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- Eu diria que não é coisa para muitos anos. Diria que está mais perto de ocorrer em um ou dois anos do que em oito ou dez anos - afirmou ele ao responder a uma pergunta do senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Meirelles, no entanto, destacou que as agências de classificação de risco - as empresas que elaboram esse tipo de avaliação - "passam por um momento particularmente delicado", pois, segundo ele, muitas das decisões de investimento que desembocaram na recente crise financeira dos Estados Unidos se basearam nos ratings (notas) atribuídas por essas agências.

- De qualquer maneira, tais agências estão sujeitas a questionamentos e, portanto, estão sendo cuidadosas - disse ele.

Desaceleração mundial

Quanto às perspectivas sobre a economia mundial, o presidente do Banco Central declarou que "o cenário base hoje prevê os Estados Unidos crescendo um pouco menos do que antes da recente turbulência financeira". Nesse contexto, a economia mundial seria pouco afetada, mantendo suas taxas de crescimento ou registrando uma "desaceleração moderada".

Meirelles, porém, reconheceu que também há um "cenário de risco", no qual o Estados Unidos entram em recessão e o impacto sobre o crescimento mundial seria maior. Nesse caso, os países que exportam para os Estados Unidos, como o Brasil, seriam afetados.

- Mas [o nível das exportações brasileiras para os Estados Unidos] é muito menor que o de outros países emergentes - ressalvou ele, acrescentando que o Brasil vem "diversificando muito o leque de países para os quais exporta".

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