PROCURADOR DA REPÚBLICA CONFIRMA COMPRA SUPERFATURADA PELO TRT DA PARAÍBA



O subprocurador-geral da República, Eithel Santiago de Brito Pereira, detalhou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar fatos determinados no Poder Judiciário irregularidades detectadas na compra de um prédio para funcionar como fórum da Justiça Trabalhista na capital paraibana. Ele também confirmou a existência de mais de 500 contratações irregulares pelo tribunal.Respondendo a uma pergunta formulada pelo vice-presidente da CPI, senador Carlos Wilson (PSDB-PE), Eithel Pereira relatou, em ofício encaminhado ao Procurador Geral da República, o superfaturamento e que o imóvel, um prédio em construção, foi adquirido a Antônio Almério Ferreira Marra por R$ 710 mil à vista, em 21 de fevereiro de 1995. O subprocurador afirmou que todas as avaliações foram feitas de imediato, por firmas que foram capacitadas a fazer essas avaliações três dias antes.O imóvel foi avaliado entre R$ 710 mil e R$ 750 mil, e comprado pelo Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba sem licitação. Eithel Pereira chamou a atenção para o fato de que nada foi indagado à Delegacia de Patrimônio da União (DPU), seja sobre a existência de um imóvel que atendesse às necessidades do tribunal ou sobre uma avaliação do mesmo. Posteriormente, o DPU avaliou o imóvel em R$ 588 mil e o leiloeiro oficial do estado o orçou em R$ 470 mil.Dois outros fatos chamaram a atenção do subprocurador. Primeiramente, Antônio Almério somente transferiu a propriedade para seu nome um dia depois de acertada a venda, em 8 de fevereiro de 1995, embora conste da escritura que ele a tenha adquirido e pago em janeiro de 1991. Mas o valor pago foi de R$ 225 mil, embora o real somente tenha entrado em circulação em 1994. Outro problema é que a dispensa de licitação teria de ser precedida de uma consulta ao DPU, o que não foi feito. Segundo o ofício de Eithel Pereira, a dispensa de licitação foi, na verdade, uma "simulação lesiva ao erário público". A ação civil pública questionando a compra do imóvel ainda tramita em primeira instância na Justiça Federal na Paraíba.O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) indagou ao subprocurador qual a imagem que outro depoente na comissão, o advogado Antônio de Pádua Leite, tinha na Paraíba. Eithel disse ter um conceito sobre o advogado, como tem para todos os que lutam pela democracia, pelo direito e pela isonomia proporcionada pelo concurso público.O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que compareceu à reunião da CPI de cadeira de rodas, vitimado por uma contusão no pé, ressaltou que o Ministério Público e a Polícia Federal, pela primeira vez, estão fazendo sua parte. Simon criticou jornais que afirmaram que a CPI está a reboque do Ministério Público, já que, para ele, é assim que tem de ser.O senador Gerson Camata (PMDB-ES) indagou se o depoente tinha conhecimento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tira da Justiça do Trabalho a competência para liberar depósitos no Fundo de Garantia sobre Tempo de Serviço (FGTS), obtendo resposta negativa.

26/04/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


PROCURADOR DIZ QUE FOI AMEAÇADO DE MORTE E CONFIRMA IRREGULARIDADES NO TRT DA PARAÍBA

Procurador-geral será convidado a explicar compra de tablets pelo Ministério Público

PARA TEBET, SUPERFATURAMENTO NA COMPRA DE IMÓVEL PELO TRT DA PARAÍBA JÁ ESTÁ COMPROVADO

PROCURADOR CONFIRMA QUE FOI AMEAÇADO DE MORTE

PROCURADOR CONFIRMA VENDA.DE ALVARÁS NO AMAZONAS

Procurador de Genebra confirma contas de Maluf