Procuradoria retira indiciamento de Bisol







Procuradoria retira indiciamento de Bisol
Os três parágrafos não lidos do relatório final na última audiência da CPI da Segurança Pública foram considerados inválidos, ontem, pela Procuradoria Jurídica da Assembléia Legislativa. A decisão representou uma vitória do governo, já que o texto previa o indiciamento do secretário de Justiça, José Paulo Bisol, do chefe de Polícia, José Antônio de Araújo, e dos delegados Luís Fernando Tubino e Carlos Santana.
A Mesa Diretora do Legislativo referendou a deliberação da Procuradoria, que embasou a decisão no fato de que os deputados integrantes da CPI votaram em função da leitura do relatório e não de sua publicação, na íntegra, no Diário da Assembléia.

Apesar de lamentar, o presidente da Comissão, deputado Valdir Andres (PPB), informou que a deliberação não afetará o trâmite do processo no Ministério Público (MP), para onde serão encaminhadas as conclusões da CPI, após aprovação em plenário. "O MP tem obrigação de investigar e tomar providências em relação a qualquer crime de que tome conhecimento", esclareceu.

Andres informou que os integrantes da Comissão não vão recorrer da decisão. Adiantou, no entanto, que ele, o vice, Elmar Schneider (PMDB), e o relator Vieira da Cunha (PDT) preparam uma notícia-crime para anexar aos documentos a serem enviados ao MP. Nela, será pedido o enquadramento de Bisol por crime de responsabilidade e improbidade administrativa, além de prevaricação.

Apesar de o governo insistir constantemente que quer ser investigado, alegando que não tem nada a esconder, a decisão da Procuradoria foi comemorada pelos deputados governistas. O parecer, aliás, foi motivado por requerimento apresentado pelo petista Ronaldo Zülke. "O parecer não podia ser diferente, sob pena de a Assembléia avalizar uma barbaridade, uma aberração e um golpe da oposição", observou.
Em nota divulgada à tarde, Tubino afirmou que foi intimado a falar à CPI na condição de testemunha. "Esclareço que nada foi encontrado em minhas contas que desse ensejo ao absurdo de meu indiciamento", disse.


PMDB decide reduzir o número de eleitores
A Executiva Nacional do PMDB decidiu reduzir o universo dos votantes das prévias de 20 de janeiro para a escolha do candidato à Presidência da República a um total de 3.870 filiados com direito a voto. Esse colégio eleitoral exclui todos os integrantes de diretórios municipais, com exceção dos prefeitos, e também os vereadores do partido em todo o país. A decisão ainda será submetida ao Conselho Político do PMDB, em uma reunião cuja data ainda não foi marcada.

Como a composição de forças do Conselho Político é semelhante à da Executiva Nacional, certamente o colégio eleitoral será mantido. A redução do colégio eleitoral prejudica os planos do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, concorrer e vencer às prévias.
"Dificilmente a decisào da Executiva será modificada no Conselho Político", disse o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). O Conselho Político é formado por 56 membros, incluindo governadores, senadores, ex-presidentes do partido, líderes na Câmara e Senado, presidentes de Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.

Durante o encontro da Executiva Nacional de ontem o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) questionou o fato de o presidente da legenda, Michel Temer (SP), ter assinado após convenção nacional do partido uma carta garantindo que as prévias seriam representativas e incluiriam a participação dos diretórios municipais, permitindo que os votantes chegassem a 70 mil.

"Na verdade eu não falei nada ao contrário do que está expresso na carta, porque nela o universo de votantes poderia chegar a até 150 mil. E, para nós, quatro mil é um número substancioso e 150 mil é um número cabalístico", afirmou Michel Temer.
"O colegiado reduzido é um colegiado manipulável. Eles querem dar o PMDB de bandeja nas mãos do governo. Isso é humilhante. Nós não vamos apoiar um candidato laranja (do governo). Queremos um candidato competitivo" rebateu Maguito Vilela.
Nenhum dos dois pré-candidatos do PMDB - Itamar Franco e Pedro Simon - compareceram à reunião da Executiva. Os dois enviaram representantes para companhar o resultado da reunião.


Obras de gaúchos vão a leilão beneficente
Um leilão de artes que terá lugar hoje às 19h30, no Dado Bier, oferece peças de 70 artistas plásticos gaúchos, além de de antigüidades, que serão apregoadas por Fernanda Terres de Paula. Entre os trabalhos oferecidos, estão os de Danúbio Gonçalves, Paulo Porcella, Breno Nora Soldatelli, Biba Mattos, Ruth Schneider e Angela Menezes.

A promoção, da Dartis/Revista de Artes Plásticas, terá renda revertida ao Instituto de Amparo ao Excepcional (Inamex), cuja manutenção depende de promoções, da colaboração de sócios e do trabalho de voluntários. Convites podem ser retirados gratuitamente na Lavoro D'Arte Galleria (Mostardeiro 157 loja 3), em horário comercial. O Dado Bier fica na Nilo Peçanha, 3228.


Sem-terra saem de Pontão e acampam às margens da RS-324
As 450 famílias de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que invadiram no dia 15 de outubro a fazenda Rio Bonito, em Pontão, desocuparam ontem o local. O grupo acampou às margens da RS-324 para aguardar a vistoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que deve comprovar a produtividade na área.

Os sem-terra decidiram abandonar a fazenda após um acordo firmado entre o MST e o proprietário da fazenda, Plínio Formighieri, na sexta-feira, no Foro de Passo Fundo, sob mediação do juiz da 1ª Vara Cível, Luis Christiano Aires. Na audiência de conciliação, as duas partes consideraram ter avançado na questão. Aires exigiu a comprovação do cumprimento da função social da terra pelos donos da fazenda. Formighieri entregou ao magistrado uma lista das atividades desenvolvidas na Rio Bonito. Os sem-terra decidiram desocupar a fazenda sob a garantia de não serem processados pelos proprietários da terra invadida.

A saída dos militantes do MST da fazenda, em Pontão, determinou o encerramento do caso, sem que a questão fosse analisada por um tribunal superior, em instância jurídica federal, que fizesse jurisprudência sobre a discussão de prova ou não de cumprimento da função social da terra. A desocupação ocorreu no momento em que começava a contar o prazo para o recurso por efeito da publicação no Diário Oficial do Estado da decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ). Houve nove decisões jurídicas sobre a questão.

O coordenador do MST, Aílton Croda, disse que o movimento conquistou uma vitória jurídica histórica. O diretor jurídico da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Nestor Hein, considerou a desocupação dos sem-terra uma atitude "meramente política".


Começa campanha para diminuir acidentes
A Prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado já mostram preocupação com o elevado índice de mortes por acidente de trânsito nos meses de dezembro a fevereiro, nas rodovias e nas ruas da Capital. "Este é o período mais traumático do ano", considera o secretário estadual dos Transportes, Beto Alburqueque. Entre as propostas do Estado para diminuir o índice de óbitos, está a criação de cinco escolas infantis de trânsito no Litoral gaúcho e aumento da fiscalização.

A Prefeitura da Capital lançou ontem a campanha "A vida é o melhor", que promoverá diversas ações em pontos estratégicos da cidade, com distribuição de 10 mil folhetos e aumento de blitze, principalmente nas festas de Natal e Ano-Novo, quando a ingestão de álcool aumenta. A campanha iniciou com a exposição de novos ônibus, parquímetros e lotações na avenida Borges de Me deiros. Além disso, Silvio Serpa Gonçalves Filho, um fiscal "azulzinho", entrou em clima natalino e se vestiu de Papai Noel para explicar aos pedestres o Código de Trânsito Brasileiro. Em dezembro de 2000, em Porto Alegre, ocorreram 1.664 acidentes, com dez mortes, 555 feridos e 121 atropelamentos.

Segundo o secretário Beto Albuquerque, o aumento no número de pardais nas estradas não foi considerado a principal opção para diminuir os acidentes. Entre uma das questões apontadas por Albuquerque é a proibição de bebidas alcoólicas nas estradas gaúchas, vetada pelo governador Olívio Dutra. "Não podemos punir os comerciantes, já que não são eles que erram", afirma. Segundo o secretário, uma campanha será iniciada no começo de dezembro para diminuir a ingestão de bebidas por motoristas gaúchos.


Artigos

Prevalência do negociado sobre a CLT
Flávio Obino Filho

Os operadores do direito do trabalho, empresários, sindicalistas e o Governo Federal, há cerca de dez anos, discutem a adoção de um novo modelo de regulação das relações de trabalho no País. Neste período, discutimos a proposta das comissões de fábrica, o contrato coletivo de trabalho, a negociação articulada, e a prevalência do negociado sobre o legislado. Com efeito, a CLT sofre do mal da fadiga institucional. O nosso modelo de direitos detalhadamente previstos em lei e que não permitem flexibilização, engessando os atores das relações entre capital e trabalho, surge como agente inibidor da manutenção e criação de postos de trabalho e é fator responsável pela informalidade que já atinge 60% de nossa População Economicamente Ativa, PEA.

Sempre defendi que garantias mínimas e normas que preservassem a saúde e a segurança do trabalhador fossem previstas em uma lei básica, à qual se somaria uma legislação de sustento da atividade sindical. Neste cenário, haveria uma inversão na pirâmide de proteção ao trabalhador em que os ajustes coletivos, em nível de empresa, prevalecessem sobre as convenções categoriais, e as duas formas de autocomposição sobre a legislação trabalhista geral (excluídos os direitos garantidos na lei básica e de sustento). A proposta do Executivo, agora debatida no Congresso Nacional, ao permitir que o negociado em acordos e convenções coletivas prevaleça sobre as normas contidas na legislação trabalhista consolidada, preservando os direitos insculpidos na Constituição (no novo modelo funciona como a lei básica) consagra quase que integralmente o sistema que sempre defendi.

Assim, afasta-se a proposta de que os acordos diretos entre patrões e empregados prevaleçam sobre os ajustes coletivos e as normas insertas na lei trabalhista; e valoriza-se a negociação coletiva com a participação de sindicatos patronais e obreiros. O projeto peca, contudo, ao não prever garantias aos sindicatos operários e seus dirigentes para viabilizar o papel de verdadeiros agentes de construção de normas que presidirão as relações de trabalho.

Estranha é a posição assumida por parte do movimento sindical operário ao combater o projeto. Ora, se as negociações envolverão sempre os sindicatos laborais, estou autorizado a entender que os sindicatos contrários ao projeto não se sentem capazes e legitimados para desempenhar uma responsabilidade que é somente deles. São sindicatos de faz-de-conta. Ou será que temem futura proposta de nova legislação de sustento da atividade sindical - entendo necessária e complementar -, que poderá por fim aos monopólios vitalícios, à contribuição compulsória fácil e aos sindicatos de gaveta? Outrossim, não há falar-se em açodamento no envio em regime de urgência da proposta. O debate é antigo e envolve há uma década todos os atores sociais. O Congresso Nacional está apto para discutir e votar a matéria. Estamos muito próximos de testemunhar uma verdadeira revolução no marco regulatório das relações de trabalho no País.


Colunistas

Cenário político - Carlos Bastos

Não fica bem levar livre Diógenes
Ainda não cessou o desgaste petista no episódio da CPI da Segurança. Agora, começa a respingar na liderança partidária e no próprio governador Olívio Dutra a falta de iniciativas contra Diógenes de Oliveira, que foi o causador de todo o estrago. Ninguém desconhece que a CPI caminhava para um desfecho inglório, como muitas outras que a antecederam, quando surgiu a bombástica gravação do diálogo entre Diógenes e o ex-Chefe de Polícia, Luís Fernando Tubino. O comando petista desafogou-se quando ele solicitou desligamento do partido, e parece que está dando o assunto por encerrado. O governador Olívio Dutra, que ameaça acionar na Justiça todos os que o envolveram no esquema, não toma nenhuma providência para enquadrar Diógenes, que deu origem a todo o episódio. A opinião pública não está insensível ao ocorrido, como demonstram as manifestações em programas de rádio e televisão que trabalham com pesquisas interativas. E não vai pegar bem que Diógenes saia lampeiro dessa encrenca.

Diversas

Procurador da Assembléia, Fernando Ferreira, deu o despacho que era esperado sobre o relatório da CPI da Segurança. Se o relator não leu a parte referente ao secretário José Paulo Bisol e ao Chefe de Polícia, José Antonio de Araújo, ela deixa de fazer parte do relatório do deputado Vieira da Cunha (PDT).

O presidente da CPI, deputado Valdir Andres (PPB), já declarou que não vai haver recurso da decisão do setor jurídico da Assembléia.

Enquanto isso, Vieira anuncia que vai entrar com uma notícia-crime junto ao Ministério Público, constando o texto que foi omitido na sua leitura do relatório.

O PT gaúcho mobiliza-se para resgatar a imagem do governador Olívio Dutra e, ontem, já promoveu reuniões com as direções do PCdoB e do PCB, partidos que integram a Frente Popular.

O roteiro de mobilização inicia, hoje, em Pelotas e segue, sexta-feira, em Santa Cruz do Sul. Sábado, haverá concentrações em Santa Maria, Lajeado, Passo Fundo, Erechim e Alegrete. Domingo à tarde, haverá caminhada e concentração em Tramandaí.

O Movimento de Construção Socialista pretende lançar a deputada Maria do Rosário como candidata a deputada federal nas próximas eleições. Depois de uma passagem pela Câmara de Vereadores da Capital e uma legislatura na Assembléia, Maria do Rosário vai se lançar para a Câmara federal.

João Carlos Brum Torres assume na próxima segunda-feira a presidência da do Instituto Ulysses Guimarães do PMDB.

O governador Olívio Dutra recebeu ontem no Palácio Piratini a direção estadual da CUT, que solicitou apoio junto aos congressistas nas alterações da CLT. E representantes da Pastoral Operária Nacional estiveram com o governador entregando uma moção de solidariedade ao governo gaúcho.

Última

O Partido Liberal não tem representação na Assembléia Legislativa desde que o deputado Onyx Lorenzoni ingressou no PFL. O crescimento do PL no Estado, no entanto, indica que o partido voltará a constituir bancada no Legislativo Estadual. No próximo domingo, dia 25, haverá o Encontro Estadual do PL nos Caixeiros Viajantes, quando será apresentada a nominata de candidatos à Câmara Federal e à Assembléia. Os liberais lançam, para o governo, o Capitão Aroldo Medina e para senador, o vereador Valdir Caetano.


Começo de conversa - Fernando Albrecht

À venda
Está à venda o prédio que abriga a loja Kopenhagen da Rua da Praia. O proprietário quer R$ 700 mil pelo imóvel, quantia que em outras épocas seria uma pechincha fora de série. O que o Centro deteriorou não é fácil. Mas a loja dos excelentes chocolates da marca fica por lá, em princípio, porque o contrato de aluguel vai até 2003.

E o prêmio vai para...

Será definido em dezembro o nome do futuro presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Pelo acordo a que esta página teve acesso, fica explícito que o presidente seria José Fortunati, indicado pelo bloco democrático-popular do qual o PDT faz parte. Vozes sussurrantes da colenda dizem que Estilac Xavier (PT) não leva por causa da sua postura “radical”. Como diz um provérbio chinês, quando as pessoas sussurram, se ouve o que elas dizem a quilômetros.

Problemas da cidade

Mais e mais queixas sobre as carroças, que escaparam de vez do controle da EPTC. Leitora narra episódio em que duas delas atrapalharam o tráfego no corredor dos ônibus na frente do HPS às 18h de sexta-feira. Os ocupantes jogavam as latas na rua esperando que os ônibus os amassassem, sem dar pelota para o estrago que faziam ao trânsito e aos usuários dos ônibus.

Por que será?

Tudo bem, faz parte do jogo que a situação não queira nenhuma CPI, ainda mais agora que está sentindo a truta, mas é incomum o esforço que a bancada do PT na colenda faz para evitar a CPI do Demhab. Apelaram até para o Judiciário, ao que parece sem grande sucesso. O que é que existe de tão violento assim para que se faça tamanho esforço para evitar uma CPI, justo em uma área em que o PT sempre primou pela transparência e correção? Afinal, que não deve não teme...

Visita de solidariedade

O secretário de Estado da Cultura, Luiz Marques lidera comitiva de intelectuais e artistas para uma visita de solidariedade ao governador Olívio Dutra, hoje às 17h30min. São mais de 40. Segundo informa a secretaria, confirmaram presença entre outros, Alcy Cheuiche, Armindo Trevisan, Paulo Ledur, João Gilberto Noll, Dorotéo Fagundes, Neto Fagundes, Eraci Rocha, Leonardo, Elma Santana, Paulo Ledur, Bebeto Alves, João de Almeida Neto, Hique Gomes e Nico Nicolaiewsky. Também serão lidas mensagens de apoio de Moacyr Scliar, Luis Fernando Verissimo e Telmo de Lima Freitas, entre outros.

Nomes da cidade

Este bar e lancheria fica no miolo do Distrito Industrial Erótico de Porto Alegre, na avenida Farrapos, ao lado de uma das vigas-mestras da noite porto-alegrense, o Madrigal. “Nada Consta” é muito bom. A expressão normalmente é usada em negativas judiciais ou em certidões semelhantes. O proprietário da casa certamente deve ter tirado um documento com esta assertiva. Ou não. Em todo o caso, o nome se inscreve na lista dos nomes diferentes de casas. A taça ainda vai para um açougue nas imediações de Montenegro: Bumba Meu Boi.

Cristianismo marxista

O deputado João Osório (PMDB) questiona a fé cristã de Olívio Dutra que, segundo seu chefe de Gabinete, inspirou a misericórdia dispensada a Diógenes de Oliveira, que usou o nome do governador em nome da causa e reconheceu o pecado. João Osório acha que o governador também deveria “absolver os irmãos deputados da CPI que foram ameaçados de processo”. E arremata: “Ou seu cristianismo é de agora?”

Motos & motoqueiros

A Câmara aprovou projeto da vereadora Helena Bonumá (PT) regulamentando a atividade dos motoboys, que ficam obrigados a fazer reciclagem na EPTC. Boa. Os kamikazes sobre duas rodas abundam. Outra da turma é que a Brigada (matéria nesta edição) quer uma bomba especial nos postos, para evitar que sejam praticados assaltos por motoqueiros. Sugestão por sugestão, não seria melhor exigir que tirassem os capacetes para permitir a identificação?

Escolas de samba

A página mexeu numa abelheira ao registrar reclamação contra o barulho de uma escola de samba nas imediações do Hospital de Clínicas. Leitoras da Zona Norte reclamam que os ensaios das escolas Dona Leopoldina e União da Vila do IAPI também infernizam a região durante a madrugada. Acionada, a Smam alega que lhes foi tirada a competência para fiscalizar esta atividade. E aí as pessoas se queixam para quem? Para o bispo?

Made in China

A gente aqui falando do Paraguai mas o furo é mais embaixo. É na China. Mal estreou na Europa e Estados Unidos, o novo filme Harry Potter e a Pedra Filosofal já tem cópia pirata made in China, graças à notória pirataria do país. Pasmem: a cópia custa apenas US$ 1,20. Claro que a qualidade não é boa, mas sabendo-se de como nosso consumidor é pouco exigente, breve deverá estar aqui.

Miúdas

Corecon/RS promove hoje às 19h30min na UCS o painel Estratégia e Competitividade Empresarial.

Serviço Notarial Mânica inaugura sua nova sede na Siqueira Campos, 1185, amanhã às 18h30min.

É amanhã às 9h30min descerramento de placa de rua do ex-governador Euclides Triches, em Petrópolis.

Sinborsul lança amanhã o 7º Programa da Qualidade da Indústria de Artefatos de Borracha.

Inscrições para o XVIII Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo ficam abertas até sexta.

Rotary Club São João promove hoje às 19h45min no Deville o 1º Seminário Rotário Amazônia Brasileira.

Governador Olívio Dutra inaugura hoje na Procergs a Sala de Controle da Rede RS.

De 23 e 24 o Hospital Santa Rita promove uma Campanha de Prevenção de Câncer de Pele.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Júnior (BA), defensor da pré-candidatura do ministro da Saúde, José Serra a presidente, começou a negociar data e critérios para as prévias do partido que escolherão o candidato à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Magalhães Júnior procurou o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, e pediu que ele negocie com outros dirigentes tucanos a fórmula das prévias. Magalhães Júnior acha que a legenda deve se decidir logo porque, só assim, diz, todos os candidatos teriam condição de programar as campanhas.

Roseana

Os tucanos correm contra o tempo, lembra o líder. E contra o inesperado crescimento da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), nas pesquisas de opinião pública. Fernando Henrique acha muito difícil alguém da sigla alcançar 20% a 25% em menos de dois meses. Em janeiro, os nomes dos candidatos deverão estar definidos. Na última pesquisa Vox Populi, Roseana aparece com 26% das intenções de voto, contra 28% do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que está em primeiro lugar.

Serra

Depende da data e dos critérios das prévias do PSDB a decisão de Serra de deixar o cargo de ministro da Saúde. Por enquanto, Serra fica no posto. Entre os defensores da candidatura dele, avalia-se que, politicamente, o ministro ganha muito mais se permanecer no cargo. A volta de Serra ao Senado, dizem, transformaria o ministro em apenas mais um político pré-candidato à sucessão de Fernando Henrique, como o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.

Jereissati

Fernando Henrique procurou conversar com Tasso Jereissati antes da viagem que faz hoje a Petrolina (PE) e Araripe (CE). Jereissati foi ao Palácio da Alvorada, para uma primeira conversa depois das últimas críticas feitas pelo governador ao presidente, ao PSDB e ao governo.

Adversários

Em Petrolina, o presidente enfrentará outra questão. O prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho (PPS), é adversário do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Há forte pressão dos peemedebistas para que o governo desista dos convênios com Coelho.

Paulo Renato

Ao mesmo tempo em que mostra preocupação com a movimentação dos pré-candidatos, Fernando Henrique continua a buscar formas de incentivar a participação dos amigos na disputa. De acordo com informação do deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS), defensor da candidatura de Paulo Renato, o presidente pediu ao ministro que não desista das pretensões de sucedê-lo.


Editorial

Entrada na OMC abre negócios da China

Chegou a hora e a vez dos exportadores gaúchos e brasileiros descobrirem os maiores e melhores negócios da China. No rastro da Quarta Reunião Ministerial da Organização Mundial do Comércio, OMC, em Doha, no Catar, onde o Brasil saiu-se muito bem, conforme previmos, o fato mais importante do evento deve ser profunda e rapidamente analisado pelas autoridades e empresas de exportações. Afinal, a China entrou na OMC, com sua população de 1,3 bilhão de habitantes, mercado consumidor por excelência. Até agora, novas vendas do Brasil para o gigante asiático ficaram por conta de iniciativas da Embraer e seus jatos regionais e da GM, com os carros, um produto que cruza os Sete Mares e chega em condições de alta competitividade no dragão oriental, ele sim o verdadeiro tigre da região. Hoje, os chineses compram do Brasil produtos básicos, o que não é suficiente.

A expectativa de exportações em 2002 é de US$ 2,7 bilhões, mais de 30% em relação ao que foi embarcado este ano, US$ 2,1 bilhões, segundo informou a Associação do Comércio Exterior do Brasil, AEB. De 10ª colocada entre os maiores compradores, a China pulou para o quinto lugar, na frente do México, França, Bélgica, Itália e Japão. Em 2001, até setembro, os chineses contribuíram com 3,48% das exportações nacionais, contra 1,94% em idêntico período do ano passado. Soja em grão lidera os embarques, US$ 522 milhões até setembro, ou 54,8% a mais do que no ano passado. A preferência explica-se pelo fato de que os chineses não compram soja geneticamente modificada. Mas, a China igualmente compra minério de ferro, celulose e fumo, passando agora a adquirir automóveis e aviões, pelo citado esforço empreendedor da GM e da Embraer.

O importante é que o trabalho do ministro Sérgio Amaral, de levar missões comerciais até os países compradores, seja intensificado. Não podemos mais apenas ser comprados, há que ser feito todo um esforço de promoção de vendas, de divulgação, de degustação, de feiras, de mostras e exposições, aliando-se o governo e a iniciativa privada. É fundamental agregar valor aos nossos produtos, café solúvel em vez de sacas com grãos, móveis em vez de apenas madeiras exóticas da Amazônia, bem como óleo e farelo de soja substituindo os grãos. Este movimento não é novidade, é fórmula que vem sendo aconselhada pelo menos há uma década, sem resultados práticos. Como um dos países que mais vem crescendo há uma década, a China merece respeito, atenção e contatos de nível, sejam comerciais ou diplomáticos.

O ministro Sérgio Amaral esteve no Catar, ajudou o Brasil a impor alguns conceitos quanto aos subsídios dos ricos na área agrícola, à quebra de patentes de medicamentos em caso de emergência na saúde pública e na abertura de mercados na Europa, Estados Unidos e Japão. Os atentados terroristas de setembro em Nova Iorque mostraram que é preciso mais solidariedade e menos discursos acadêmicos, politicamente corretos, porém inofensivos, sem retorno.

A China está na OMC e terá de derrubar suas barreiras protecionistas, além de diminuir a pirataria de artigos estrangeiros, setor altamente sofisticado por lá, um escândalo, para o qual as autoridades fazem vistas grossas, eis que o material é exportado, inclusive para o Brasil. Em 2001, de janeiro a setembro, as exportações brasileiras à China atingiram US$ 1,5 bilhão, importações de US$ 1 bilhão, aumento nas vendas de 92%. Até o final do ano, a AEB prevê um total de US$ 2,1 bilhões. Dá para duplicar, triplicar e quadruplicar, em três anos, este valor. É só querer, forçar, esforçar-se, unir-se. Os negócios da China estão aí, esperando.


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11/21/2001


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