Privatização do setor elétrico divide opiniões



As críticas lançadas por Ademir Andrade (PSB-PA) contra a privatização do setor elétrico dividiram as opiniões dos senadores. Enquanto José Eduardo Dutra (PT-SE) e Jefferson Péres (PDT-AM) revelaram-se preocupados com a repercussão social e econômica da privatização, os senadores Bello Parga (PFL-MA) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT) sustentaram que a iniciativa está vinculada a uma mudança positiva na atuação do Estado brasileiro.

Segundo Dutra, o primeiro plano de governo de Fernando Henrique Cardoso não falava em vender as hidrelétricas, mas em atrair capital privado para a construção de novas usinas. "Uma privatização desse gênero não tem paralelo no mundo", afirmou.

Jefferson Péres manifestou seu temor de que o processo seja aprovado sem maiores obstáculos no Congresso, tendo em vista a "ameaça" feita pelo presidente da República à base parlamentar governista. "Fernando Henrique Cardoso disse textualmente que exige total fidelidade e que quem quiser ser independente, deve sê-lo em casa", comentou.

Antero Paes de Barros afirmou que o processo de privatização em curso está inserido na discussão do novo papel do Estado brasileiro. "Temos de decidir se queremos um Estado empresário ou controlador e indutor do desenvolvimento."

Já o senador Bello Parga contestou que a dívida interna se tenha elevado nesses seis anos em decorrência de aumento do endividamento da União. "O que ocorreu foi a incorporação da dívida pré-existente de estados e municípios, que têm prazo de 30 anos para saldá-la", explicou.

09/03/2001

Agência Senado


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