Prévia do PT ratifica a candidatura de Lula






Prévia do PT ratifica a candidatura de Lula
De acordo com os resultados parciais de alguns Estados, o presidente de honra do PT vencerá com facilidade o senador Eduardo Suplicy e será o candidato do partido à Presidência da República

SÃO PAULO – Milhares de militantes do Partido dos Trabalhadores foram às urnas ontem na prévia para a escolha do candidato da legenda à Presidência da República. Antes mesmo do fechamento das urnas, às 17h, a eleição já havia atingido o quórum mínimo de 100 mil dos 861.953 filiados. De acordo com os resultados parciais de alguns Estados, o presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, lidera com folga e ninguém mais duvida de que ele derrotará facilmente o senador Eduardo Suplicy (SP). No entanto, o Diretório Nacional só divulgará os primeiros resultados hoje.

Aliviados com o desfecho da prévia, tanto Lula como Suplicy e outros dirigentes admitiram que esta será a eleição mais difícil para o PT. “O PSDB e o PFL teriam chegado a um melhor entendimento se fizessem uma prévia, como nós, sem precisar lançar um míssil da potência que lançaram contra Roseana”, ironizou Suplicy. “Se estão fazendo isso com os amigos, o que não farão conosco?” Em tom de brincadeira, Lula lembrou o crescimento de Roseana nas pesquisas e provocou: “Parece que o Serra levou a coisa a sério e decidiu tomar providências para se livrar do problema”. Depois, afirmou que o PT “não fará uma campanha de baixo nível”.

Lula e Suplicy votaram juntos na sede do partido, em São Paulo, à tarde. Na hora de colocar os votos na urna, Lula brincou com o mesário do PT: “O voto é secreto, mas vou te fazer uma inconfidência”, disse, mostrando a ele sua cédula preenchida. Minutos depois de votar, o senador deu o troco. Dirigindo-se a Lula, disse: “Você revelou seu voto. Eu também vou fazer uma revelação. Pensei em votar agora em você, como sinal de amizade e respeito, mas confio tanto em minha candidatura que achei melhor votar em mim mesmo”.

Na frente de dezenas de câmeras fotográficas e de TV, os dois candidatos protagonizaram cenas destinadas a mostrar que o clima de união no PT, mesmo com as prévias.

Apesar da tranqüilidade durante as prévias, Lula enfrentou momentos de tensão pela manhã, em Poços de Caldas (MG). Um coro de cerca de três mil militantes e simpatizantes petistas – gritando “com o PL não, aliança com o povão” – interrompeu as primeiras palavras de um discurso de Lula, pela manhã, em Poços de Caldas (MG). O PL, com o qual o PT discute aliança na eleição presidencial, é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.


Humberto coloca campanha na rua e ataca Governo Jarbas
GARANHUNS - O ponta-pé inicial do PT para lançar seu pré-candidato ao Governo do Estado, no Agreste Meridional, foi tímido. Apenas cerca de 60 pessoas participaram da reunião que o partido realizou no Centro Industrial e Comercial de Garanhuns, anteontem. No evento, o pré-candidato e secretário de Saúde, Humberto Costa, falou sobre o cenários políticos estadual e nacional e atacou o Governo Jarbas. Os principais alvos foram a segurança pública e os investimentos realizados em obras de competência do Governo Federal.

“A polícia técnica de Pernambuco é uma vergonha. O povo convive com a insegurança. Jarbas assumiu como compromisso de campanha sanear o Estado, mas a população vivencia a falta de esgoto. Das obras realizadas, grande parte deveria ter sido feita com recursos do Governo Federal, mas Jarbas tirou o montante dos cofres estaduais”, disparou.

Ele disse que o ponto forte do PT é a união e que, mesmo sem dinheiro, o partido tem chances de vencer. “Não é dinheiro que faz vencer uma eleição, mas sim a crença de que é possível mudar. Roberto Magalhães (ex-prefeito do Recife) investiu apenas R$ 640 mil, no último ano de governo, em habitação, enquanto o prefeito João Paulo investiu R$ 4,6 milhões só no primeiro ano de mandato. Isso é mudança”, enfatizou.
Humberto criticou o fato de Jarbas defender a manutenção da aliança PFL/PMDB/PSDB/PPB. “O governador defende a manutenção de uma aliança que arruinou o País. Nesse contexto, o PFL é o partido traído, pois Jarbas já declarou seu apoio a José Serra (PSDB). Será que o PFL tem condições morais de apoiar um partido (o PSDB) que utilizou de arapongagem para destruir a candidata do PFL, a governadora Roseana Sarney?”

As ausências do presidente estadual da legenda, Paulo Santana, do prefeito do Recife, João Paulo, e do coordenador da candidatura do partido ao Governo do Estado e à Presidência da República, Francisco Rocha, foram comentadas pelos que estavam presentes no evento. Porém, o presidente da Câmara do Recife, Dilson Peixoto, justificou dizendo que todos tinham compromissos administrativos.


Partido prepara estratégia contra candidato tucano
SÃO PAULO – O PT vai declarar guerra ao candidato do PSDB, José Serra, a partir de quarta-feira, quando Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser anunciado oficialmente como candidato petista à Presidência. Ontem à tarde, logo depois de disputar a prévia com o senador Eduardo Suplicy (SP), Lula mudou o tom do discurso e partiu para o ataque, elegendo Serra como alvo. “Estarei nas ruas e vamos fazer o enfrentamento de projetos com o Governo Federal”, afirmou.

Lula acusou o Ministério da Saúde, que foi comandado por Serra até o mês passado, de estar “institucionalizando o grampo” e disse “estar assustado”. “É muito grave que, depois de acabarmos com o regime autoritário, um ministério contrate empresas de espionagem”, disse ele, numa referência às denúncias feitas pelo PFL de que Serra teria mandado grampear os telefones da Lunus, empresa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), única mulher no time dos presidenciáveis.


Líder petista lidera com folga em todo o Estado
A prévia promovida pelo PT mobilizou, ontem, o número necessário de filiados para garantir o quórum no Estado. De 56 municípios, apenas três não conseguiram obter o quórum mínimo. O resultado parcial divulgado pelo Diretório Estadual mostra que Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá com folga a indicação do partido para a disputa pela Presidência da República. O líder petista está com 1.960 votos (91,94%), contra 171 (8,06%) dados ao senador Eduardo Suplicy.

A apuração das cidades mostra que Suplicy obteve mais de 10 votos em apenas quatro municípios – Olinda (25), Petrolina (22), Serra Talhada (12) e Sertânia (17). Em outros cinco – Trindade, São Bento do Una, Ribeirão, Ipojuca e Araçoiaba – Suplicy não foi sequer votado.

Em Recife, onde se concentram 42% dos 36 mil filiados do Estado, o resultado só deverá começar a ser anunciado hoje. Já o resultado final no Estado só deverá ser divulgado na próxima quarta-feira.


Serra será alvo de discurso de Sarney
BRASÍLIA – O candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra (SP), deverá ficar sob artilharia pesada do senador José Sarney (PMDB-AP), pai da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), sua adversária na corrida sucessória. Pela terceira semana, Sarney ameaça subir na amanhã à tribuna do Senado para um discurso contra o Governo e seu candidato.

A diferença, desta vez, é que o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), não fará apelo algum para que Sarney desista da ofensiva – marcada para o dia do aniversário de Serra.

Diante das turbulências da semana, a cúpula tucana ainda não decidiu se esconde ou expõe seu candidato com uma festa para comemorar seus 60 anos. Mesmo decididos a assumir a dianteira da defesa do presidente e do candidato no plenário do Senado, dirigentes do PSDB estão avaliando que o melhor é mantê-lo longe da baixaria.

A a valiação é que a convocação do superintendente da Polícia Federal, Agílio Monteiro, para dar explicações aos senadores, na quarta-feira, sobre a operação na Lunus, empresa de Roseana e seu marido Jorge Murad, acabará beneficiando Serra e o PSDB. “Ficará provado que tudo foi feito de forma legal e com a discrição da polícia”, aposta o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA).

A ordem é tocar a campanha sem entrar na polêmica das denúncias de espionagem. Foi assim na semana passada, quando Serra participou de um jantar com a comunidade israelita de São Paulo e fechou a sexta-feira em um almoço com 20 empresários de grandes companhias italianas no Brasil.

As viagens do candidato aos Estados serão retomadas em um novo modelo, com roteiros temáticos pelo interior do País. Em vez de mobilizar um público grande para um comício, a estratégia é promover reuniões setoriais, nas quais o candidato falará sobre projetos específicos. A próxima viagem a Pernambuco, por exemplo, deverá ficar restrita a um encontro com fabricantes de gesso, um setor em expansão no Estado.


PFL quer retirar da gaveta Lei da Mordaça
O PFL lança mão de armas que atormentam os procuradores da República. Parlamentares querem votar projetos esta semana que buscam esvaziar as atribuições constitucionais e neutralizar o Ministério Público Federal

SÃO PAULO - Acuado pela operação policial que revelou ao País R$ 1,3 milhão de origem desconhecida e abalou a pré-candidatura à Presidência da governadora Roseana Sarney, o PFL tirou às pressas da gaveta do Senado duas armas que atormentam os procuradores da República - responsáveis pelas investigações sobre improbidade administrativa e atos lesivos ao Tesouro.

Na quarta-feira, o senador Belo Parga (PFL-MA) pôs na pauta de votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa os dois projetos que, na avaliação dos procuradores, buscam esvaziar suas atribuições constitucionais e neutralizar o Ministério Público Federal. A CCJ é presidida por outro pefelista, o senador Bernardo Cabral (AM).

Os projetos foram arquivados há dois anos. De volta à cena, deverão ser votados ainda esta semana. Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Carlos Frederico Santos, o desengavetamento dessas propostas caracteriza uma clara e pesada retaliação do PFL à atuação dos procuradores que investigam os contratos da Sudam e a empresa Lunus, da governadora do Maranhão.

Um projeto, batizado de Lei da Mordaça, prevê alterações na Lei 4898/65 (Lei do Abuso de Autoridade), impondo censura aos promotores de Justiça, procuradores, delegados de polícia, juízes e conselheiros dos tribunais de contas - eles ficam proibidos de se manifestar ou divulgar fatos de que tenham ciência em razão do cargo e que violem o sigilo legal, a intimidade, a vida privada, a imagem e a honra das pessoas. Entre as sanções previstas estão a detenção entre seis meses a dois anos, multa, perda do cargo e a inabilitação por três anos para o exercício de outra função pública. O outro projeto estabelece foro privilegiado para autoridades processadas em caráter civil, com base na Lei da Improbidade e do Enriquecimento Ilícito, e limita em seis meses o prazo para conclusão do inquérito civil, principal instrumento de investigação dos procuradores. Roseana é acusada em ação civil na 6.ª Vara da Justiça Federal de São Luís. Se o projeto passar, a ação contra ela será transferida para o Superior Tribunal de Justiça, como já ocorreu com o inquérito criminal.


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03/18/2002


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