Primeira senadora gaúcha da História, Emilia Fernandes se despede com balanço de sua atuação
A senadora Emilia Fernandes (PT-RS), a primeira senadora gaúcha da história da República, despediu-se nesta segunda-feira (16) do Senado com um balanço de sua atividade parlamentar e lembrou que, como presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, em 1999/2000, previu a crise de energia e o -aviltante apagão- que viriam em 2001. Emilia ressaltou que, mesmo derrotada na disputa pelo Senado, teve em 2002 mais de 2 milhões de votos - 800 mil votos a mais do que teve em 1994, quando se elegeu senadora.
Emilia Fernandes lembrou sua luta contra as privatizações indiscriminadas do governo Fernando Henrique Cardoso, pela aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação e em defesa do setor primário, do cooperativismo, das pequenas e médias empresas e do municipalismo e do fortalecimento do Mercosul - em vez da ênfase na criação da Aliança de Livre Comércio das Américas (Alca).
- Fiz oposição dura ao governo, sim, mas uma oposição propositiva, promovendo o desenvolvimento sustentável do ponto de vista social, econômico, ambiental, cultural, humanitário e não-excludente - disse a senadora.
Emilia Fernandes lembrou também a criação do Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz, homenagem a ser prestada anualmente a cinco mulheres que se destacam na luta pela igualdade e pelas questões femininas. Ela recordou que chegou ao Senado em um ano emblemático - 1995 -, quando assumiram seus mandatos uma mulher seringueira, Marina Silva (PT-AC), e a primeira mulher negra eleita senadora na História do Brasil, a hoje governadora Benedita da Silva (PT-RJ).
A senadora pelo Rio Grande do Sul disse ter legislado sempre em defesa da Nação, acrescentando que, por isso, contrariou interesses.
- Enfrentei políticos que durante anos tentaram transformar seus cargos ou mandatos em quintal de suas casas, dobrando-se às pressões e negociatas do poder econômico e político ou impondo idéias. Jamais me omiti ou me deixei manipular, ainda que para isso tivesse que romper com alguns - afirmou a senadora.
16/12/2002
Agência Senado
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