinheiro.

Durante a audiência, o presidente da Eletronuclear falou também que o empreendimento de Angra 3 vai utilizar 71% de rubricas nacionais nas áreas de engenharia, suprimentos, construção civil, montagem eletromecânica, comissionamento, licenciamento e outras despesas e combustível inicial. Esse dado contribui para o incremento da indústria nacional, afirmou.



09/08/2007

Agência Senado


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