Mozarildo critica privatização do setor elétrico
O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) disse, em discurso nesta quarta-feira (10), que a falta de chuvas não é a única explicação para a crise no fornecimento de energia elétrica que o país enfrentou no ano passado. Na avaliação do senador, a crise deveu-se à falta de investimentos no setor e à "forma atabalhoada" com que o governo conduziu a privatização das empresas de energia.
- Se era para abrir o setor energético para a atuação das empresas privadas, por que não se fez com que elas construíssem as suas próprias usinas? - indagou o senador.O parlamentar citou reportagem do jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual 25 dos 78 projetos de aumento de oferta de energia com conclusão prevista para o final de 2003 estão atrasados. A responsabilidade por esse atraso, disse Mozarildo, é do governo, que não consegue o licenciamento ambiental. Um dos exemplos citados pelo senador é o da Usina de Cubatão, um projeto da Petrobras e da Marubeni. A autorização para a obra levou mais de três anos para ser concedida e só saiu em outubro de 2001. O fato de a meta de importação de energia ter sido ter sido reduzida de 2.836 MW para 1.498 MW constitui outro dado alarmante, afirmou Mozarildo. Ele sustenta que se o governo não promover ações coordenadas os riscos de racionamento ou apagões não estarão descartados.Mozarildo advertiu ainda para o fato de que os reservatórios se mantêm bem abaixo de sua capacidade, principalmente nas regiões mais críticas. O reservatório da Usina Hidroelétrica de Sobradinho, na Bahia, está com 45% da sua capacidade, prova de que o sistema está trabalhando em níveis perigosos, disse o senador.
10/04/2002
Agência Senado
Artigos Relacionados
ERNANDES AMORIM CRITICA PRIVATIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO
Professor da USP critica processo de privatização do setor elétrico em audiência na CI
Saturnino diz que privatização do setor elétrico foi desastrada
Privatização do setor elétrico divide opiniões
Fátima Cleide é contra privatização do setor elétrico
CAE recebe projeto que impede privatização do setor elétrico