Presidente do Senado diz que verticalização atrapalha candidatura própria



O presidente do Senado, Renan Calheiros, participou, nesta quarta-feira (19), da reunião em que o PMDB discutiu se terá candidatura própria à sucessão presidencial. Ao lado dos pré-candidatos Anthony Garotinho e Itamar Franco, ele defendeu sua posição contrária ao lançamento de candidato próprio, por entender que isso prejudica o partido nos estados, em conseqüência da regra da verticalização.

- O problema não é ter candidato próprio. O problema é que todos estamos obrigados a enfrentar, em cada estado, a verticalização, cuja gênese, todos nós sabemos, ocorreu quando o processo eleitoral já estava em curso. Se tivermos candidato próprio, vamos fazer nosso partido encolher como nunca encolheu em sua história - argumentou.

Renan explicou que sua posição nesse assunto é pública e tem sido expressa claramente todos os dias, quando dá declarações à imprensa. Em sua opinião, os mal-entendidos concernentes a esse assunto dentro da legenda não são culpa de uma pessoa exclusivamente, mas de todos.

- Tenho exercido o equilíbrio, tenho defendido a independência do Legislativo. Ontem mesmo, quando o governo enviou ao Congresso o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, com um dispositivo assumindo o poder para executar o Orçamento mesmo se o Legislativo não aprová-lo, eu reagi com a veemência necessária. Jamais concordaria com isso - ressaltou Renan.

O presidente do Senado também afirmou que esse conflito intra-partidário atrapalha a vida do PMDB nos estados. Em sua opinião, o partido corre o risco de ficar engessado em cada unidade da Federação, daí por que ele entende que a convenção nacional é o melhor foro para dirimir essa questão.

- Sei que já sofri xingamentos vários. A todos os que me xingaram, respondi com elogios. O que importa é a unidade, é a certeza de que temos de preservar o partido, que continua a ser a grande instituição partidária nacional, o partido com maior capilaridade no Brasil - disse.

Ao final de seu discurso, Renan fez uma indagação sobre qual o partido que não gostaria de ter um candidato próprio, que fosse competitivo e capaz de conseguir a vitória.

- Lamentavelmente, essas condições não estão criadas no PMDB - observou, ao reafirmar seu ponto de vista contra a candidatura própria.

Antes dele, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi aplaudido ao preconizar o lançamento de um candidato próprio do partido. Simon explicou que essa candidatura, em qualquer hipótese, seria vantajosa.

- Se tivermos candidato próprio, ou ganhamos, ou perdemos, mas, na pior dessas hipóteses, vamos decidir quem vai ganhar - afirmou Simon.



19/04/2006

Agência Senado


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