Prisão de Beira -Mar repercute na Assembléia
A prisão, na Colômbia, do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, repercutiu nos debates realizados na Assembléia Legislativa na sessão desta terça-feira, dia 24. Ao responder as críticas do deputado Vilson Cavatti (PPB), que condenou o governador Olívio Dutra por ter mantido encontro com um dirigente da FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – durante a realização do Fórum Social Mundial, o deputado Luis Fernando Schmidt (PT), ressaltou que o objetivo do governo gaúcho é contribuir para a paz na América Latina e entre as Nações. “Até o Papa recebeu um comandante da FARC com esta mesma intenção”, argumentou Schmidt.
O petista foi além e defendeu que a Assembléia Legislativa deveria ter o mesmo papel. “Se tivermos que receber algum representante deste movimento em benefício das relações internacionais e contribuir para melhorias internas naquele país, é evidente que deveríamos fazer”, frisou.
Na opinião do parlamentar, o governo tem responsabilidade política de estabelecer este diálogo e deve continuar agindo neste sentido.
O líder do governo, Ivar Pavan, também se manifestou sobre a questão. De acordo com ele, o PT é um partido que surgiu para combater e superar os preconceitos e reverter a política de discriminação. “Nosso governo, desde o início, abriu as portas do Palácio para que os índios e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra entrassem, o que antes não acontecia, porque queremos estabelecer uma ampla relação com a sociedade”, anunciou Pavan.
Para ele, os representantes do Executivo têm obrigação de conversar não só com as pessoas e entidades que pensam de forma semelhante ao governo. “Devemos sentar à mesa com aqueles que têm opiniões e práticas diferentes das nossas. Conversamos com os representantes das FARC, assim como ouvimos os neoliberais, que são tão adversários do nosso projeto quanto os primeiros”, sustentou Pavan.
Jornalista Responsável: Luciane Fagundes – 6167 – 24/4/2001
04/24/2001
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