Prioridade do Brasil é a OMC, ressalta Amorim



As negociações atualmente em andamento na Organização Mundial do Comércio (OMC) são prioridade da agenda internacional brasileira, disse nesta quinta-feira (2) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Ao responder a uma indagação da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) a respeito do atual estágio de negociações sobre o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia e o Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca), o ministro disse que o país continua interessado nas duas propostas, mas tem grande interesse nas conversações multilaterais para a liberalização do comércio mundial.

- A negociação fundamental é a da OMC. Outros países têm sido mais rápidos em negociações bilaterais porque têm economias menos complexas. Mas nós nunca teríamos conquistado as vitórias que obtivemos na OMC nos casos do algodão e do açúcar, por exemplo, em negociações bilaterais - disse Amorim.

O ministro recordou que as conversações efetivas entre o Mercosul e a União Européia começaram há pouco mais de seis meses. Nesse período, observou, estão sendo debatidos pela primeira vez temas como serviços de telecomunicações, financeiros e marítimos. Mas ficaram para discussões na OMC, relatou, questões polêmicas como a dos subsídios oferecidos aos agricultores pelos europeus.

Durante a audiência, presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o senador Jefferson Péres (PDT-AM) criticou a Argentina por impor seguidas restrições ao ingresso de produtos brasileiros, como os televisores fabricados na Zona Franca de Manaus. Lamentou ainda que o Mercosul não possa dar início a negociações de um acordo com a China, porque o Paraguai mantém relações diplomáticas com Taiwan, ilha que o governo de Pequim considera parte integrante da China.

Em resposta, Amorim reconheceu os problemas do processo de integração, mas afirmou que esses problemas só poderão ser resolvidos com "mais Mercosul, e não menos".



02/12/2004

Agência Senado


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