Heráclito quer que Conselho de Ética examine fita sobre diálogo entre integrantes da CPI do Banestado



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) sugeriu nesta quinta-feira (12) que seu partido requeira ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar o exame da fita da TV Senado que contém um diálogo entre integrantes petistas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Banestado. De acordo com matéria publicada nesta quinta na Folha de S. Paulo sob o título “PT discutiu tática na CPI para preservar compadre de Lula”, os parlamentares do PT estariam estudando uma maneira de retaliar a possível convocação, para depoimento, do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Heráclito Fortes quer também que o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) - que admitiu à Folha que a tática do PT é a retaliação na CPI e que anunciou que “tem muita coisa contra o tucanato e esse pefelê” - seja interpelado para que diga o que tem contra os pefelistas e os tucanos, “porque a CPI não pode deixar debaixo do tapete ninguém, porque isso será a desmoralização da CPI e do Congresso”. O senador considerou grave o fato de Valverde ter sugerido a convocação do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, sem nenhuma justificativa, e depois ter voltado atrás.   - Para mim, que sou membro da CPI, ele tem de dar uma explicação sobre por que convocou e por que desconvocou. Não podemos fazer uso de CPIs para vinditas pessoais e nem tampouco para o jogo do "bateu, levou".  Heráclito disse também que a CPI do Banestado precisa explicar por que quebrou o sigilo bancário dos banqueiros brasileiros e o porquê da quebra dos sigilos telefônicos.  Para o senador, a quebra de sigilo tem de ser justificada. - É preciso que esta CPI dê uma satisfação à sociedade e precisamos explicar o objetivo dela. Ou então nos calemos todos e demos razão a Boris Casoy, quando diz que ela acabará em pizza. Até pode acabar, mas não com a concordância do PFL. Em outro momento do discurso, Heráclito enfatizou que não é "a oposição brasileira que não quer que a CPI prossiga". - São os que quebraram sigilo de banqueiros, que invadiram telefones de famílias que nada têm a ver com a CPI.

O senador piauiense afirmou não haver dúvidas de que a CPI está politizada.

- Quero dizer que em momento algum a sua politização se deu por culpa do PFL ou do PSDB. A politização começou na sua convocação, quando o objetivo era atingir o presidente nacional do nosso partido. A politização se deu quando se quis convocar, de maneira descabida, uma jornalista que, por ter feito a apresentação do programa de José Serra, teve feita sua convocação, a duras penas substituída por uma carta. A politização se deu quando se quis quebrar o sigilo bancário, fiscal e telefônico do diretor da RBS e quando se colocou dentro da CPI, com acesso a todos os segredos e sigilos, um assessor vindo do setor privado e que tinha participado de incorporação de bancos recentemente.

Heráclito elogiou a conduta do presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), e reconheceu que os líderes do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), e do PT, Ideli Salvatti (SC), têm lutado para encontrar uma solução para a CPI.  



12/08/2004

Agência Senado


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